terça-feira, 1 de abril de 2008

Prova de Fogo * *

Campeonato de soletração está em moda por aqui desde que o programa global "Caldeirão do Huck" lançou o quadro - que está atualmente na segunda edição - no ano passado. Mas ao assistir o filme "Prova de Fogo" (título original "Akeelah and the Bee), vemos que esse "esporte" é moda nos EUA há algum tempo, havendo inclusive um campeonato nacional de tamanha notoriedade que é transmitido pelos canais esportivos locais.

O filme mostra a saga da adorável Akeelah (Keke Palmer) em busca da vitória no Campeonato Nacional de Soletração. Ela é uma pré-adolescente negra, que vive numa família desestruturada emocionalmente após a morte do pai, estuda numa escola pública precária no subúrbio de Los Angeles e tem de enfrentar a hostilidade de alguns colegas de escola que a agridem por ser a CDF da turma. Sua notável inteligência especialmente com as palavras logo é percebida pela professora, e o diretor da escola vê na garota uma oportunidade de atrair investimentos e melhorias no ensino da instituição. Resolve então apostar no talento de Akeelah, que a princípio reluta diante da idéia de participar do concurso, mas logo acaba cedendo e mergulha de cabeça na preparação para atingir seu objetivo.

Ela é treinada pelo por um notável Professor Universitário (Laurence Fishburne), o primeiro negro a vencer um concurso nacional de soletração há muitos anos, um homem extremamente inteligente mas igualmente amargurado pela perda da família em uma tragédia. Obviamente não demora para que ambos encontrem uma afinidade que vai além do objetivo da competição, e os motivos pessoais acabam sendo mais importantes do que qualquer outro em busca da vitória.

"Prova de Fogo" é um filme exatamente no estilo "sessão da tarde", recheado de clichês e de qualidade bem razoável. Vários pontos já exaustivamente abordados em outros filmes são aqui novamente explorados, como a inclusão racial por meio do esporte (no caso a soletração), a redenção de alguém amargurado que reencontra a capacidade de amar, a superação da carência material e moral, enfim, uma série de assuntos que são quase invariavelmente fadados à mesmice,

Entretanto, não é um filme totalmente descartável. Apesar de toda a previsibilidade já mencionada, é um filme delicado, leve, e mesmo clichê, não deixa de ser uma lição de vida, uma lição de que a dedicação é às vezes a única arma que temos pra alcançar nossos objetivos nesse mundo selvagem onde os fracos são oprimidos o tempo todo, uma lição de amizade, de caráter, de amor ao próximo e de amor próprio.

Assisti o filme com meu filho de 7 anos. Ele é doido por soletração desde que viu o quadro pela primeira vez na TV, adora soletrar e (acreditem!) lê o dicionário para aprender novas palavras. Lógico que ele adorou o filme. Mas o que achei mais legal mesmo foi que quando terminou, ele imediatamente me disse: "Puxa, a Akeelah conseguiu porque ela estudou muito, então se eu estudar muito também posso conseguir, né, mãe?".

Já é uma grande lição!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Dona Farta como você escreve bem adorei quando tiver um tempo entra no meu blog também http://marcusvivendoeaprendendo.blogspot.com um abraso tchau...