Antes de começar mais uma divagação controversa, queria relembrar uma velha e fundamental lição de Língua Portuguesa que aprendemos logo nos primeiros anos escolares: a definição e a diferença entre substantivo e adjetivo.
Segundo a "enciclopédia virtual" (Wikipédia), SUBSTANTIVO dá nome aos seres em geral, e pode variar em gênero, número e grau, enquanto que ADJETIVO é uma palavra que atribui qualidade a um substantivo.
Partindo destas definições "técnicas", temos a primeira dedução lógica: O substantivo é muito mais importante que o adjetivo. Isto porque ele precisa "existir" para que o adjetivo tenha razão de ser. Um substantivo existirá ainda que nenhum adjetivo o qualifique. Mas nenhum adjetivo fará sentido sozinho, precisa necessariamente estar atrelado a um substantivo.
Pois bem.
Enquanto seres humanos, somos todos substantivos. Somos seres. Humanos. Apenas isso.
E cada ser humano, substantivo, pode ser uma infinidade de adjetivos que vão desde suas características físicas / biológicas - masculino ou feminino, por exemplo, até suas características psicológicas, de possibilidades infinitas.
À parte os adjetivos físicos, que nos descrevem tais quais somos - homem ou mulher, alto ou baixo, índio ou oriental, gordo ou magro, etc e tal, todos os demais são absolutamente subjetivos e dependem não apenas do que se é, mas especialmente daquilo que o outro que nos classifica é capaz de perceber em nós.
Por isso podemos ser classificados como chatos pra alguns e legais pra outros. Como bons para uns e ruins para outros. Como belos para uns e feios para outros. É tudo muito, MUITO subjetivo.
Mas, subjetivo ou não, variável ou não, o fato é que nenhum adjetivo é capaz de modificar o substantivo que se é. Podem nos classificar do que quer quer seja, podem nos atribuir a qualidade que for, mas jamais deixaremos de ser humanos.
E eu honestamente não entendo essa necessidade que a maioria das pessoas tem de rotular todo mundo o tempo todo. De se auto-rotular, inclusive.
Pior. Convencionou-se determinar alguns adjetivos como definições supremas de tipos de pessoas, e há uma tendência coletiva de nos jogar para uma dessas categorias de maneira compulsória, como se as coisas fossem assim, tão óbvias... como se fôssemos todos mercadorias de um supermercado e tivéssemos que ser obrigatoriamente alocados em prateleiras pré-determinadas.
Dentro dessas convenções estúpidas, você pode ser "legal ou chato"; "bonito ou feio"; "talentoso ou medíocre"; "alegre ou triste"; "heterossexual ou homossexual"; e por aí vai.
Criam-se rótulos que são utilizados para classificar as pessoas, rótulos estes que acabam inventando uma verdade absoluta que não existe!
Porque se enquanto substantivo seremos sempre humanos, podemos, por outro lado, ser legais num dia e chatos no outro; estar alegres num dia e tristes no outro; ter interesses heterossexuais num dia e homossexuais no outro. Tudo pode mudar, sempre, o tempo todo. E deve mudar. É saudável mudar. É da natureza humana, eu ousaria dizer.
Por isso essa mania de rotular todo mundo o tempo todo me irrita tanto. É mais uma das faces da hipocrisia. Mais uma das faces do preconceito, que tem essa necessidade de enquadrar as pessoas em modelos pré definidos pra depois julgá-las segundo essa classificação.
Tudo besteira! Enorme besteira!
De alguma forma nos condicionamos a viver sob estes rótulos, e é por isso que a maioria das pessoas cede a eles sem titubear. É mais fácil ceder a um modelo pré definido do que descobrir / inventar o próprio modelo.
Uma pena. Vejo gente rica em possibilidades limitando-se o tempo todo porque condicionou-se a viver sob um rótulo, e inconscientemente recusa todas as outras possibilidades.
Vejo gente rica em possibilidades limitando-se a um comportamento previsível, óbvio e às vezes até patético, simplesmente porque "comprou uma ideia" inventada, evitando os riscos (e as delícias) de novas descobertas.
Tanto potencial, tanta chance de crescimento, tanta possibilidade perdida apenas porque as pessoas colam em suas testas os rótulos das classificações imbecis que a sociedade criou, e vivem segundo estes rótulos que muitas vezes (quase nunca, eu ousaria dizer) refletem 100% do que se é de verdade.
Tenho observado muito isso quando o assunto é, por exemplo, sexualidade. Eis um dos assuntos mais impregnados de clichês desde que o mundo é mundo. E quando eu olho de perto pra todos eles, só tenho vontade de sair correndo.
Porque eu, particularmente, não me enquadro em definições. Não aceito tomar como meu um único adjetivo, isso não me basta. Eu não quero e não vou limitar minhas possibilidades. Não sou uma coisa nem outra. Sou todas as coisas. E ainda sou capaz de inventar tantas outras. Depende do momento, da vontade, da oportunidade, da química.
Esse é o grande barato. É descobrir que onde convencionou-se confeccionar apenas 2 ou 3 rótulos, existem na verdade muito mais possibilidades. É quebrar todos os paradigmas e provar senão pra ninguém mas pra si mesmo que tudo é possível, ainda que não exista um adjetivo pra definir essas "possibilidades"...
Repito: eu vejo gente se limitando o tempo todo. Eu vejo gente infeliz com o que escolheu ser, porque não cabe num único adjetivo, mas não consegue escapar dele. Eu vejo gente cedendo a um modelo que não é autêntico apenas para se sentir inserido num meio. Eu vejo gente usando rótulos inadequados, que funcionam apenas como cerceadores de liberdade, o que é muito, muito triste.
O grande barato da vida é libertar-se de tudo que impõe barreiras ao pleno exercício do SER.
Siga suas vontades. Experimente. Existe todo um universo de coisas inclassificáveis ou inclassificadas. E é lá que encontramos as melhores possibilidades. Porque se não há classificação, não há regras. Eis a minha praia!
Nenhum adjetivo modifica o substantivo que se é. Mesmo.
Somos todos GENTE. Seres humanos pensantes. Disso não temos como fugir. Todos temos composição física similar - coração, pulmões, cérebro, blablabla, mas psicologicamente falando somos um mar infinito de possibilidades... E devemos sê-lo. Intensamente.
Não vamos negligenciar tanta riqueza... liberte sua vontade... solte sua imaginação... crie novos adjetivos. Porque ser chato ou legal é muito óbvio. Ser homo ou hetero é muito óbvio. E ser óbvio é para os medíocres. É para os pequenos. É para os que não ousam e que tem medo de descobertas.
Existe um universo ilimitado a ser prazerosamente explorado... Basta pra isso que libertemos nossas almas e a deixemos voar de acordo com os sentidos impublicáveis e indescritíveis que todos nós sabemos que existem, mas ignoramos para manter-nos ligado aos padrões pré fixados...
Há quem esteja nessa vida a passeio e contente-se com pouco, mas eu NÃO SOU uma destas pessoas. Não quero rótulos, não tenho rótulos, não busco rótulos. Sou e quero ser inclassificável. E manter sempre as portas das possibilidades abertas.
Quero entender tudo que for possível. Quero experimentar tudo que for possível. Quero viver tudo que for possível. Quero SER tudo que eu puder ser.
Com toda a intensidade que eu conseguir, porque, parafraseando um amigo querido, "é assim que eu sei viver!"
This is It!
Segundo a "enciclopédia virtual" (Wikipédia), SUBSTANTIVO dá nome aos seres em geral, e pode variar em gênero, número e grau, enquanto que ADJETIVO é uma palavra que atribui qualidade a um substantivo.
Partindo destas definições "técnicas", temos a primeira dedução lógica: O substantivo é muito mais importante que o adjetivo. Isto porque ele precisa "existir" para que o adjetivo tenha razão de ser. Um substantivo existirá ainda que nenhum adjetivo o qualifique. Mas nenhum adjetivo fará sentido sozinho, precisa necessariamente estar atrelado a um substantivo.
Pois bem.
Enquanto seres humanos, somos todos substantivos. Somos seres. Humanos. Apenas isso.
E cada ser humano, substantivo, pode ser uma infinidade de adjetivos que vão desde suas características físicas / biológicas - masculino ou feminino, por exemplo, até suas características psicológicas, de possibilidades infinitas.
À parte os adjetivos físicos, que nos descrevem tais quais somos - homem ou mulher, alto ou baixo, índio ou oriental, gordo ou magro, etc e tal, todos os demais são absolutamente subjetivos e dependem não apenas do que se é, mas especialmente daquilo que o outro que nos classifica é capaz de perceber em nós.
Por isso podemos ser classificados como chatos pra alguns e legais pra outros. Como bons para uns e ruins para outros. Como belos para uns e feios para outros. É tudo muito, MUITO subjetivo.
Mas, subjetivo ou não, variável ou não, o fato é que nenhum adjetivo é capaz de modificar o substantivo que se é. Podem nos classificar do que quer quer seja, podem nos atribuir a qualidade que for, mas jamais deixaremos de ser humanos.
Gente é apenas isso. GENTE.
E eu honestamente não entendo essa necessidade que a maioria das pessoas tem de rotular todo mundo o tempo todo. De se auto-rotular, inclusive.
Pior. Convencionou-se determinar alguns adjetivos como definições supremas de tipos de pessoas, e há uma tendência coletiva de nos jogar para uma dessas categorias de maneira compulsória, como se as coisas fossem assim, tão óbvias... como se fôssemos todos mercadorias de um supermercado e tivéssemos que ser obrigatoriamente alocados em prateleiras pré-determinadas.
Dentro dessas convenções estúpidas, você pode ser "legal ou chato"; "bonito ou feio"; "talentoso ou medíocre"; "alegre ou triste"; "heterossexual ou homossexual"; e por aí vai.
Criam-se rótulos que são utilizados para classificar as pessoas, rótulos estes que acabam inventando uma verdade absoluta que não existe!
Porque se enquanto substantivo seremos sempre humanos, podemos, por outro lado, ser legais num dia e chatos no outro; estar alegres num dia e tristes no outro; ter interesses heterossexuais num dia e homossexuais no outro. Tudo pode mudar, sempre, o tempo todo. E deve mudar. É saudável mudar. É da natureza humana, eu ousaria dizer.
Por isso essa mania de rotular todo mundo o tempo todo me irrita tanto. É mais uma das faces da hipocrisia. Mais uma das faces do preconceito, que tem essa necessidade de enquadrar as pessoas em modelos pré definidos pra depois julgá-las segundo essa classificação.
Tudo besteira! Enorme besteira!
De alguma forma nos condicionamos a viver sob estes rótulos, e é por isso que a maioria das pessoas cede a eles sem titubear. É mais fácil ceder a um modelo pré definido do que descobrir / inventar o próprio modelo.
Uma pena. Vejo gente rica em possibilidades limitando-se o tempo todo porque condicionou-se a viver sob um rótulo, e inconscientemente recusa todas as outras possibilidades.
Vejo gente rica em possibilidades limitando-se a um comportamento previsível, óbvio e às vezes até patético, simplesmente porque "comprou uma ideia" inventada, evitando os riscos (e as delícias) de novas descobertas.
Tanto potencial, tanta chance de crescimento, tanta possibilidade perdida apenas porque as pessoas colam em suas testas os rótulos das classificações imbecis que a sociedade criou, e vivem segundo estes rótulos que muitas vezes (quase nunca, eu ousaria dizer) refletem 100% do que se é de verdade.
Tenho observado muito isso quando o assunto é, por exemplo, sexualidade. Eis um dos assuntos mais impregnados de clichês desde que o mundo é mundo. E quando eu olho de perto pra todos eles, só tenho vontade de sair correndo.
Porque eu, particularmente, não me enquadro em definições. Não aceito tomar como meu um único adjetivo, isso não me basta. Eu não quero e não vou limitar minhas possibilidades. Não sou uma coisa nem outra. Sou todas as coisas. E ainda sou capaz de inventar tantas outras. Depende do momento, da vontade, da oportunidade, da química.
Esse é o grande barato. É descobrir que onde convencionou-se confeccionar apenas 2 ou 3 rótulos, existem na verdade muito mais possibilidades. É quebrar todos os paradigmas e provar senão pra ninguém mas pra si mesmo que tudo é possível, ainda que não exista um adjetivo pra definir essas "possibilidades"...
Repito: eu vejo gente se limitando o tempo todo. Eu vejo gente infeliz com o que escolheu ser, porque não cabe num único adjetivo, mas não consegue escapar dele. Eu vejo gente cedendo a um modelo que não é autêntico apenas para se sentir inserido num meio. Eu vejo gente usando rótulos inadequados, que funcionam apenas como cerceadores de liberdade, o que é muito, muito triste.
O grande barato da vida é libertar-se de tudo que impõe barreiras ao pleno exercício do SER.
Siga suas vontades. Experimente. Existe todo um universo de coisas inclassificáveis ou inclassificadas. E é lá que encontramos as melhores possibilidades. Porque se não há classificação, não há regras. Eis a minha praia!
Nenhum adjetivo modifica o substantivo que se é. Mesmo.
Somos todos GENTE. Seres humanos pensantes. Disso não temos como fugir. Todos temos composição física similar - coração, pulmões, cérebro, blablabla, mas psicologicamente falando somos um mar infinito de possibilidades... E devemos sê-lo. Intensamente.
Não vamos negligenciar tanta riqueza... liberte sua vontade... solte sua imaginação... crie novos adjetivos. Porque ser chato ou legal é muito óbvio. Ser homo ou hetero é muito óbvio. E ser óbvio é para os medíocres. É para os pequenos. É para os que não ousam e que tem medo de descobertas.
Existe um universo ilimitado a ser prazerosamente explorado... Basta pra isso que libertemos nossas almas e a deixemos voar de acordo com os sentidos impublicáveis e indescritíveis que todos nós sabemos que existem, mas ignoramos para manter-nos ligado aos padrões pré fixados...
Há quem esteja nessa vida a passeio e contente-se com pouco, mas eu NÃO SOU uma destas pessoas. Não quero rótulos, não tenho rótulos, não busco rótulos. Sou e quero ser inclassificável. E manter sempre as portas das possibilidades abertas.
Quero entender tudo que for possível. Quero experimentar tudo que for possível. Quero viver tudo que for possível. Quero SER tudo que eu puder ser.
Com toda a intensidade que eu conseguir, porque, parafraseando um amigo querido, "é assim que eu sei viver!"
This is It!
Beijos Fartos!
5 comentários:
adorei teu texto e a forma como pensas, compartilho muito dela...
parabéns pelo blog! muito legal!
ASSINO EM BAIXO!!!
Beijos
Farta, mas você começou falando do substantivo, do adjetivo e passou para o verbo, percebeu? Ser, fazer, entender, experimentar.
Se o foco fosse mesmo os dois primeiros, te diria que há um problema: substantivos são subjetivos tanto quanto os adjetivos, uma vez que cada língua convencionou os 'nomes' para todas as categorias existentes no mundo, desde objetos até animais, passando pela fantasia. Qual o problema exatamente? O problema é que quando eu digo mesa nós podemos imaginar uma mesa redonda, ou quadrada, ou triangular ou qualquer outro formato que exista. Mas e quando um inglês diz 'table', o que ele imagina? Compreende? Se na nossa língua é possível imaginar formas diferentes, em outra pode-se imaginar cores diferentes. Estamos falando do mesmo objeto? Não. Então mesmo sendo substantivos não é possível classificar como apenas isso ou apenas aquilo. Mesmo querendo tornar um substantivo objetivo, não conseguimos porque a ideia é subjetiva, a imagem que fazemos é subjetiva. Seria objetiva se só houvesse uma possibilidade e você sabe que não.
Mas volto ao fato de que o foco desde post na verdade é o verbo, já que você propôs partimos da língua portuguesa. Não importa quem seja ou como seja, importa o que pratica. Isso muda o referencial, isso muda toda a IDEIA que cada um faz de si e do outro.
Beijos.
Muito interessante pensar pessoas a partir da lingua portuguesa. Mas dava pra descomplicar? Vamos sentir mais e pensar menos dessa vez, talvez seja mais fácil Bjo
http://broguedadoida.blogspot.com/2010/03/levantando-moral.html
parafraseando um amigo querido, "é assim que eu sei viver!
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