terça-feira, 29 de abril de 2008

Mulher de Fases

Se tem uma coisa que consola a nós, mulheres incompreendidas em eterna luta contra as oscilações hormonais de todo santo mês, é saber que não somos as únicas a padecer deste mal.

Tanto isso é verdade que o assunto já foi abordado na literatura, no cinema, nas novelas, na música, em revistas femininas, já foi debatido zilhões de vezes em programas de TV - desde "Oprah" até o "Mulheres", e é um prato cheio nunca esgotado para os humoristas de plantão.

Pra quem não viu o quadro "Sexo Oposto" no Fantástico do último domingo, fica a dica:




Como eu disse no início, serve de consolo saber que "acontece nas melhores famílias"... Foi o que eu falei para o meu marido quando ele me olhou sarcasticamente e disse: "Nossa, já vi e vivi essa cena muitas vezes!"

Ok. Somos então "Mulheres de Fases". Complicadas e Perfeitinhas.
Não é fácil lidar todo mês com tensões, oscilações hormonais, menstruação, cólica, inchaço, prisão de ventre, enxaqueca, etc e tal... E continuar sendo a "Mulher Maravilha" de todo dia, sem folga, sem trégua. Precisa ser muito fêmea pra aguentar o tranco!

Mas a verdade é que até mesmo no auge da nossa fase "TPM" - Treinadas Para Matar, ainda somos essenciais aos homens... Senão eles não suportariam por muito tempo tamanha "monstruosidade", e fugiriam todos para uma ilha distante povoada exclusivamente por homens sem fases... Duvido! Eles ainda preferem a nós!

Até porque, no fundo no fundo, o que todo homem quer mesmo é ter uma "Mulher de Fases" pra chamar de sua!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Dia do Velho... do MEU velho!

Como já falei num post recente, Abril é um mês agitadíssimo no clã dos Aguilhar-Cruz-Ribeiro-e-Agregados...

Hoje - 22 de Abril - além de ser o dia comemorativo do Descobrimento do Brasil, além de ser o Dia Mundial do Planeta Terra, além de ser o Dia da Força Aérea Brasileira, é também o "Dia do meu Velho"... Hoje meu papis comemora sua 58ª primavera, e eu não poderia deixar de registrar uma data tão importante aqui no meu cantinho!

Falar de pai é arriscado... falar do MEU pai é ainda mais arriscado. Posso pender para a pieguice de dizer que ele é meu herói, meu exemplo, blablabla, ou posso pender para um lado bem menos romântico de dizer que ele é, por exemplo, sem noção, e que às vezes dá um trabalhooooooo.

Na verdade meu pai é um misto disso tudo. Quando eu tinha uns 9 ou 10 anos - lembro-me como se fosse hoje, ganhei meu primeiro concurso de redação na escola, e adivinhem qual foi o tema? Pois é.

É uma pena que eu não tenha essa "preciosidade" guardada até hoje, mas consigo me lembrar - acreditem, de quase todo o conteúdo... Lembro que escrevi sobre a história do meu pai, como eu o admirava pela coragem que ele teve de deixar o aconchego do lar (lá no sertão do Nordeste) e vir encarar sozinho a "selva de pedra" com apenas 17 anos, e como ele conseguiu, apesar de todas as dificuldades, escrever sua história aqui em São Paulo, construindo uma carreira modesta de trabalhador braçal (mas extremamente digna), construindo uma família, um lar.

Muito do que aprendi na vida sobre a diferença entre ter estudo e ser sábio, aprendi com o exemplo do meu pai. Ele não tem estudo, fez apenas o primário (algo como estudar até a 3ª ou 4ª série hoje em dia), tem uma origem simples, humilde, mas possui uma sabedoria admirável. E aquele jeitão que só quem conhece o "Sr. Washinton" (assim mesmo, sem o G) sabe como é... quietão, caladão, sossegadão.

Pensem na dureza que foi para esse homem conviver praticamente a vida inteira sob o mesmo teto que 5 mulheres de personalidade fortíssima! Tarefa difícil, reconheço. Mas meu pai deu conta do recado, à sua moda, mas deu. Trabalhou duro a vida inteira, nunca em toda a minha vida (juro!) vi meu pai faltar um único dia no emprego, muito menos chegar atrasado ou sair mais cedo, sempre foi extremamente responsável e dedicado a prover o nosso sustento e a nossa formação, e, claro, os frutos vieram!

Se meu pai não pôde nos ajudar com as equações de matemática ou com análises sintáticas por não ter estudos para tanto, pôde, por outro lado, nos passar lições preciosas de vida.

Minha mãe sempre dizia que eu, particularmente, era a "queridinha do papai". Eu sempre contestava, até porque meu pai não é do tipo que demonstra predileção, ele é muito quietão, é uma figura ímpar que só mesmo conhecendo... Mas, no fundo no fundo, eu sei que era (e é) mais ou menos isso mesmo... Talvez por eu ser a mais velha, talvez por eu ter sido a mais rebelde, não sei... só sei que até hoje meu pai faz questão de "cuidar" de mim, mesmo que eu não precise mais (em tese) ser cuidada.

De vez em quando ele passa aqui em casa de manhã, aquela passadinha rápida à moda Seu Washinton, mas nunca deixa de perguntar se eu estou precisando de alguma coisa, se tem alguma conta que ele possa pagar pra mim, se tem gasolina no meu carro, e coisas do gênero. É o jeito dele de dizer "se precisar me chame!".

E sabe aquela história de que são os pequenos gestos que demonstram grandes sentimentos? Então. Outro dia eu fiquei até emocionada, por uma coisinha boba, mas que me tocou profundamente:

Meu pai apareceu aqui em casa umas 7 horas da noite, com uma sacolinha. Eu me surpreendi porque não é o horário habitual da visitinha dele, e então ele disse: "Ah, o carro da pamonha passou lá na rua agora há pouco, daí eu resolvi comprar umas pamonhas pra te trazer porque sei que você gosta!" (eu amo pamonha!). Deixou a pamonha, não quis ficar pra jantar, fez o tradicional interrogatório "Tá tudo bem?/tem gasolina no carro/tá precisando de alguma coisa?" e foi embora. E eu fiquei aqui, emocionada, curtindo o momento e sentindo como é incrivelmente bom ter um pai.

Ele é imperfeito, claro... De vez em quando dá umas pisadinhas na bola, de vez em quando nos enfurece se comportando praticamente como um adolescente, principalmente depois que minha mãe se foi... De vez em quando temos que ter conversas sérias com ele, como se os papéis se invertessem, mas talvez esteja justamente aí o sentido de tudo nessa vida, vai saber...

O fato é que ele é meu pai, e de uma forma ou de outra, será sempre o meu herói, aquele me que levou pela primeira vez a um estádio de futebol mesmo eu sendo uma menininha de 5 anos de idade - e me ensinou a arte de ser SãoPaulina (êêêê!), aquele que me apoiou nos momentos difíceis mesmo quando eu merecia na verdade um belo castigo, aquele que teve paciência comigo quando ninguém mais parecia ter, aquele que me ensinou muito sobre equilíbrio e moderação, e aquele que até hoje consegue ver em mim apenas uma menina, uma menina que precisa e sempre vai precisar de um colo de pai.
Feliz Aniversário, Pai!
Te Amo muito, te admiro muito, sei que também pego muito no seu pé e às vezes brigo muito com você, mas, usando o seu próprio jargão, "é para o seu bem"!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Qual o jeito certo?

É mais fácil inverter o jogo do que encarar que é hora de ajudar alguém que precisa de ajuda...

É mais fácil supervalorizar seus próprios problemas do que enxergar que, pelo menos às vezes, existem pessoas com problemas mais sérios do que você;

É mais fácil manter a visão limitada do seu próprio umbigo do que se permitir enxergar o que se passa à sua volta;

É mais fácil culpar o outro por não ter ligado todo esse tempo, do que pegar o telefone e discar o número você mesmo;

É mais fácil arrumar um motivo qualquer pra se afastar daquela pessoa que anda muito down, do que ter que aturá-la e, quiçá, ajudá-la a sair do fundo do poço;

É mais fácil mandar a pessoa deprê "procurar tratamento" do que arregaçar as mangas e ajudá-la você mesmo... isso dá trabalho, e ninguém quer ter trabalho aturando gente "em crise";

É mais fácil dizer "Você não está bem! Precisa procurar ajuda!". Só que às vezes a verdadeira ajuda só será eficaz se começar dos mais próximos... as relações humanas baseiam-se na confiança (ou desconfiança);

Lembram daquele versinho manjado: "Tu te tornas eternamente responsável pelas pessoas que cativa"??? Então...


É mais fácil falar, falar e falar do que ouvir, ouvir e ouvir;

É mais fácil culpar o outro pelos seus problemas do que ajudá-lo a superá-los;

Ninguém gosta de ficar perto de gente infeliz, mal-humorada, mal-amada ou pessimista. Ninguém gosta de ficar perto de gente deprimida, pra baixo;

Porque dá mais trabalho contagiar o depressivo com alto-astral, do que deixar-se contagiar pelo baixo-astral;

Animar quem está pra baixo dá trabalho, e quem quer perder tempo com isso?

Afinal, quando perguntamos àqueles que encontramos: "Olá, como vai?", a única resposta que estamos preparados para ouvir é o automático "Tudo bem!".

Simples assim. É assim que somos, eu, você, todos nós... E eu, na minha parte, me envergonho disso, principalmente quando vejo o outro lado da moeda...


Agora, a pergunta que fica é o título do post: "Qual o jeito certo de dizer tudo isso?". Qual o jeito certo de dizer essas coisas sem parecer "A" vítima ou "A" coitadinha que só quer atenção??? Eu não sei... não mesmo... mas, só pra constar, a intenção não foi essa, ok?

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Vinícius

Pesquisando no Youtube em busca do vídeo de "Tarde em Itapuã", que eu postei agorinha, acabei encontrando grandes tesouros da uma época em que a Música Popular Brasileira não estava ainda infestada pela praga dos tchans, créus, e tantas outras porcarias que poluem o cenário musical (?) atual.

Existem vídeos incríveis ali... inclusive das memoráveis parcerias de Vinícius de Moraes e Tom Jobim. Faça você também uma pesquisa no Youtube pelo nome de um dos dois, e delicie-se, como eu mesma me deliciei esta manhã.

Só pra "abrir o apetite", eis um dos mais lindos sonetos de amor de todos os tempos: Soneto da Fidelidade

Músicas que me Inspiram - Parte V

Já que hoje estou numa onda nostálgica de MPB, não podia deixar de citar esse clássico maravilhoso do grande poeta Vinícius de Moraes numa parceria iluminada com o igualmente grandioso Toquinho:
"...Um velho calção de banho
o dia pra vadiar
Um mar que não tem tamanho
e um arco-íris no ar
Depois, na Praça Caymmi
sentir preguiça no corpo
e numa esteira de vime
beber uma água de coco, é bom..."

O que me inspira? Ah... a letra já diz tudo...

Tarde em Itapuã (esse vídeo é um tesouro! viva o Youtube!)


Músicas que me Inspiram - Parte IV

Hoje vou de MPB, senão vai acabar parecendo que sou daquelas pessoas que não sabe apreciar as maravilhas da boa música brasileira, já que tenho postado apenas músicas internacionais.

Adoro Samba. É o que há de mais genuíno na MPB. Talvez seja o samba nossa melhor expressão cultural, nossa maior riqueza musical. De tempos em tempos aparecem pseudo-músicos dispostos a "assassinar" o samba, dispostos a transformar o que é bom em lixo cultural, principalmente aquelas bandinhas de pagodeiros que pegam carona em algum modismo momentâneo.

Conheço muitas pessoas que dizem "odeio samba, odeio pagode", mas às vezes o que a pessoa odeia mesmo é o que eu também odeio, as tais bandinhas insuportavelmente irritantes e desprovidas de talento. No entanto, se você faz parte desse grupo que não se permite descobrir o verdadeiro samba apenas pelo ódio aos pagodeiros desqualificados, fica minha dica: Ouça Paulinho da Viola. Só pra começar.

É impossível não gostar de Paulinho da Viola. Da figura, do músico, da voz suave... Timoneiro, especificamente, é uma música que inspira escutar mais samba, samba bom, algo como ir para um daqueles pitorescos bares do Bairro da Lapa no Rio, sentar numa mesinha rodeada de amigos, bebendo uma cervejinha ultra gelada, e desfrutar de tudo que o bom samba pode proporcionar... Já pude fazer isso algumas vezes na vida, e garanto que é demais...

Permita-se escutar... Com vocês, Timoneiro - Paulinho da Viola!


sábado, 12 de abril de 2008

Sábado Esportivo

Hoje foi realizada a 8ª Corrida Pão de Açúcar Kids, lá no Complexo Esportivo do Ginásio do Ibirapuera. Mais uma vez estávamos lá: Mamãe e Papai torcedores-babões, a super incentivadora "tia Silvia", e o nosso pequeno campeão - LUCAS!

Como em todas as outras vezes, foi muito, muito, muuuuuuuito legal! É um evento super bem organizado, uma iniciativa super bacana para estimular a prática esportiva pelos pequenos, e o melhor de tudo é ver como a criançada - de 4 a 12 anos de idade - curte participar...

Sempre me divirto muito nessas corridas... O Lucas já participou de muitas edições, já tem uma considerável coleção de medalhas, mas cada experiência é particular, diferente... As crianças dão um show de espírito esportivo, competitividade e fair play.

Os pais, por sua vez, comportam-se extamente como pais... é impressionante como um evento desta natureza é capaz de colocar no "mesmo patamar" pessoas de classes sociais diferentes, pessoas de origem e formação diferentes, religiões diferentes, enfim... eram cerca de 3000 crianças inscritas (pelo menos o dobro de "acompanhantes"), e quando você olhava para aquele mar de gente, não podia distinguir absolutamente nada, porque naquele momento todos eram exclusivamente pais e mães (ou tios, padrinhos, avós, enfim...), exercendo seu mais primitivo instinto em busca do melhor ângulo para fotografar o filho na pista ou berrando (como eu) até perder a voz na esperança de que o pequeno escute sua torcida durante a prova. Coisas que só quem tem um filho é capaz de entender...

Foi um sábado incrível... Meio cansativo, porque acordamos bem cedo por conta da corrida, e tomamos muito Sol na moleira (como estava quente!), mas como sempre valeu muito à pena... Recomendo pra todos os amigos que têm filhos nessa faixa etária: Participe de um evento desta natureza assim que puder!!! É uma experiência e tanto!!!

Fazer bolinhas de sabão pode ser um ótimo "aquecimento"!


Aquecendo "de verdade" com a atleta-personal-trainner-tia-babona Silvia.


Alongar é preciso!



Quem consegue correr 100 metros e ainda ficar com essa carinha linda e feliz? Mais que uma prova esportiva, o importante é a diversão!


Corre, Lucas, Corre!!! (quem serão aqueles adultos ali no canto, quase derrubando a grade???)

Grande Chegada! Saca só a "ginga" do atleta!

Curtindo a Vitória (e viva a Tia Silvia!!!)


Orgulho de Mamãe... Coisa mais valiosa desse Mundo... Meu Campeão! E fui eu que fiz!!!

Definitivamente, ter um filho é de longe a melhor coisa que pode acontecer na vida de qualquer pessoa!!! TE AMO muuuuuuuuuuuuuuuuito, Lucas!!!





Porque ser mãe é também pagar grandes micos!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Para matar a Saudade

Depois de muitas tentativas, finalmente consegui postar uns trechos do vídeo do meu casamento no youtube... Sei que já faz "séculos" que casei (na verdade pouco mais de 6 meses), mas pra mim ainda parece que foi ontem, ainda parece que foi tudo um sonho...

Então, para matar a saudade de um dia pra lá de especial, vou compartilhar essas imagens incríveis com vocês!!!

Às noivinhas queridas que sempre visitam e acompanham meu Blog, fica o aperitivo... logo logo será a vez de vocês, meninas!!! Eu bem sei como noiva adora ver tudo sobre qualquer casamento, então... divirtam-se!!!
P.S.: A qualidade dos vídeos não está lá essas coisas, tive que baixar muito a resolução do arquivo original pra conseguir postar, mas... mesmo assim dá pra ver!




Makking Off, porque toda noiva merece ter o seu "Dia de Rainha"!



Os Melhores Momentos


Clipão da Festa... e que Festaaaaaaaa!!!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Parabéns, Maninha!!!

Abril é um mês bem agitado na nossa família... um mês cheio de bons motivos pra comemorar... E hoje é um desses dias pra lá de especiais: há 28 anos nascia minha irmã Cátia, a terceira do "Quarteto Fantástico".

Eu e a Silvia ajudamos a escolher o nome - Cátia, com C mesmo - porque adorávamos a cantora K(C)átia, que fazia muito sucesso lá nos idos de 1980 (... eu já nem me lembro quanto tempo faz, mas só não me esqueço que te amei demais, pois nem mesmo o tempo conseguiu fazer esquecer você, não!...)

O tempo passou, e hoje em dia ninguém mais ouve falar na C(K)átia - cantora, mas a Cátia - minha irmã - continua sendo uma grande estrela, princpalmente nas nossas vidas...

Como eu já disse tantas outras vezes aqui no Blog, somos 4 irmãs, e não somos nada uma sem a outra... Quase ninguém acredita, mas salvo um deslizezinho aqui e outro ali, ocorridos na época em que dividíamos todas o mesmo quarto (pense como era difícil!), nunca fomos de brigar, e sempre vivemos com muita harmonia, somos amigas de verdade!

E a Cátia, especificamente, é uma amigona... muito mais que irmã, ela é uma grande amiga, sempre presente, sempre generosa, prestativa, atenciosa, carinhosa, cuidadosa, conselheira, incentivadora... Uma grande mulher, que correu atrás dos seus objetivos e alcançou seu lugar ao sol, e merece cada uma das vitórias que já conquistou, assim como tantas outras que eu sei que estão por vir!

No ano passado nós duas estivemos ainda mais próximas, pois organizamos nossos casamentos praticamente juntas. Foram 2 casamentos de uma vez na família, com apenas 40 dias de diferença... Foi punk, mas também foi uma jornada incrível, e eu jamais vou poder agradecer à Cátia por tudo o que ela fez por mim, por toda a ajuda e por toda a torcida pra que tudo desse certo... Ah, e claro, pelo vestido de noiva, que me fez derramar rios de lágrimas, e sem o qual eu não teria brilhado tanto!

Mas chega de rasgação de seda! Dia de aniversário também é dia de pagar mico no "Dona Farta", então vou aproveitar a oportunidade pra contar mais uma história tragicômica da nossa infância:
"A Cátia era "a irmã doente", tinha bronquite, vivia tendo crises horríveis que faziam meus pais correrem com ela para o Hospital no meio da madrugada, vivia dando sustos na gente com aquele chiado no peito e as unhas e os lábios arroxeando, era frágil, mas quando estava bem, também aprontava das suas! Pois então: eis que um dia estamos nós, na época penas um "trio", brincando na cozinha, coisa de menina, de fazer comidinha, e tal. Minha mãe colocava o Sal usado pra temperar a comida em um daqueles vidros de maionegg´s, sabe? aquele vidro gorduchinho e de boca larga, que geralmente ficava numa muretinha sobre o fogão. Não me perguntem como, por quê ou pra quê, só sei que daqui a pouco a Cátia pega o tal vidro de sal, encaixa-o perfeitamente ao redor da boca e do nariz (enfiou a cara no pote de sal), e com toda a força que pôde, deu aquela fungada! Além de respirar uma enorme quantidade de Sal, ela ainda ficou com o vidro grudado no rosto por conta do vácuo, e foi aquele auê quando vimos a cena! Minha mãe desesperada, a Cátia em pânico, eu e a Silvia assustadas, um horror.. Ainda bem que foi só um susto, e depois ficou tudo bem... Imaginem só, uma criança que tem bronquite, aspirando sal! Coisa de doido, né? rsrs... Até hoje nem ela consegue explicar pra gente por que raios enfiou a cara no pote de sal, e ainda bem que de certa forma ainda podemos rir do episódio!
Assim como essa, existem tantas outras histórias divertidíssimas da nossa infância, mas o melhor de tudo é saber que além dessa bagagem deliciosa de se lembrar, continuamos construindo momentos inesquecíveis dia após dia, seja num almoço de domingo num restaurante qualquer, seja numa tarde de "comida-bebida-bate-papo-risadas" aqui em casa, seja em qualquer lugar... Porque pra nós sempre foi assim: muito mais importante que o "onde" é o "com quem", e desde que estejamos juntas, a diversão é garantida!


Cátia, quero que o seu aniversário seja um dia inesquecível, que você receba muita luz pra seguir brilhando por mais um ano da sua vida, e que tantos projetos sobre os quais temos conversado tanto nos últimos tempos possam finalmente se concretizar! Sou sua maior torcedora, e quero te ver sempre muito, muito, muuuuuuuuuuito feliz!

Te Amo! Feliz Aniversário!!!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Músicas que me Inspiram - Parte III

Por absurdo que pareça, essa é uma música que me dá vontade de VOAR... algo como me jogar do topo de um prédio de muitos andares, criar asas no meio da queda e voar por aí sem rumo...

Foi o que senti desde a primeira vez que a escutei... E é impressionante como isso não muda... Ouço a música e automaticamente penso (e digo pra quem estiver por perto): "Ah, que vontade de voar!!!"

Com vocês, CLOCKS, by Coldplay.



sexta-feira, 4 de abril de 2008

De Porta em Porta

Estava chegando em casa hoje à tarde, e enquanto esperava o portão da garagem abrir, passou por mim um velhinho vendendo algodão-doce. Comprei 1 cor-de-rosa, entrei em casa, me joguei no sofá e fiquei me lambuzando igual criança com aqueles doces pedacinhos de nuvem...

E então comecei a lembrar de um passado que agora parece tão distante, mas um passado tão bom que não provoca em mim outra sensação que não seja uma saudade imensa...

Quando eu era criança, lá nos idos dos anos 80, meu avô materno vivia fazendo bicos pra faturar uma graninha extra... E uma vez ele comprou uma máquina de algodão-doce. Era uma geringonça esquisita, barulhenta, que fazia uma tremenda sujeira, mas pra nós - crianças - era apenas uma máquina de fazer nuvens coloridas...

Nessa época, ir passar o final de semana na "casa da vovó" era uma diversão... Meu avô era meio bravo, não gostava de criança mexendo nas coisas dele, mas deixava a gente ficar perto enquanto ele trabalhava na máquina, e era maravilhoso assistir a mágica que acontece quando o açúcar vira algodão... Aos poucos, ia-se formando aquele arco-íris de algodões-doces coloridos, que ele arrumava em degradê fincados em torno do suporte.

Domingo à tarde, depois do almoço, meu avô pegava seu suporte lotado e entregava outro pra minha mãe, e saíamos todos pra vender algodões-doces, fazendo longas caminhadas ziguezagueando pelas ruas do bairro, sempre tocando aquela buzininha pra anunciar que estávamos passando.

Vendíamos bem, conversávamos com as pessoas que compravam, ajudávamos a escolherem a melhor cor, e quase sempre voltávamos pra casa da vovó com o suporte vazio, ou com meia-dúzia de sobra, apenas... Era então que podíamos comer o doce, um inteiro ou uma parte se a sobra fosse pequena, e nesse momento a alegria estava completa... Às vezes, quando não sobrava nenhum, meu avô ficava de bom humor e ligava a máquina outra vez, e nos deixava fazer nossos próprios algodões-doces, e isso tornava o sabor ainda melhor...

Bons tempos...

Tempos em que o "de porta em porta" era comum... Quase tudo era vendido dessa forma, tinha o vendedor de algodão-doce, o vendedor de quebra-queixo, o vendedor de sorvete, a vendedora de Yakult, o vendedor de pão, o vendedor de livros (a famosa enciclopédia Barsa), o vendedor de colchões, as vendedoras de toalhas de mesa e outros itens de cozinha, o vendedor de pamonha, o vendedor de frutas, etc, etc, etc...

Durante as férias de Janeiro, passavam nas ruas umas caminhonetes velhas, anunciando a troca de vasilhames de vidro por doces, bolas ou pintinhos... Eles passavam recolhendo garrafas que seriam jogadas no lixo, e normalmente faziam isso no começo do ano porque era a época em que juntávamos algumas garrafas de Sangue de boi e de Sidra Cereser, só consumidas nas festas de Natal e Ano Novo... Quando essas caminhonetes passavam no bairro era uma farra... escutávamos o som do megafone, corríamos pra pegar nossas garrafas e ficávamos no portão esperando o carro se aproximar e parar. Juntava aquela roda de crianças afoitas em volta do carro, doidas pelos "brindes", e em tempos de vacas magras, num bairro pobre, ganhar um pirulito que fosse era motivo pra festa...

É bem verdade que ainda hoje alguns desses vendedores persistem... em bairros do subúrbio (como onde moro) de vez em quando passa o carro da pamonha, o carro da cândida, o carro do não-sei-o-quê... Mas não tem mais a mesma magia... é tudo muito impessoal.

Evoluímos, mas nem tudo na "evolução dos tempos" é assim tão positivo... Antigamente, tínhamos a oportunidade de bater papo com o tiozinho que vendia o algodão-doce, conhecíamos o pamonheiro pelo nome, sabíamos o dia do aniversário do padeiro e assim por diante. Estabelecíamos relações com as pessoas, fosse numa ida ao banco ou atendendo mais um vendedor "de porta em porta".

Hoje, com o avanço tecnológico, está tudo mecanizado, quando vamos ao banco conversamos com a máquina do caixa eletrônico, quando vamos comprar pão, não precisamos mais falar com o padeiro, pois eles já estão numa prateleira embalados em quantidades redondas - 5, 10 ou 15 unidades, e nos recusamos a abrir a porta para os raros vendedores de bairro que ainda existem, por conta do medo, da insegurança, da paranóia da violência.

Nem mesmo ao telefone conseguimos humanizar essas relações. Se ligamos para alguma empresa, somos atendidos pelo sistema informatizado do "disque 1 para isso", "disque 2 para aquilo"; Se ligamos para um amigo muito ocupado, somos atendidos pela secretária eletrônica ou pela caixa postal do celular; Se queremos comprar qualquer coisa - até o yakult ou a pamonha - podemos fazer isso pela internet, e assim nos aprisionamos na solidão do mundo sem contato físico, onde ninguém se conhece, onde ninguém sabe o nome de ninguém, e vamos nos acostumando a ignorar o ser humano, como se não precisássemos mais dele.

Quando eu era criança, na época das Festas Juninas, a escola fazia uma competição entre as classes, pra ver quem arrecadaria mais prendas (prendas = tudo que possa ser vendido ou dado como prêmio nas barraquinhas das Festas Juninas). A classe campeã era sempre presenteada com um passeio, e os alunos se empenhavam a valer. Eu e minha irmã saíamos na vizinhança pedindo prendas, batíamos de porta em porta, tanto nas casas do vizinhos que conhecíamos como nas casas dos desconhecidos, e então explicávamos que era uma arrecadação pra festa da escola, blablablá... Geralmente conseguíamos alguma coisa em todas as casas, nem que fosse uma caixa de fósforos, e voltávamos felizes da vida com a sacola cheinha de coisas pra levar pra escola no dia seguinte, além das muitas histórias pra contar, sobre a "Dona" que foi grosseira, a outra "Dona" que queria bater papo, a outra "Dona" que ofereceu suco e bolo, e assim por diante.

Hoje em dia as escolas continuam solicitando aos seus alunos que levem as tais prendas. Mas sabe o que nós (mães e pais) fazemos? Vamos a uma dessas lojinhas de R$ 1,99 e compramos uma dúzia de tranqueirinhas, que nossos filhos levam como contribuição, porque ninguém mais cogita deixar os próprios filhos saírem na vizinhança batendo de porta em porta... é perigoso, não é de bom tom incomodar os outros pra pedir coisas, então fazemos o óbvio: pagamos. Compramos as prendas e nossos filhos ganham (ou perdem) a competição da escola, mas não vivem a sensação de voltar pra casa com a sacola cheia de coisas que ganharam graças à suas lábias, não vivem a sensação de ser convidado por um estranho - sem maldade - pra comer um doce, não ganham histórias pra contar um dia...

Por isso tenho tanta saudade da minha infância... Era uma época em que comprar era um verbo raramente conjugado, éramos muito humildes e não tínhamos acesso a tantas coisas bacanas do mundo moderno, mas improvisar brincadeiras sem brinquedos era mais divertido, balas, pirulitos e bombons eram mais gostosos porque eram raros, sair na rua não era nenhum bicho de sete cabeças e não precisávamos ter medo de aceitar um pedaço de bolo oferecido pela vizinha da casa ao lado, porque não vivíamos essa paranóia que nos afasta cada vez mais das relações humanas...

Acho que esse meu post ficou meio brega, eu sei... Mas a saudade é brega, afinal... essencialmente brega... E, a mais a mais, só o que eu queria era contar a história do algodão-doce, o pedacinho de nuvem colorido responsável por tantos momentos divertidos da minha velha infância!

O Cúmulo do Mau Gosto

"Playboy lança edição especial com a Mulher Melancia na capa.
Dançarina mais famosa do funk carioca, ela mostrará os seus 120 cm de quadril.
(Da Redação - 28 de Março de 2008, 17:42)
(...) O fotógrafo Jorge Bispo foi o responsável pelo ensaio, que em parte foi realizado na laje de uma casa na favela do Catete, no Rio de Janeiro. O restante das fotografias foram tiradas em São Paulo, inclusive dentro de um caminhão lotado com 1.500 melancias(...)"
É apenas uma "soma de fatores". Vejam:
Mulher Melancia
+
Fotografada pelada
+
Na Laje de uma favela
+
120 cm de "pandeiro"
+
************* (censurado)
=
A capa mais horrenda de todos os tempos da Revista Playboy. O cúmulo do cúmulo do cúmulo do mau gosto!
Obs.: Me recuso a postar a tal foto aqui, mas se você ainda não viu (pense bem se quer realmente ver), basta digitar "mulher melancia" lá no google. Isso é que nem praga, está em tudo que é lugar... afffffffff

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Músicas que me Inspiram - Parte II

Agora vou de "Girl You´ll Be a Woman... Soon", de Urge Overkill.

Eu amo essa música, lembro que corri na loja pra comprar a Trilha Sonora do filme Pulp Fiction (filme que eu também adoro) logo depois de assisti-lo, porque eu "precisava ter" esta música... Perdi a conta das vezes em que a coloquei no último volume no som do carro e toquei um "f***-se" ao trânsito, e fiquei lá, relax, chacoalhando a cabeça e viajando na melodia... É isso que esta música me inspira... desligar, viajar, abstrair totalmente...



E, já que falei de Pulp Fiction - Tempo de Violência - um filmaço (proibido para menores por conter muuuuuuita violência), vou postar também o vídeo de uma das minhas cenas favoritas, não só do filme, como do cinema em geral... Essa cena é simplesmente demais... John Travolta e Uma Thurman inspiradíssimos... Show!

Músicas que me Inspiram - Parte I

Ontem à noite eu estava assistindo a mais recente temporada de "American Idol" - reality show gringo que eu adoro acompanhar (porque, ao contrário da bizarra versão nacional, é um programa super bem produzido e que revela talentos de verdade), quando um dos participantes - Jason Castro - cantou "Fragile", uma música lindíssima do Sting, que eu não escutava há um tempão... Corri na minha muvuca de CD´s pra encontrar a coletânea do Sting que eu tenho com essa música, e a escutei umas 3 vezes seguidas...

É uma linda canção, e independentemente da letra sobre "o quão frágil nós somos", me remete a uma época boa, a pessoas especiais com as quais não tenho mais contato, e provoca em mim uma nostalgia gostosa...

Resolvi então fazer uma "série" aqui no Blog, sobre músicas que me inspiram (positiva ou negativamente), e pra começar, vamos de FRAGILE:


Parabéns, Cu... nhadinho!!!


Hoje é o aniversário do meu querido cu... nhadinho! O namorado da minha irmãzinha Ligia, que entrou para a família há pouco mais de 2 anos (ou quase 3, não sei direito), e é extremamente querido por todos nós!

Eles se conheceram lá em Bauru, onde ambos cursam Jornalismo na UNESP, e como moram a quilômetros de distância de nós, não posso dizer que passamos muito tempo juntos, mas posso dizer que o pouco tempo que convivemos foi sempre muito intenso, muito agradável, muito divertido, porque o Ulisses é um rapaz "de ouro", um irmãozinho querido que nós ganhamos...

Atualmente eles estão em Las Vegas/EUA, ralando muito e faturando um dindinzinho pra voltar para o Brasil com um pé-de-meia razoável, e se tem uma coisa que me deixa tranquila nessa história toda é saber que a Li está sendo "cuidada" pelo Uli, um namorado apaixonado, esforçado e super dedicado... Aprovado! hehe

Cu, querido, imagino que seja um pouco difícil passar um dia tão especial longe da família, longe de casa, longe dos amigos... Sei que tem um lado bem pouco glamuroso na estadia de vocês aí, mas saiba que nós, daqui, torcemos muito pra que vocês conquistem muitas coisas bacanas nessa "aventura", não só materialmente, mas que essa experiência sirva também de amadurecimento e engrandecimento pessoal!!! Temos certeza de que vocês darão conta do recado, e voltarão pra cá cheios de histórias incríveis pra contar (além das muambas, é claro!!! hihihi),

Feliz Aniversário, Ulisses!
Que seja um dia super-ultra-mega especial!!!
Você é muito querido por todos nós!!!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Eu Voltei !!!


Eu voltei, agora pra ficar... porque aqui, aqui é o meu lugar...
Foram apenas alguns poucos dias de reclusão motivada, e só o que posso dizer é que senti muita falta de vir aqui escrever sobre tudo e sobre nada... Bloguear vicia, e eu tive até crises de abstinência nos últimos dias, mas o sumiço foi necessário para que eu pudesse colocar algumas coisas da minha "nada mole" vida em ordem...

Vocês lembram quando eu escrevi aqui um texto enoooorme sobre a correria que toma conta de nossas vidas e algumas possíveis soluções? Então... tive que encontrar minhas próprias soluções para colocar em dia trabalho atrasado e assuntos pendentes... Não posso dizer que está tudo absolutamente em ordem, isso aliás parece impossível, mas consegui dar uma boa "limpada" da minha mesa, consegui resolver alguns problemas particulares há muito adiados, e consegui pelo menos retomar o fôlego pra continuar na luta, matando um leão por dia...

Foram dias extremamente difíceis e exaustivos... Tenho a minha rotina de mulher multifuncional que vocês já conhecem, rotina que já é bem puxada normalmente, e durante essa maratona intensiva de trabalho então, puxa... não sei como consegui... Mas consegui, e apesar de ainda estar sofrendo as consequências físicas do excesso, estou muito animada e satisfeita com os resultados positivos alcançados.

Trabalhei muito, muito, mas muuuuuuuuuito mesmo, como há tempos não trabalhava... Foram páginas e mais páginas de petições e relatórios jurídicos redigidos e digitados, horas e mais horas de reuniões profissionais com diversos clientes, viagens e mais viagens de trabalho para diversas cidades, além dos afazeres domésticos que simplesmente não dão trégua... Fiquei tão acelerada que, mesmo quando dava pra dormir um pouquinho, eu não conseguia "desligar" (santo e maldito red bull)... Cheguei a ficar 48 horas direto "no ar", e já não aguentava mais a cara de piedade das pessoas quando me encontravam e olhavam para minhas profundas olheiras, geralmente dizendo: "Nossa, você está péssima! Está tudo bem?"

Como dormi muito pouco nestes últimos dias, e como não conseguia desacelerar facilmente, acabei aproveitando as raras horas de descanso pra distrair a mente com um dos meus hobbys prediletos: Ver filmes. Vi dezenas de filmes, alguns muito bons, outros ruins, sempre de madrugada e, por incrível que pareça, essas distrações me relaxaram o suficiente para que eu aguentasse o dia seguinte, e assim por diante... Aproveitei a última madrugada para escrever as resenhas de alguns dos muitos filmes que vi, e já publiquei todas, de modo que logo abaixo desse post há uma sequência gigantesca de textos sobre filmes, textos que sei que não são atrativos pra todo mundo que me lê mas, de qualquer modo, fica o registro da minha opinião sobre cada um deles para quem quiser usar como referência na próxima ida à videolocadora.

Também li um livro lindíssimo na última semana, "O Menino do Pijama Listrado", sobre o qual falarei melhor num post próprio nos próximos dias, e como é um livro curtinho, consegui lê-lo da forma mais improvável, nas salas de espera de reuniões, nos saguões dos Aeroportos e nos engarrafamentos monstruosos quando o trânsito parava de vez.

Fiquei muito lisonjeada por receber inúmeros emails, comentários e scraps daqueles que me prestigiam visitando o Blog, todos demonstrando preocupação e/ou apoio ao meu recesso, e esse elemento também foi fundamental para eu aguentar o tranco e tentar resolver tudo para poder voltar logo pra cá. Fica desde já registrado o meu sincero agradecimento a todos que me visitam e que sentiram a minha falta... A única coisa que posso fazer para retribuir tamanho carinho é voltar à ativa, coisa que estou fazendo agora, e dizer pra vocês que é muito bacana escrever, melhor ainda quando há pessoas que, mesmo ocupadas e com coisas mais interessantes a fazer, dedicam ao "Dona Farta" alguns minutinhos de atenção de vez em quando, minutinhos esses que pra mim, com certeza, fazem toda a diferença!


Um grande beijo, e Sorte pra todos nós!!!

Hairspray - Em Busca da Fama * * * * *

Os incríveis anos 60 já renderam ao cinema excelentes filmes que marcaram a infância e adolescência de muita gente, especialmente os deliciosos musicais como Grease - Nos Tempos da Brilhantina, que quase todo mundo já assistiu pelo menos uma vez na vida. Eu, particularmente, sou encantada pela época, e sempre digo que gostaria muito de ter vivido aquela euforia histérica dos moçoilas sempre bem "montadas" com seus vestidos rodados e seus cabelos esculpidos em penteados espalhafatosos...

Como os tempos de hoje são muito mais sisudos do que antigamente, o gênero musical também caiu em desuso, e é raro encontrar público que se empolgue com um novo musical raramente lançado no mercado cinematográfico, como Chicago e Dreamgirls, dentre poucos. Ainda bem que, apesar dessas dificuldades comerciais, ainda existem empenhados cineastas capazes de se aventurar pelo gênero, como fez Adam Sankman ao refilmar o músical Hairspray - Éramos Todos Jovens, de 1988.

Neste novo filme, novamente somos levados para os anos 60 de uma maneira deliciosa, através da gordinha adorável Tracy (Nikki Blonsky), uma adolescente fanática por um famoso programa de dança na TV. Ao tomar conhecimento de um concurso promovido pelo canal para a escolha de uma nova dançarina para o elenco do programa, Tracy fica empolgadíssima com a oportunidade de alcançar a fama, já que é considerada por todos que a conhecem como uma excelente dançarina. Entretanto, ela não preenche os padrões estéticos impostos pela diretora do show Velma (Michelle Pfeiffer, sempre lindíssima), e é sumariamente excluída da competição, também porque Velma sente que no fundo a carismática gordinha pode ameaçar a hegemonia da atual estrela do show - a "rainha do laquê" Amber (Brittany Snow), que por acaso é sua filha.

Paralelamente, Tracy é muito bem "aceita" pelo grupo dos dançarinos negros liderados pela personagem vivida por Queen Latifah, que estrelam um show à parte em um único dia da semana no canal de TV, já que naquela época as raças não podiam se misturar e, sob o argumento hipócrita da abertura de espaço, aos negros era reservado um único dia para que pudessem também apresentar suas coreografias muito mais criativas e sensuais. É com esse grupo que Tracy aprende alguns de seus melhores passos de dança, e persistente que é, não desiste do sonho da Fama, abraçando a causa da integração em nome dos amigos negros e em nome de sua própria aceitação apesar de fugir dos padrões, mesmo sabendo que isso pode colocá-la como persona non grata na mídia, arriscando definitivamente sua chance de estrelato.

Os sonhos de Tracy são "conduzidos" por sua complexada mãe Edna, vivida por um John Travolta quase irreconhecível debaixo de muitos enchimentos que o tornam uma mulher gorducha e desajeitada. Depois de passar muitos anos escondida dentro de casa (Edna não sai na rua desde que usava o manequim 38), ela vê na popularidade da filha a oportunidade de também recuperar a alegria de viver, e abraça a causa inicialmente com certa insegurança, mas logo fica completamente envolvida pelo fantástico mundo da TV a que tem acesso.

Há ainda a participação do veterano Christopher Walken, como o pai de Tracy, responsável por uma das sequências mais hilárias do filme, quando está em sua "loja do riso fácil" tentando resistir à tentativa de sedução de Velma. Outra participação que pode servir de chamariz para o público mais jovem é a do ídolo pop Zach Efron, adorado pelas adolescentes fãs de High School Musical, mas o destaque fica mesmo para a talentosa Nikky Blonsky e para John Travolta que, como não podia deixar de ser, dá uma dançadinha básica em algumas cenas, e está extremamente cômico no papel da mulher gorducha.

Por todo o capricho e por toda a leveza, aliados ao clima constantemente alegre e engraçado, Hairspray - Em Busca da Fama é um filme inspirador, daqueles que levanta o astral de qualquer um (como levantou o meu próprio astral quando o vi)... é uma deliciosa comédia musical que merece ser vista!

Apenas para "abrir o apetite" de quem se interessar pelo filme, segue um vídeo da sequência inicial, embalada pela música "Goodmorning Baltimore", sequência que dá vontade de sair rodopiando pela sala:




Rainhas * * * *

Depois de anos de muita luta, uma grande vitória do público gay está prestes a se concretizar: Será celebrado oficialmente o primeiro casamento homossexual na Espanha. A notícia, por si só, já seria novidade suficiente para toda a sociedade espanhola e para a mídia, afoita pela melhor cobertura do grande acontecimento histórico, mas há um detalhe ainda mais interessante: Será um grande casamento coletivo, através do qual vários casais homossexuais oficializarão suas relações".

Inspirado no melhor estilo "Almodóvar", o diretor Manuel Gomés Pereira acerta em cheio ao conduzir essa trama recheada de conflitos familiares, onde sentimentos reprimidos são expurgados nas situações mais improváveis, através das brilhantes atuações do elenco competentíssimo, tudo com muito humor, resultando em um dos filmes mais divertidos que eu assisti nos últimos tempos.

No final de semana do "grande casamento", os noivos recebem a visita de suas respectivas mães, todas aparentemente apoiadoras e extremamente empolgadas com o acontecimento. Mas como acontece até mesmo nas melhores famílias, a presença materna na vida desses casais pode desencadear uma série de confusões e conflitos, e todos os envolvidos serão forçados e encarar de frente seus medos, seus preconceitos, seus sentimentos reprimidos, suas neuroses e paranóias, o que pode colocar em risco a concretização do casamento e a felicidade de todos.

São 3 os casais que "encabeçam" a trama: um personal trainner bonitão (filho de uma argentina totalmente perua e alienada) que se casará com o mocinho mimado e milionário (filho de uma famosa empresária do ramo hoteleiro); o rapaz pobre e atraente (filho do jardineiro de uma grande atriz do cinema) que se casará com o rapaz rico e carente (filho da tal atriz, a "patroa"); e o engajado e jovem deputado (filho de uma ninfomaníaca em tratamento) que se casará com um inseguro e indeciso rapaz (filho da Juíza que celebrará o casamento).

A união de todas essas personagens peculiares num mesmo ambiente e com os mesmos interesses não poderia resultar em outra coisa que não fosse uma enorme confusão. De uma maneira bem amarrada pelo divertido roteiro, as histórias independentes dos jovens casais e suas respectivas mães vão se cruzando no decorrer do filme, culminando num final inteligente, coerente, humano, sensível e muito, muito engraçado.

O elenco masculino é bastante competente, e apesar de um ou outro estereótipo utilizado para a construção das personagens, ainda assim resulta em atuações generosas e cativantes. Mas, sem sombra de dúvida, o destaque maior está no elenco feminino, nas "Rainhas" do título. Elas dão um baile, e é um verdadeiro deleite assistir às inspiradas atuações de Carmem Maura, Verônica Forqué, Marisa Paredes, Mercedes Sampietro e Betina Blum.

Em tempos de escassez de comédias inteligentes no cinema mundial, o longa Rainhas é uma ótima pedida. Diversão garantida!

Conduta de Risco * * * * *

Michael Clayton (o estonteante George Clooney) é mais um dos muitos advogados de uma grande firma de advocacia americana. Entretanto, diferentemente de seus colegas que lidam com questões essencialmente jurídicas (e políticas), Michael possui "um talento natural" para administrar conflitos, e justamente por isso cuida de um departamento interno da firma responsável pela imagem do próprio pessoal interno, sendo um dos "homens de confiança" dos acionistas majoritários do escritório.

Apesar da aparente segurança profissional, o fato é que Michael não é satisfeito com a profissão, já que gostaria de ter a chance de desenvolver trabalhos que lhe dessem alguma notoriedade capaz de levá-lo ao topo, e essa insatisfação reflete-se também na vida pessoal dele, bastante bagunçada, já que não se relaciona bem com os irmãos e nem mesmo com o único filho fruto de um relacionamento fracassado, além de estar em situação de penúria financeira por conta de um negócio mal sucedido e de seu vício - jogos de azar.

Tudo corre dentro da rotina esperada, até que Michael é acionado pela direção da firma para "abafar" um princípio de escândalo provocado pela conduta inadequada de um de seus mais brilhantes advogados, Arthur Edens (Tom Wilkinson), que teve um surto psicológico durante uma audiência de um dos mais importantes processos da firma - uma ação coletiva proposta contra a poderosa corporação U/North, que fabrica suprimentos agrícolas que seriam letais à saúde dos que os utilizam. O problema é que o tal "surto psicótico" de Arthur parece não ter sido simplesmente um surto, e Arthur parece definitivamente decidido a levar a cabo sua idéia de desmascarar a U/North, tocado que ficou por conta do acesso que teve às histórias das vítimas de seus produtos.

O trabalho de Michal não é nada fácil já que Arthur, além de bastante decidido, está efetivamente desequilibrado emocionalmente, e a pressão para que reverta imediatamente os estragos causados pelo colega vêm não só de dentro da firma como da própria cliente U/North, através da dedicada RP Karen Crowder (Tilda Swinton), que vai demonstrando-se aos poucos muito mais do que dedicada, na verdade obcecada pela lisura do nome da empresa que representa, característica que ela tenta manter a qualquer preço, literalmente.

Conduta de Risco é um filme que mostra um lado negativo da advocacia e do mundo empresarial em geral, o que não é novidade. Mostra como grandes corporações são capazes de qualquer ação, mesmo que prejudique incontáveis cidadãos, desde que seus lucros sejam protegidos, da mesma forma que mostra como a advocacia pode ter um lado negro ao defender a qualquer custo tais interesses. É tão curioso, aliás, que Arthur, o tal advogado psicótico, em certo momento do filme declara: "Somos todos faxineiros, estamos aqui para limpar a sujeira dos outros". E é bem por aí mesmo, o filme mostra isso de maneira escancarada, a grande corporação infringindo todas as leis em nome de seus negócios e o grande escritório de advocacia invocando todas as leis e interpretando-as parcialmente, manipulando a Justiça para esconder a sujeira de seu cliente.

Não é exatamente um tema original. Muitos filmes já seguiram essa linha investigativa do mundo dos negócios jurídicos, como Erin Brocovitch, A Firma, O Júri, O Informante, e tantos outros. Mas Conduta de Risco veio para "ensinar" a matéria, e é tão bem feito e tão consistente que além de entretenimento inteligente para o espectador disposto a entender sua complexa trama, é também um divisor de águas para o gênero de suspense jurídico. Eu sou, claro, suspeita pra falar, mas adoro o gênero, adoro o tema e adorei o filme.

O único senão fica por conta do Oscar concedido a Tilda Swinton como melhor atriz coadjuvante. Sem dúvida a insosa Tilda está bem no papel, mas daí a ganhar o Oscar achei um pouco demais. Não sei se é ela ou a personagem, mas o fato é que não gostei do conjunto da obra no final das contas, nada que comprometesse o filme, pelo contrário, mas também nada que fosse digno de receber o Oscar. No entanto, como não vi nenhum dos filmes das concorrentes desse ano na categoria, vou deduzir que dentre as opções disponíveis essa era a melhorzinha, única justificativa para o prêmio.

Por outro lado, temos George Clooney... ahhhhh... Clooney... suspiros, suspiros e mais suspiros... Como pode um homem ser tão abusrdamente estonteantemente lindo, sexy, charmoso, sedutor e... excelente ator??? é muita humilhação para os demais, não é? Eu sempre evito exaltar demais as belezas e atributos masculinos dos filmes que vejo para não parecer parcial e apenas mais uma fãzinha que adora qualquer coisa do ator X. Mas dessa vez não posso me conter, não devo me conter... Clooney recebeu sua segunda indicação ao Oscar pelo papel, indicação mais do que merecida. É impressionante como ele melhora com o tempo, é impressionante como sua atuação vai ficando poderosa, ponderada, minunciosa, apurada... É impressionante como ele vai se demonstrando um grande ator que veio para ficar, e mais impressionante ainda, vou ter que repetir, é ver como ele fica lindo lindo e mais lindo a cada trabalho... Que venham muitos outros grandes papéis de Clooney para que nós, reles mortais, possamos admirar sua beleza atordoante e seu talento incontestável.

Só para finalizar, Conduta de Risco é um excelente filme. Imperdível!

Antes Só do que Mal Casado * *

Teria Ben Stiller perdido o jeito para fazer comédia? Esta é a pergunta que não quer calar quando assistimos ao fraquinho filme "Antes Só do que Mal Casado", sua mais recente empreitada cinematográfica. Na verdade, por este filme parece que até a dupla de irmãos-diretores Bobby e Peter Farrelly perderam o jeito, haja vista seus filmes anteriores muito melhores, dentre eles o divertidíssimo "Quem vai ficar com Mary?". Seja como for, eis mais um grande sucesso de bilheteria, o que não é surpresa em filmes desse gênero, principalmente quando vêm protagonizados por um competente (e consagrado) ator cômico como Stiller.

Eddie Cantrow (Ben Stiller), é um solteirão convicto que de repente entra numa crise existencial, ao perceber que é o único "de sua turma" que ainda está solteiro. O ápice de sua crise ocorre no casamento de sua ex-namorada, quando ele é colocado na mesa das crianças por ser o único "adulto sem par" na festa, e então a necessidade de encontrar sua alma gêmea começa a persegui-lo mais que o habitual. Também com a ajuda de seu espevitado pai (Jerry Stiller, pai de Ben na vida real), Eddie sai à caça da mulher ideal, quando encontra Lila (Malin Akerman), uma estonteante loira linda que parece ser a mulher dos sonhos de qualquer homem.

Acreditando finalmente ter encontrado sua alma gêmea, Eddie antecipa o pedido de casamento com apenas 6 semanas de namoro, para evitar que Lila vá para um trabalho em outro Continente, já que a empresa não costuma mandar para fora funcionários casados. O casamento acontece como um conto de fadas, mas é na lua-de-mel que Eddie descobre que sua esposa não é nada daquilo que aparentava.

Uma sucessão de decepções vai tumultuando a Lua de Mel do casal, e é neste caos que Eddie Eddie conhece Miranda (Michelle Monaghan), uma garota que parecer ser a verdadeira mulher ideal, bem diferente daquele "monstro" com quem Eddie se casou praticamente por engano. Meio que sem querer, Eddie acaba envolvido por Miranda e sua excêntrica família, e não consegue deixar claro aos envolvidos que é um homem casado que está ali em Lua de Mel, o que, lógico, gera uma série de confusões bastante divertidas (e às vezes bizarras) envolvendo Lili, Miranda, Eddie e todos os demais hóspedes do Hotel.

Antes Só do que Mal Casado é uma comédia rasgada que sem dúvida provoca muitos risos, e algumas situações são verdadeiramente hilárias, especialmente aquelas piadinhas infames relacionadas a casamento com as quais quase todos os casados se identificam. Mas também é uma comédia que apela - além da conta - para o humor de mau gosto, exagerando nas bizarrices e escatologias que, se um dia foram engraçadas, hoje já estão esgotadas e completamente sem graça. Além do mais, é um filme bem clichê e previsível, não traz nenhuma grande inovação que mereça nota para o gênero cômico, e até mesmo a atrativa presença de Ben Stiller como protagonista, como eu já disse no começo, deixa bastante a desejar.

Eu, que não sou muito fã de comédias que não sejam excelentes e inteligentes, posso dizer que quase não gostei do filme. Surpreende saber que faturou tanto apenas no primeiro final de semana de exibição nos EUA, considerando tantos outros filmes infinitamente melhores em cartaz ao mesmo tempo. O que prova que, sem dúvida, é um gênero que agrada ao grande público, e apesar de estar em fase de esgotamento, as estatísticas mostram que ainda existe um longo caminho até a exaustão completa. Tomara que até lá novas fórmulas sejam encontradas, e que possamos voltar a rir por uma comédia genuinamente boa, o que não é o caso deste filme.

Dispensável.

Alpha Dog * * * *

Surpreendente. Alpha Dog é um filme surpreendente, no bom e no mau sentido... Digo isso porque, ao ler a sinopse complexa e ver o elenco jovem pouco conhecido (à exceção do pop star Justin Timberlake), preconceituosamente achei que seria mais um filminho violento sem muito sentido, o que não é, pelo menos não exatamente. E também porque é assustador ver até que ponto a inconsequência juvenil, alimentada pelo uso descontrolado de drogas pesadas e pela negligência dos pais é capaz de destruir vidas em efeito dominó.

O longa se baseia na história real do criminoso mais jovem a entrar na lista dos mais procurados pelo FBI. Aqui, o protagonista recebe o codinome Johnny Truelove (Emile Hirsch), um rapaz de pouco mais de 18 anos que vive como uma espécie de "rei do submundo" na badalada Los Angeles dos anos 90, morando numa bela mansão, sempre rodeado de fiéis amigos e belas garotas, onde exerce sua principal atividade de traficante de drogas, aparentemente com o aval do pai Sonny Truelove (Bruce Willis).

Entre farras e "viagens" proporcionadas por variados tipos de drogas, esses jovens levam uma vida desregrada aparentemente sob as vistas grossas dos respectivos pais que, muito ricos e muito ocupados, preferem não ter que lidar com o problema dos filhos de frente, adotando a tática mais confortável (e, por que não dizer, mais covarde). Mas como nesse submundo nem tudo são flores, também não seria diferente com os garotos de LA. Johnny Truelove inicia uma guerra particular contra Jake Mazursky (Ben Foster), um rapaz igualmente jovem que está em liberdade condicional, mas não consegue manter-se na linha, muito menos longe das drogas.

Por conta de uma dívida de Jake, Johnny decide sequestrar seu irmão mais novo, Zach (Anton Yelchin), um adolescente de 15 anos, e o faz com a ajuda dos fiéis amigos e parceiros Frankie (Justin Timberlake) e Elvis. O crime não é exatamente planejado, e vai tomando proporções sérias na mesma medida em que os rapazes se vêem encurralados e aterrorizados com as possíveis consequências de seus atos.

Na companhia de seus algozes, Zach sequer esboça alguma resistência, porque vê na situação a oportunidade de viver dias de liberdade como jamais sonhara sob os olhos repressores da mãe (vivida por Sharon Stone). Acaba criando laços de amizade com os sequestradores, principalmente com Frankie, e passa seus 3 dias de cárcere curtindo festas regadas a muita droga, bebida e mulheres sensuais, tornando-se uma espécie de "celebridade" por ser conhecido como "o garoto sequestrado".

Mas as coisas não saem exatamente como o planejado porque Johnny e sua gangue, pressionados pela prisão iminente por sequestro, e ameaçados pela possibilidade de pegarem prisão perpétua, acabam tomando as decisões mais extremas para tentar resolver o caso, destruindo suas próprias vidas e, obviamente, as famílias envolvidas.

Enquanto obra cinematográfica, Alpha Dog deixa a desejar num detalhe aqui, outro ali, como a direção de arte irregular e às vezes até precária, ou mesmo pelo roteiro falho em diversos pontos. Na verdade, lendo um pouco sobre a tal história real que inspirou o filme, notei que algumas situações foram "mascaradas" e até modificadas, aparentemente sem muita necessidade, como a captura do criminoso que aconteceu em 2005 no Brasil, e não no Paraguai como diz o filme.

De qualquer forma, como história Alpha Dog é um filme a ser visto, com certeza. Como eu disse no início, por mais que isso seja um assunto já explorado e reexplorado no cinema (e na mídia em geral), ainda assim pode ser surpreendente ver a capacidade destrutiva das drogas, e tudo é muito mais chocante quando sabemos tratar-se de uma história real onde vidas reais foram jogadas no lixo, assim como vidas reais são jogadas no lixo a todo momento hoje em dia, diante da proliferação indiscriminada do uso de drogas por todas as camadas sociais.

E eis aí um grande mérito do filme: por contar com um elenco jovem carismático e com o "chamariz" Justin Timberlake, além da trilha sonora basicamente de raps dos anos 90, certamente é um filme que atrai grande interesse do público jovem, o mesmo público jovem que está exposto à tentação das drogas o tempo todo, na escola, nas festas, nas baladas, e talvez o fim desgraçado dos seus protagonistas acabe servindo de alerta é desestímulo àqueles que oscilam entre mergulhar ou não nessa viagem quase sempre sem volta.

Vale a pena conferir!

Um Lugar para Recomeçar * * * *

Confesso que torci o nariz quando pensei no que poderia virar a fusão, num mesmo filme, de nomes consagrados como Robert Redford e Morgan Freeman com a eterna aspirante a atriz Jenifer Lopez. Achei que de alguma forma a canastrice da estonteante (como ela é linda!) J.Lo pudesse contaminar o enorme talento dos "tiozinhos" Redford e Freeman, mas Um Lugar Para Recomeçar me provou justamente o contrário. Grata surpresa!

Esse comovente e delicado filme do cineasta sueco Lasse Halström passa-se no estado de Wyoming, nos EUA, onde Einar (o estupendo e eternamente lindo Robert Redford) e Mitch (o também brilhante Morgan Freeman), amigos de longa data, dividem a administração de um Rancho. Na verdade, a administração do lugar já não é mais tão dividida como em outros tempos, pois Einar dedica-se também a cuidar do amigo que teve parte de suas pernas amputadas após ser atacado por um lendário urso local. Ainda assim, levam sua rotina pautados na previsibilidade e na mesmice de todo dia, e parecem felizes apesar das cicatrizes que marcam suas vidas - cicatrizes físicas no caso de Mitch, e cicatrizes emocionais no caso de Einar, principalmente pela precoce perda de seu único filho.

A calma e a tranquilidade da vida desses dois senhores é subitamente abalada com a imprevista chegada de Jean (Jenifer Lopez), nora de Einar que não tinha nenhum contato com ele desde o funeral de Griffin, e que traz consigo sua adorável filha Griff (Becca Gardner), uma garotinha de 11 anos que sequer sabia da existência do avô (nem o avô sabia da existência dela). Jean está na verdade fugindo do seu violento namorado, e como não tinha mais nenhum lugar pra onde ir, decidiu enfrentar o passado e encarar o sogro, que sempre a culpou pelo acidente automobilístico que matou Griffin.

Profundamente amargurado, Einar não recebe bem a "novidade", e não é nada receptivo à nora e à neta que chegam como que para causar-lhe ainda mais sofrimento, desenterrando lembranças do passado e mexendo em feridas não cicatrizadas. Mas, ao mesmo tempo em que a presença das duas no Rancho é uma lembrança viva de um passado irrecuperável, é também um sopro de vitalidade para esse velho durão, e apesar da resistência de Einar em lidar diretamente com essa família - a única que lhe resta, seu coração acaba sendo aquecido pela neta, que ele aos poucos vai enxergando como um pedacinho de seu filho ainda na Terra.

Ajudado pelos sábios conselhos do velho amigo Mitch - com quem trava alguns diálogos divertidíssimos - e cativado pelo amor sincero da pequena Griff, Einar acaba descobrindo que o único caminho possível é o perdão, e que somente através do perdão alcançará a paz de espírito que precisa para seguir com dignidade o resto de seus dias.

Ao abordar questões tão pesadas como perdas, amarguras e ressentimentos, Um Lugar para Recomeçar poderia facilmente cair na tentação do dramalhão fácil, mas não é o que acontece, já que o filme preza pela sensibilidade, tornando-se profundamente comovente de maneira sutil, sem grandes apelos melodramáticos. Não é exatamente um tema original, pelo contrário, há muita semelhança com outro filme bem parecido lançado anos antes - Uma Lição de Vida, mas aqui o enfoque é essencialmente humano, demonstrando com delicadeza as fraquezas e os conflitos pessoais de suas personagens sem caricaturizá-las, tornando-as tão reais quanto possível e, por isso mesmo, fazendo com que o espectador se apaixone por aquelas pessoas com a mesma intensidade que torce para que encontrem a felicidade.

Desnecessário falar que a dupla protagonista vivida por Robert Redford e Morgan Freeman dá um show. São realmente uns monstros do cinema, grandes atores e grandes figuras, e certamente muito responsáveis pelo resultado final extremamente agradável. J.Lo tem um papel pequeno, coadjuvante, mas dá conta do recado justamente por não querer aparecer mais do que os demais personagens, empregando o tom apropriado a uma mulher também cheia de conflitos. E, para finalizar, há a presença da fofa garotinha Becca Gardner, que surpreende por ser tão jovem e capaz de representar algo tão profundo, sem titubear. A fotografia é caprichada, a direção de arte minunciosa, a trilha sonora delicada, e o resultado é óbvio:

Um filme emocionante. Não deixe de assistir!

Orgulho e Preconceito * * * *

"Orgulho e Preconceito" já foi adaptado muitas vezes - para o cinema, para a TV, para o teatro, o que por si só já é prova do sucesso deste clássico da literatura mundial escrito por Jane Austen. E talvez esse enorme sucesso deva-se a uma constatação muito simples: Orgulho e Preconceito é, antes de mais nada, um "romanção" no melhor sentido da palavra... Um romance muito bem escrito, que foi também, neste caso, primorosamente adaptado para as telonas.

No final do século 18, a maior preocupação das moças da sociedade inglesa era arrumar um marido. Elas viviam em função disso, e a cada festa renovavam-se as esperanças das solteiras em arrumar finalmente um bom casamento. Imaginem então qual não era a situação da Sra. Bennet (Brenda Blethyn), mãe de 5 filhas - Jane (Rosamund Pike), a mais bela; Lizzie (Keira Knightley), a mais culta; Lydia (Jena Malone), a "saidinha"; Kitty (Carey Mulligan), a inocente; e Mary (Talulah Riley), a mais avessa à idéia de casamento - todas ainda solteiras, e praticamente todas já em idade de casar...

Mãe e filhas levam a busca por um bom casamento bastante a sério, mas a Sra. Bennet não possui muito senso de elegância e é capaz dos comportamentos mais absurdos quando há um pretendente à vista. As moças, por sua vez, encaram o comportamento da mãe com bom humor na maioria das vezes, mas sempre que a situação fica vergonhosa demais, encontram o equilíbrio necessário no colo do passivo pai Sr. Bennet (Donald Sutherland).

E então surge na vida dessas mulheres o "famoso" Sr. Bingley (Simon Woods), que compra uma propriedade na vizinhança e ali se instala, deixando as solteiras eufóricas por ser o ideal do bom partido: bonito, rico e solteiro. Junto com o Sr. Bingley, entretanto, instalam-se também seu antipático amigo Sr. Darcy (Matthew Macfadyen) e sua esnobe irmã, pessoas que aparentemente exercem enorme influência sobre as escolhas do rapaz.

Num dos muitos grandes bailes sociais realizados com objetivos casadoiros, Jane logo se encanta pelo Sr. Bingley, encantamento recíproco, aliás. Da mesma forma, Lizzie logo se irrita com o nariz empinado do Sr. Darcy, e ambos trocam farpas afiadíssimas já no primeiro encontro, implicância mútua que, obviamente, como nos melhores romances, mais tarde viraria interesse mútuo.

A partir desse cenário, a trama é construída de maneira totalmente previsível, mas não menos cativante. O amor a princípio óbvio de Jane e Sr. Bingley sofre interferências externas que quebram ambos os corações, da mesma forma que a antipatia mútua entre Lizzie e Sr. Darcy logo vira uma paixão avassaladora. Recheado de diálogos inteligentes e afiados, ora apelando para a ironia, ora apelando para o amor poético, o filme vai nos levando para um final totalmente esperado, mas que mesmo assim consegue fazer suspirar.

Keira Knightley, a protagonista, recebeu sua primeira indicação ao Oscar pelo papel, o que considero particularmente um exagero. É verdade que ela está bem, principalmente por ser uma personagem que não tem a seu favor nem o trunfo de ser a mais bela da história nem o trunfo de ser a coitadinha, e mesmo assim cativa profundamente o expectador logo no começo pelo seu comportamento sempre cheio de princípios e pelos seus sorrisos luminosos, mas daí a ser indicada ao Oscar foi um pouco demais.

Aliás, Orgulho e Preconceito não é um filme de destaque para um único ator/atriz, pelo contrário: o elenco "coadjuvante" é incrível, especialmente o casal Sr. e Sra. Bennet, ambos fabulosos. A cena final, por exemplo, é um deleite, um presente do veterano Donald Sutherland para o espectador, e fecha com chave de ouro essa genuína história de amor.

Assim, Orgulho e Preconceito é um ótimo filme... um "romanção", como eu disse no começo, mas dos bons mesmo, arrebatador, conduzido de maneira caprichada, com uma fotografia estonteante, trilha sonora idem, culminando no tão desejado final das melhores histórias de amor, o "Felizes Para Sempre".

Não perca!

A Criança * * * *

De vez em quando aparece um filme novo abordando a questão da gravidez na adolescência e suas consequências, sob o mais diversos pontos de vista - dramático, sarcástico, romântico, trágico, cômico.

Em "A Criança" (L´Enfant), procução belgo-francesa premiada com a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2005, o assunto é abordado sob quase todos esses aspectos ao mesmo tempo, mas o foco principal é a irresponsabilidade, o que o torna um filme bastante indigesto, por assim dizer.

Sonia (Déborah François) acaba de sair da maternidade com seu bebê nos braços, e vaga pelas ruas atrás do namorado Bruno (Jérémie Renier), que sequer foi visitá-la durante sua estadia no Hospital. Bruno, por sua vez, é um ladrãozinho de meia tijela que parece não se importar com absolutamente nada a não ser com o próprio umbigo, e embora consiga demonstrar algum afeto pela namorada, o mesmo não acontece com o bebê, ao qual fica indiferente desde o primeiro momento.

Sonia e Bruno não planejaram o filho, lógico, e com o bebê nos braços não têm a menor idéia do que precisam fazer. Irresponsavelmente, expõem o bebê a toda sorte de riscos, até porque intencionam manter a mesma vida marginal de antes, sem se dar conta das implicações da nova responsabilidade. O instinto maternal de Sonia acaba aflorando e ela consegue aos poucos se distanciar do excesso, o que não acontece com Bruno que, obcecado pelo dinheiro fácil que o crime lhe rende e totalmente avesso a assumir um emprego formal, acaba vislumbrando no próprio filho a possibilidade de um golpe que lhe renderia uma grana jamais antes recebida.

Chega a ser chocante a capacidade de Bruno em negociar o próprio filho em troca de algum dinheiro, mas a trama mostra sua enorme frieza da mesma forma que mostra sua enorme falta de noção de realidade e de responsabilidade, de modo que sequer conseguimos apontá-lo como vilão. É como se Bruno fosse, antes de mais nada, uma vítima da própria vida, uma vítima da falta de valores da humanidade, uma vítima da falta de formação, uma pessoa completamente desprovida de princípios, desprovida de caráter.

É um filme onde o clima de tensão é constante, o clima de desespero idem, e o espectador chega a ficar de queixo caído ao ver as sucessivas ações irresponsáveis do casal com o bebê nos braços, dá vontade de gritar para pararem tudo imediatamente, vontade de pedir que alguma entidade do além interdite o casal e coloque pelo menos um pingo de juízo na cabeça daqueles jovens.

A Criança incomoda, põe o dedo numa ferida latejante, e sem nomear heróis ou algozes simplesmente escancara uma questão extremamente séria que tornou-se um grande problema social no mundo todo. Imperdível!

Fuso Horário do Amor * * *

Comédia Romântica é um gênero adorado por quase todos, principalmente mulheres. O que tem feito o gênero cair em desgraça é a recente sucessão de erros lançada nos cinemas com uma carinha bonita de chamariz e nada de conteúdo a sustentar a trama, resultando em uma dúzia (ou muito mais) de filmes iguais, previsíveis, chatos e recheados de clichês. Talvez por isso "Fuso Horário do Amor" (Decaláge Horaire) tenha sido pra mim uma grata surpresa.

Rose (Juliette Binoche) é uma espalhafatosa cabelereira-manicure-esteticista que, embora já tenha atingido a marca dos 30 anos há algum tempo, ainda não alcançou o mínimo de equilíbrio em sua vida pessoal. Aparentemente decidida a mudar sua própria história de vida, ela decide embarcar numa viagem para o México, onde pretende recomeçar sua vida e alcançar a tão sonhada paz de espírito (e, quem sabe, encontrar sua alma gêmea).

Félix (Jean Reno) é um quarentão que também parece perdido na vida, e apesar de ter alcançado algum sucesso profissional como chef de cozinha, não tem a mesma competência para administrar os conflitos de sua vida pessoal, sendo totalmente refém de seus sentimentos reprimidos.

Ela está no Aeroporto Internacional de Paris aguardando seu vôo para o México. Ele está no meso local aguardando seu vôo para a Alemanha, onde será realizado o funeral de sua quase ex-sogra, e ambos cruzam-se quase que acidentalmente no meio do caos que se torna o Aeroporto diante de uma greve geral que cancela temporariamente todos os vôos.

Atraem-se mutuamente, de uma maneira pouco romântica e bastante divertida, e por conta do ócio durante a espera da regularização dos vôos, acabam travando um diálogo preliminar que os aproximará e os afastará, não sem antes provocar reflexão, auto-conhecimento e novas descobertas a respeito deles mesmos - e do amor - por parte de ambos.

Por este resuminho aí acima, pode parecer que Fuso Horário do Amor é mais uma comédia romântica previsível, mas garanto que não é. Tudo bem, há a exploração de um ou outro clichê típico do gênero, mas nada que comprometa a obra como um todo.

Na verdade, o grande diferencial deste filme é que seus protagonistas não são apenas uns rostinhos bonitinhos adoráveis, pelo contrário: são pessoas mais velhas que o normal em filmes do gênero, e as personagens são bem construídas, sem apelar para o estereótipo do quarentão amargurado ou da trintona desesperada por um relacionamento.

É um filme sensível, delicado, respeitoso e, porque não dizer, otimista. E, lógico, muito divertido. Nada extraordinário, mas também nada desprezível. Para o gênero, eu diria que é um filme "na média", agradável de se ver, leve, com atuações deliciosas da dupla bastante competente Juliete Binoche - Jean Reno, e o cenário mais perfeito possível para qualquer romance - A Cidade Luz.

Prova de Fogo * *

Campeonato de soletração está em moda por aqui desde que o programa global "Caldeirão do Huck" lançou o quadro - que está atualmente na segunda edição - no ano passado. Mas ao assistir o filme "Prova de Fogo" (título original "Akeelah and the Bee), vemos que esse "esporte" é moda nos EUA há algum tempo, havendo inclusive um campeonato nacional de tamanha notoriedade que é transmitido pelos canais esportivos locais.

O filme mostra a saga da adorável Akeelah (Keke Palmer) em busca da vitória no Campeonato Nacional de Soletração. Ela é uma pré-adolescente negra, que vive numa família desestruturada emocionalmente após a morte do pai, estuda numa escola pública precária no subúrbio de Los Angeles e tem de enfrentar a hostilidade de alguns colegas de escola que a agridem por ser a CDF da turma. Sua notável inteligência especialmente com as palavras logo é percebida pela professora, e o diretor da escola vê na garota uma oportunidade de atrair investimentos e melhorias no ensino da instituição. Resolve então apostar no talento de Akeelah, que a princípio reluta diante da idéia de participar do concurso, mas logo acaba cedendo e mergulha de cabeça na preparação para atingir seu objetivo.

Ela é treinada pelo por um notável Professor Universitário (Laurence Fishburne), o primeiro negro a vencer um concurso nacional de soletração há muitos anos, um homem extremamente inteligente mas igualmente amargurado pela perda da família em uma tragédia. Obviamente não demora para que ambos encontrem uma afinidade que vai além do objetivo da competição, e os motivos pessoais acabam sendo mais importantes do que qualquer outro em busca da vitória.

"Prova de Fogo" é um filme exatamente no estilo "sessão da tarde", recheado de clichês e de qualidade bem razoável. Vários pontos já exaustivamente abordados em outros filmes são aqui novamente explorados, como a inclusão racial por meio do esporte (no caso a soletração), a redenção de alguém amargurado que reencontra a capacidade de amar, a superação da carência material e moral, enfim, uma série de assuntos que são quase invariavelmente fadados à mesmice,

Entretanto, não é um filme totalmente descartável. Apesar de toda a previsibilidade já mencionada, é um filme delicado, leve, e mesmo clichê, não deixa de ser uma lição de vida, uma lição de que a dedicação é às vezes a única arma que temos pra alcançar nossos objetivos nesse mundo selvagem onde os fracos são oprimidos o tempo todo, uma lição de amizade, de caráter, de amor ao próximo e de amor próprio.

Assisti o filme com meu filho de 7 anos. Ele é doido por soletração desde que viu o quadro pela primeira vez na TV, adora soletrar e (acreditem!) lê o dicionário para aprender novas palavras. Lógico que ele adorou o filme. Mas o que achei mais legal mesmo foi que quando terminou, ele imediatamente me disse: "Puxa, a Akeelah conseguiu porque ela estudou muito, então se eu estudar muito também posso conseguir, né, mãe?".

Já é uma grande lição!!!