segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama - 2008


Depois da minha estréia quase traumática no ano passado (por causa da chuva e do frio), tomei gosto pela coisa e repeti a dose este ano.

E lá fomos nós ontem participar de mais uma Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama: Eu, minha amiga-fiel-escudeira-e-companheira-de-aventuras Érica (mais conhecida como Bruxona Resmungona), minha irmã-atleta-corredora-top Silvia e seu namorido Laudo, e Odylo. Formamos a melhor equipe de provas de rua que existe, a equipe "Silvia Aguilhar Running" (piadinha interna! rsrs).


Dessa vez o tempo colaborou. Estava bem frio de manhãzinha quando saímos de casa (por volta das 07h00), mas ao longo da prova o Sol foi nos brindando com seu calor e quando terminamos o percurso já estávamos todos aquecidos, tanto pela atividade física como pelos maravilhosos raios de Sol de uma especialíssima manhã de domingo.

Tudo por uma causa pra lá de nobre. A conscientização das mulheres sobre essa doença maldita - que tem grandes chances de cura em caso de diagnóstico precoce, o que se estimula também através do auto-exame - é muito importante, a arrecadação de recursos para o desenvolvimento de pesquisas também, por isso participei e participarei tantas outras vezes quantas for possível com enorme prazer.

Pra quem tem vontade de participar mas se deixa dominar pela preguiça, garanto que vale à pena. Eu também sou a "senhora preguiça", e acordar cedinho em pleno domingão não me parece nada interessante, mas depois que vencemos essa primeira barreira e nos permitimos tentar, descobrimos como o domingo pode ser um dia ainda mais gostoso se a gente aproveitá-lo desde o primeiro horário, praticando uma atividade física ao ar livre, recebendo a energia boa que rola entre aquela multidão de pessoas envolvidas numa mesma causa, enfim... É uma sensação incrível de conquista pessoal: conseguir vencer a preguiça, conseguir vencer o percurso, conseguir completar a prova, conseguir se sentir animada e o principal: ficar com vontade de repetir a dose o quanto antes, porque o gostinho de "quero mais" que fica é grande!


Tanto isso é verdade que já estou inscrita para uma outra prova que acontecerá em poucas semanas. Estou animadíssima. Sei que meu condicionamento ainda não me permite correr, mas meu objetivo é melhorar o ritmo da caminhada para a longo prazo conseguir completar uma prova inteira correndo... Parece impossível, mas agora eu sei que não é, e quem viver verá minha vitória... vai demorar um pouquinho, mas eu chego lá!

Já minha amiga Érica-Bruxona-Resmungona repetiu a dose comigo (ela também tinha se aventurado na chuva ano passado), e fizemos a caminhada num ritmo ótimo, à base de muito papo, muita fofoquinha e muita diversão. E como ela "leu as letras miúdas do contrato de amizade" e sabe que "não basta ser amiga, tem que participar", resmungou bastante mas topou o próximo desafio, e vai estar comigo na Corrida da Paz. Isso que é amiga, né? A gente reclama mas se diverte, e é isso que vale na vida!

Depois da prova fomos todos pra uma padaria bem bacana na região dos Jardins tomar um merecido café da manhã. Companhias agradáveis, ambiente aconchegante, manhã de sol, energia rolando solta, começamos nosso domingo com chave de ouro, ou melhor: Medalha de Ouro!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Repetindo: Menino Sabido!

(clique na imagem para ampliá-la)
Não entendeu nada? Leia a versão convencional logo a seguir.


Quer brincar de embaralhar suas próprias palavras? Clique aqui.

Menino Sabido!

Situação: Uma mãe recém-operada tomando banho depois de um longo e difícil dia, e o filho de 7 anos entra no banheiro, puxa o banquinho e senta pra conversar.

Filho: "Mamãe, você agora está bem bonita, você não tem mais pança, né?"

Mãe: "Pois é, filho... a mamãe finalmente se livrou daquela pança horrorosa!"

Filho: "Ah... bem... era uma pança, mas não era assim tão feia!"

Mãe: "Mas agora tá bem melhor, você não acha?"

Filho: "É, mamãe, está bom, mas pra mim isso nem importa, porque eu gosto de você do jeito que você é!"

*** Neste momento a mãe solta uma enorme gargalhada de satisfação, que vem seguida de um sonoro gemido de dor (porque pra ela, recém-operada, rir ainda é uma tortura... os músculos abdominais dóem muito, latejam...). ***

Filho: "Mamãe, você tá sentindo dor? Cuidado, mãe! Você não pode fazer esforço! Você tá sofrendo, né, mamãe?"

Mãe: "Ah, filho, tô sofrendo só um pouquinho, porque ainda dói..."

Filho: "Mas mamãe, não se preocupe porque o sofrimento faz parte da felicidade!"

Mãe: "Como assim, filho? De onde você tirou isso?"

Filho: "É, mamãe! O sofrimento faz parte para se conquistar a felicidade, então não se preocupe porque se você está sofrendo, você vai ser feliz!"

Mãe (confusa): "Sim, filho, mas afinal de contas, de onde é que você tirou essa conclusão tão profunda?"

Filho: "Ué, eu aprendi, mamãe! Eu aprendo coisas! E na escola a Prô contou outro dia a história da menina que sofreu muito porque ela teve que fazer uma mudança de casa, e ela teve que viajar de navio, e ela não queria. Mas daí depois de algum tempo ela encontrou novos amigos e ficou muito feliz, então ela descobriu que se ela não tivesse sofrido também não teria encontrado a felicidade!"

Mãe (com cara de árvore): "Ah... então tá!"

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O Maior Amor - Amor de Mãe

Uma pergunta:

Quantas formas de Amor existem? Quantos tipos de Amor? Quantos jeitos de Amar?
Ao longo do tempo a humanidade tem buscado incessantemente formas de expressar, descrever, demonstrar, materializar o Amor, seja através de textos, poemas, músicas, obras de arte, gestos, seja como for... Mas o fato é que a subjetividade deste sentimento e o poder que ele exerce sobre uma pessoa são tão mais fortes que nem o mais belo poema de todos os tempos, nem a mais bela canção, nem o mais nobre gesto são capazes de traduzir integralmente O Que É O Amor.

Não importa, porque todo ser humano tem a capacidade de identificar o Amor, a capacidade de Amar e ser Amado, de modo que uma explicação mais detalhada acaba sendo desnecessária quando nos vemos arrebatados por este sentimento que é simplesmente-tudo-isso: Amor.

Voltemos então à pergunta inicial, mais precisamente esse trecho: "Quantos TIPOS de Amor existem?"

Bem. Cheguei ao ponto crucial que quero abordar hoje: Os TIPOS de Amor, e pra mim eles são 2:

Existe o Amor de Mãe, que é o Maior Amor.


E existem todos os outros Amores, que podem ser fortes, intensos, sublimes, genuínos, arrebatadores, etc, etc, etc, etc... Mas JAMAIS serão Amor de Mãe, simplesmente porque não há nem como comparar, não há equivalência, não há substituição, não há nada que se compare ao Maior Amor do Mundo.

Cheguei a essa conclusão analisando tudo o que sei sobre o Amor, provavelmente muito pouco diante de alguns experts, mas o bastante para me deixar convicta do que estou falando.

Ninguém no mundo tem maior capacidade de Amar do que uma Mãe. NINGUÉM. Nem o pai, nem o filho, nem o irmão, nem os amigos, nem o companheiro, nem a melhor pessoa do mundo, nenhuma delas vai te amar mais do que a sua mãe te ama.

O Amor de Mãe é exclusivo, só as mães são capazes de desenvolvê-lo. Honestamente não tenho a mínima idéia de qual seja a explicação lógica pra isso, simplesmente sei que é assim.

Tudo começa na gravidez. Só uma mãe é capaz de carregar o filho no próprio ventre durante 9 meses, sofrer modificações bruscas em seu corpo (algumas irreversíveis), e amar incondicionalmente o responsável por essa avalanche de mudanças - o filho - desde o primeiro minuto, desde a concepção, sem ao menos saber como ele vai ser, se vai ser perfeito ou imperfeito, feio ou bonito, saudável ou doente, menino ou menina, se será uma pessoa de bem ou não.

A partir daí, não há mais limites para o Amor de Mãe. Existem coisas (e muitas coisas) que só uma mãe é capaz de fazer por um filho, e eu nem tenho como descrevê-las porque, bem, são coisas demais. Acredite em mim.

E esse amor incondicional de mãe não é uma exclusividade dos seres humanos. No mundo animal também é assim. As fêmeas matam por seus filhotes, lutam por eles, priorizam sua proteção, sua nutrição, seu desenvolvimento saudável, mesmo que isso lhes custe a própria vida.

Só uma mãe é capaz de morrer e matar pelo filho. Seja ela uma mulher, uma leoa, uma macaca, uma elefoa, uma tigresa, seja ela o animal que for. Se for mãe, é capaz de tudo - absolutamente tudo - em nome da sua cria.


Nem sempre nos damos conta disso, porque a gente já nasce sob a proteção desse Amor Maior, vivemos acostumados a recebê-lo todos os dias, a cada minuto, e às vezes não conseguimos sequer enxergá-lo. Agimos como se esse Amor nem existisse, e muitas vezes não o compreendemos, porque ele não vem sempre sob a forma óbvia do afago, às vezes vem sob a forma de uma bronca, uma proibição, um castigo. Mas é sempre Amor, sempre o Maior Amor, aquele que você vai receber na vida exclusivamente de uma única pessoa - sua mãe (biológica ou não, aliás), e de ninguém mais.

Claro, eu mesma tive na vida diversos momentos em que duvidei que tantas atitudes fossem apenas Amor. Quando adolescente, principalmente, tive lá minhas diferenças e algumas brigas com a minha mãe, momentos em que a revolta me dominava e eu chegava a pensar que ela me odiasse por me proibir de tantas coisas, por me impor tantas outras, por me repreender, por me criticar.

Mas o Maior Amor do Mundo é tão maior que qualquer outro que minha mãe - assim como qualquer mãe faria - continuou me amando mais e mais e mais, apesar de toda a minha rebeldia, e nunca desistiu de mim. Ela sempre estava lá pra me proteger, pra me amparar, pra cuidar de mim. Ela sempre estava lá, exausta, cansada, chateada, ferida, mas SEMPRE estava lá. Eu às vezes não merecia, mas ela continuava lá, numa devoção que só as mães são capazes de ter.

Sei que ninguém me pediu conselho e nem é esse o meu objetivo aqui, mas acredite em mim: Existem coisas (muitas coisas) que SÓ SUA MÃE FARIA POR VOCÊ.

Você pode ter o melhor marido/esposa do mundo, o mais apaixonado namorado/namorada, o mais incrível companheiro/companheira, e o Amor desta pessoa por você pode ser o mais sincero e puro do Mundo, que ainda assim essa pessoa jamais será capaz de fazer por você coisas que SÓ SUA MÃE FARIA.

Você pode ter o melhor Pai do mundo, os melhores irmãos do mundo, a família mais perfeita do universo, mas nenhuma dessas pessoas, mesmo te amando com todas as forças que possuírem, serão capazes de fazer por você coisas que SÓ SUA MÃE FARIA.

Você pode ter os amigos mais incríveis do mundo, conhecer as pessoas mais generosas da face da terra, ter relações de muito amor e carinho com as pessoas que fazem parte da sua vida, mas nenhuma dessas pessoas jamais será capaz de fazer por você coisas que SÓ SUA MÃE FARIA.

Se eu sempre soube disso? Não, claro que não. Sou humana e, como já falei acima, tive meus momentos difíceis com a minha mãe, nem sempre compreendi a forma que ela tinha de me transmitir o Maior Amor, e isso gerou algum atrito durante alguns anos. Mas, Bendita seja a Maturidade!, tive tempo de enxergar a realidade do Amor Incondicional, compreendê-lo e tentar, modestamente, retribuir um milésimo de tudo o que ela fez por mim.


Só que o tempo foi curto, porque os Céus a chamaram pra transmitir sua sabedoria por lá, e me dói muito pensar que talvez eu não tenha conseguido demonstrar pra ela todo o amor que eu sentia, toda a minha gratidão, toda a minha devoção, e todo o meu arrependimento pelos momentos em que eu deixei de agir como ela merecia, como uma boa filha, como uma boa pessoa.

Há 2 anos, 10 meses e 27 dias ela se foi. E há 2 anos, 10 meses e 27 dias eu vivo incompleta, ou melhor, eu sobrevivo. Ningúem pode ter idéia da falta que o Maior Amor do Mundo faz até perdê-lo. As mães deveriam ser imortais.

Sim, minha mãe é imortal no meu coração, mas o meu egoísmo mundano me impede de ficar satisfeita com isso. Eu queria ela aqui, do meu lado, pra brigar comigo, pra me dar bronca, pra me criticar, pra me deixar irritada, pra bater papo comigo, pra cuidar de mim, pra chorar comigo e pra rir comigo, e pra celebrar comigo.

Se ela estivesse aqui, hoje teria festa. Dia 18/08/08, dia em que minha mãe completaria 52 anos. Estaria no auge da sua maturidade, jovem ainda, cheia de planos, cheia de sonhos, cheia de expectativas. Mas ela partiu sem nem chegar à marca dos 50, não viveu nem meio século, e a data de hoje pra mim é apenas tristeza, apenas saudade, apenas dor.

Como diz minha irmã, "Felizes são os Anjos que podem celebrar com ela lá no Céu!"

Escrevi este post como forma de expressar a minha emoção nesta data difícil, como forma de homenagear minha querida mãezinha e dizer pra ela que serei eternamente grata por ter recebido O Maior Amor do Mundo, por ter sido digna de ser filha dela, e pra dizer que dedicarei todos os dias que me restam de vida pra tentar retribuir tudo que ela sempre fez por mim, procurando ser uma mulher forte como ela me ensinou, procurando orgulhá-la com minhas atitudes e conquistas e, principalmente, dedicarei todos os dias de vida que me restam para tentar ser para o meu filho uma mãe tão incrível como minha mãe foi pra mim. Se eu conseguir chegar 1 milésimo perto disso, já serei uma grande mãe!

E finalmente, escrevi esse post também pra dizer a você que conseguiu me ler até aqui:

Faça pela sua mãe TUDO que você puder HOJE, AGORA, JÁ! Não espere, não protele, não meça esforços, não deixe para depois. Se a magoou peça desculpas, se ela te pediu algo e você disse não, reconsidere, mesmo que não te agrade muito, faça um capricho dela, demonstre o quanto ela é mais importante do que qualquer outra coisa, diga que a Ama (mas não fique só nas palavras, demonstre com atitudes também), leve-a pra passear, fique um domingo inteirinho com ela, nem que seja pra assistirem TV juntas, ligue pra ela todos os dias, mais de uma vez se possível, realize um sonho dela, acompanhe-a ao médico, leve-a a um show de um artista que ela goste, mesmo que você odeie, mas viva essa emoção com ela, faça com que ela se sinta importante, faça com que ela se sinta a estrela da sua vida sempre que puder.
Lembre-se sempre que ela tem o direito de ser implicante, ter manias, ser cri-cri, ser exigente. Ela já viveu muito mais do que você, já passou por coisas que você nem sabe, já aguentou todas as suas chatices e manias desde a infância até hoje, fez tudo o que pôde pra te dar o que você queria sem pedir nada em troca, e nem por isso deixou de te amar incondicionalmente. Você também vai estar mais velho(a) daqui a uns anos, e provavelmente ficará feliz se seus próprios filhos forem mais tolerantes com você.
Sõ não esqueça de fazer tudo o que puder por Ela agora, enquanto ela está aí do seu lado, saudável, inteira, com todos os defeitos que ela tem e todas as muito mais numerosas virtudes, porque Ela é a pessoa que mais te ama nesse mundo, é a única capaz de te amar dessa forma, com essa intensidade, e no dia que ela partir pelo menos restarão pra você as lembranças doces de uma vida que valeu à pena, tanto pra você como pra ela.

FELIZ ANIVERSÁRIO, MÃE!
TE AMO PRA SEMPRE,
MINHA ESTRELA.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Momento Bozó (e outras histórias)

Quem tem o hábito de assistir TV, mais precisamente a Rede Globo, sabe que ainda está rolando por lá a campanha "Criança Esperança", que já é tradição do canal, realizada há muitos anos (não sei quantos, só sei que são muitos). O Show aconteceu há umas 2 semanas, com toda aquela pompa de muitos artistas, cenário lindo, balé, figurinos elaborados, apresentação do Didi, etc e tal.

Tudo muito lindo, tudo muito legal.

O que vocês que me acompanham aqui não sabem é que eu - a própria Dona Farta que vos fala - já fiz parte da Campanha Criança Esperança ativamente, pois trabalhei na TV Globo por 6 anos (daí o título do post, sacou?). Não é algo que signifique nada além do que realmente significa, que eu trabalhei numa empresa como qualquer outra realizando um trabalho quase essencialmente administrativo como em qualquer outra empresa.

Mas era um emprego que tinha, sim, suas particularidades. O mundo da TV é quase um universo à parte em alguns aspectos, e por ter vivido 6 anos da minha vida nesse meio é que tenho tantas histórias que hoje parecem tão surreais. Eu era uma funcionária administrativa mas também desenvolvia alguns trabalhos operacionais, a estrutura da Globo não é muito convencional e talvez fique difícil para todo mundo entender, mas basicamente eu trabalhava também com os eventos realizados pela emissora, na parte de apoio logístico / serviços.

Dessa forma, quando estava na época do Carnaval, por exemplo, mudávamos nosso escritório para o Sambódromo e ficávamos trabalhando lá até o final do evento. Como eu elaborava um orçamento prévio de custos de serviços que seriam desembolsados no evento, tinha que estar lá pra fazer com que esse orçamento fosse efetivamente cumprido (o que quase nunca ocorria), além de dar apoio logístico às equipes operacionais de segurança, serviços, obras, técnicos, etc e tal. Complexo, né? Mas isso não importa, vamos ao que de fato interessa:

Dentre uma infinidade de eventos nos quais eu trabalhava - Carnaval, Fórmula 1, Campeonato Brasileiro, Shows de Fim de Ano, Gravações de Programas Especiais, Show-Missa do Padre Marcelo Rossi, etc e tal, o que eu mais gostava de longe era o Criança Esperança. ADORAVA trabalhar neste evento, adorava quando chegava a minha hora de ir lá para o Ginásio do Ibirapuera montar meu QG, adorava tudo, e invariavelmente eu era explorada além dos limites, tinha sempre hora pra chegar mas nunca pra sair, mas eu nem me importava com isso porque entre uma correria e outra conseguia ver os ensaios, a montagem do palco, várias coisas bem bacanas que provam que a televisão é mesmo uma fábrica de sonhos.

Trabalhei em 6 edições do Criança Esperança, de 1994 a 2000. Apesar de ser acostumada a lidar com artistas e gente famosa todos os dias nos corredores da empresa, estar lá no Ginásio do Ibirapuera era diferente, tinha toda uma magia, e eu ficava sempre deslumbrada.

Uma passagem engraçada foi um ano em que eu levei toda a minha família para ver o programa. Neste ano o encerramento do show seria com o Roberto Carlos, e minha mãe estava doida pra ver "O Rei", não acreditava que eu já o tinha visto várias vezes na semana durante os ensaios.

Foi um dos meus primeiros anos, acho que 95, se não me engano, e na época havia uma área com cadeiras numeradas bem em frente ao palco, reservadas para alguns convidados vip´s. Dei lá meu jeitinho e consegui colocar minha mãe em uma dessas cadeiras, praticamente grudada no palco, daria pra ver todo o show bem de pertinho, daria praticamente pra agarrar o Rei.

Tenho que lembrar que em 95 ainda não tínhamos câmera fotográfica digital, muito menos celular com câmera, então levei minha jurássica câmera fotográfica analógica com filme em rolo para tirar fotos, e deixei-a com mamãe para que ela pudesse fotografar tudo de uma posição mais privilegiada.

O Show transcorreu normalmente, eu correndo pra lá e pra cá, e de vez em quando passava lá pela frente do palco e susurrava pra minha mãe: "Não esquece de tirar foto! Aproveita!". Ela estava tão deslumbrada que mal me ouvia, mas de vez em quando sacava a câmera e dava um clique. Quando o evento acabou e eu finalmente consegui encontrar com toda a minha família reunida na saída, estavam todos eufóricos, todo mundo tinha adorado o show, a experiência, tudo! Minha mãe não parava de falar do Roberto Carlos, das luzes, aquele auê.

No dia seguinte, já em casa, fui tirar o filme da máquina fotográfica pra levar pra revelar, estávamos todos doidos pra ver como tinham ficado as fotos tiradas da primeira fileira, e qual não foi minha surpresa quando abri a câmera e o filme estava intacto, do mesmo jeito que estava quando o coloquei! Simplesmente o filme não rodou, acho que não tinha encaixado bem, sei lá, então todas aquelas fotos tiradas pela minha mãe foram fotos falsas, porque o filme ainda estava dentro do rolo, não tinha gravado as imagens... Sacanagem, né? Foi a única vez que minha mãe conseguiu ver os artistas tão de perto, principalmente o Rei, e não sobrou nem uma fotinho sequer pra registrar o momento, pra guardar de lembrança!

Época de câmeras analógicas tinha dessas coisas, colocar bem um filme exigia muita habilidade, fotos queimavam e, se saíssem fora de foco, já era, não havia uma segunda chance! O mais engraçado é que isso aconteceu há pouco mais de 10 anos, e parece que foi há séculos, porque hoje em dia com câmera digital e celular a gente tira zilhões de fotos, confere na hora, não perde o momento. Até crianças conseguem tirar fotos incríveis, mas antigamente era bem comum a gente revelar um filme e de 36 poses ter 30 ruins, tremidas, escuras, queimadas, etc e tal... e aquele momento já era... frustrante! Bendita seja a tecnologia!

Ainda sobre o Criança Esperança, tem uma outra história muito surreal, as pessoas em geral nem acreditam quando eu conto. Acho que foi em 1998, não tenho certeza (preciso consultar meu marido, então namorado e colega de trabalho) *** já consultei, e segundo meu digníssimo foi em 1999 ***, mas foi um dos meus últimos anos. Na semana do evento nós ficamos sabendo que o Didi resolveu pagar uma promessa para Nossa Senhora Aparecida, e que por conta disso iria caminhando pela Rodovia Presidente Dutra até Aparecida do Norte, com a imagem da Santa nas costas, partindo de São Paulo no domingo de manhã logo após o show do sábado à noite. E essa caminhada dele seria transmitida através de flashs ao vivo pela Globo durante toda a semana, de modo que não era um simples pagamento de promessa, mas um outro evento televisivo, que requeria orçamento, planejamento, deslocamento de equipes, blablablablabla.

Até aí, cada um com seus problemas, e se o Didi queria ir andando até Aparecida, eu só podia dizer: "Ok, legal! Boa Sorte!". Eu estava em uma outra vibe nessa semana, tinha conseguido depois de muita insistência um ingresso Vip para o Show do Djavan que seria realizado no antigo "Palace" na sexta-feira véspera do evento, e mal podia esperar pra assitir esse show na primeira fileira, adoro do Djavan e ver o show na área Vip era um sonho de anos.
Me organizei durante toda a semana pra conseguir sair mais cedo do trabalho na sexta-feira, deixei tudo adiantado, tudo à mão, ralei pra caramba nos outros dias pra garantir o meu momento particular na sexta-feira, só eu e o Djavan, nada entre nós, nada entre a minha cadeira e o palco, era primeira fila mesmo!

Eis que estou eu terminando meu trabalho na sexta-feira em questão, final da tarde, eu já quase pronta pra ir embora me arrumar para o show, quando me ligam meus chefes (em época de eventos eu tinha mais chefe do que qualquer outra coisa) me intimando a comparecer no Ginásio do Ibirapuera, onde seria realizada uma reunião com o Renato Aragão para traçar o planejamento da Caminhada até Aparecida do Norte.

Quase soltei um "Cada um com seus problemas" e me mandei, mas meu senso de responsabilidade e envolvimento com a empresa sempre falaram mais alto. Ainda com esperanças de que conseguisse me livrar de tudo antes do show no Palace, passei no vestiário da empresa, me troquei, me produzi e ao invés de pegar o caminho de Moema peguei o caminho do Ginásio. Em pouco tempo lá estava eu no meio daquele monte de homens estressadíssimos que não sabiam sequer como fazer um esboço do pré-planejamento da caminhada pra apresentar para o Didi na tal reunião. Adivinhem pra quem sobrou???

Foi um trabalho duríssimo, eu não tinha nem um ponto de partida que fosse, tive que começar do zero um planejamento tão fora do convencional, e ainda aguentar a pressão do povo desesperado querendo tudo "pra ontem". Obviamente perdi meu show, e saí do Ibirapuera já passava e muito da meia-noite, totalmente cansada e frustrada. Djavan ficou pra outra oportunidade, que aliás nunca mais chegou, até hoje.

Mas não foi só isso, esse foi apenas o começo. Tivemos então no nosso "evento principal" no sábado à noite, o show foi realizado como sempre, tudo muito lindo, tudo muito legal, e toda a equipe tinha que estar na Rodovia Presidente Dutra no domingo de manhã, no ponto de partida da caminhada, porque ali mais um evento se iniciaria: A Caminhada do Didi até Aparecida do Norte. Mal deu tempo de descansar, e no domingo de manhã a equipe mais parecia um bando de zumbis do que qualquer outra coisa.

Como foi a primeira investida do gênero realizada por uma celebridade do porte de Renato Aragão, nenhum de nós tinha a mínima idéia do que podia acontecer e da proporção que isso tomaria, então o contingente previsto era pequeno, tudo estava preparado dentro de um cenário imaginado que jamais chegaria perto do que aquilo realmente se tornou.

Nos primeiros dias da caminhada do Didi, eu fazia apenas o apoio logístico acompanhando a equipe em parte do percurso, e voltava pra empresa no final do dia pra providenciar os suprimentos necessários para o dia seguinte, e assim sucessivamente. Para o "artista" dessa história, tudo era resolvido de forma muito simples, porque havia um Trailler especial equipado com tudo que ele e a família pudessem precisar durante a semana na estrada, inclusive acomodações de luxo para dormir, descansar, relaxar, cozinheiros, empregados, etc e tal.

Já para a equipe enorme que o acompanhava não havia infra-estrutura preparada, até pela falta de tempo de planejamento da caminhada, então o pessoal foi se virando com barracas emprestadas pelo exército, montando acampamentos nos fundos dos postos de beira de estrada, comendo do jeito que dava, era uma verdadeira guerra, só quem viveu tem noção. Claro que quanto menor o escalão dos funcionários, maior era o sofrimento, e onde é que vocês acham que eu estava enquadrada?

O fato é que o Didi começou a caminhada no domingo, e na terça-feira já havia uma legião de seguidores quase fora de controle que fizeram com que a segurança tivesse que ser reforçada cada dia mais, a coisa foi tomando uma proporção descomunal, os rapazes da equipe reclamando de bolhas nos pés, assaduras, dores musculares, frio nos acampamentos à noite, e eu correndo pra lá e pra cá pra tentar minimizar esse sofrimento, comprando tênis pra uma dúzia de homens, cobertores, protetores, uma loucura total.

Até que chegou o dia, mais ou menos no meio da semana, em que eu tive que ser incorporada ao "rebanho". A situação estava crítica, e logo eu me vi vestida de "homens de preto" igual a todos os outros da equipe de linha de frente, logo eu era um deles, e não tinha mais volta. Virei caminhante meio no susto, mas não uma simples caminhante, eu era parte do escudo protetor do Didi que teria que aguentar o tranco até o domingo, quando aconteceria a chegada na cidade de Aparecida.

Um ambiente totalmente hostil de estrada, fumaça, poluição, postos de gasolina xexelentos, homens estressados e cansados, público eufórico querendo tocar no Didi, riscos de toda ordem, e eu ali no meio, parte responsável pela segurança do astro e sua família (porque a esposa dele e a filhinha, na época ainda bebê, também estavam caminhando um pouquinho por dia).

Mas tudo bem, eu era durona, estava acostumada com esses desafios malucos, tinha treinamento para situações do tipo e não me fiz de rogada. Apesar do "susto", fiz cara de má e entrei no meio do grupo como igual, sem fazer corpo mole ou reclamar, já que eu estava na chuva, então iria me molhar até a alma! Se tem uma coisa que eu nunca gostei de demonstrar foi fraqueza, então eu ainda fazia linha dura quando alguém sugeria pegar leve comigo porque eu queria ser tratada exatamente como os outros, a única diferença era que nos acampamentos eu dormia sozinha, mas o resto era exatamente igual.

E sofri, viu! Sofri pra caramba, não era fácil caminhar pela estrada com o Sol rachando a moleira, de macacão preto, toda equipada, sem poder parar nem mesmo pra tomar fôlego. Mas o pior ainda estava por vir. Enquanto eu era apenas mais uma na equipe dos "homens de preto" que protegia o Renato Aragão durante a caminhada, tinha meus direitos como os demais, de revezar na corda (uma corda de isolamento que carregávamos para impedir que as pessoas entrassem no círculo de proteção), de tirar uns trechos fora da corda, e fazer pequenos percursos no carro de apoio, enfim, eu estava no esquema geral, na minha.

Mas aí chegou o sábado, véspera do dia da chegada no Santuário de Aparecida. Dia de todo mundo fazer média com todo mundo, equipes de apoio, de segurança e de produção tentando se entender, todo mundo entrando no clima da paz porque afinal de contas no domingo estaríamos chegando ao Santuário. Didi veio almoçar com todo mundo, tirou fotos, fez graça, conversou, e lá pelas tantas chega meu gerente, depois de um longo papo com o próprio Didi e sua esposa, e me diz:

"Flavinha, é o seguinte: O Renato e a mulher dele acharam o máximo a gente ter uma mulher na equipe, eles acharam que isso tem uma simbologia que tem tudo a ver com a idéia do programa e da caminhada, que é uma coisa de igualdade, de mulher também ser forte, blablablablabla".

Fiquei olhando pra ele meio com cara de ué, sem entender se aquilo era um elogio ou onde ele queria chegar, e ele prosseguiu:

"Então, e como eles acham que é muito legal termos você representando as mulheres, eles querem que você apareça mais, que vá na frente da corda quando estivermos chegando em Aparecida porque isso vai ter muita cobertuda da mídia e vai chamar a atenção ter uma mulher, vai humanizar a imagem dos seguranças, o esquema da caminhada, então eles querem você na frente. Veja se seus equipamentos estão em ordem e esteja em condições amanhã cedo, porque você já vai sair do acampamento na frente."

Virou as costas e saiu, e eu continuei uns minutos com a cara de ué. Daí minha ficha foi caindo, e eu fui entendendo o tamanho da responsa. Porque se manter as pessoas afastadas do Didi durante a semana já estava quase impossível com aquele mundo de gente acompanhando na estrada, imagine como estaria Aparecida do Norte no domingo, em polvorosa com a chegada do Didi. Loucura total. Eu não sabia se ficava feliz pelo crédito e pelo voto de confiança ou se me desesperava por não ter a mínima idéia do que podia acontecer.

Chegou o domingo, e lá saio eu toda equipada na frente da corda, bem no meio. Linha de frente total, escudo humano, muro de proteção. Como eu imaginei, muita gente, quase impossível de andar, uma faixa inteira da Dutra teve que ser interditada pelo policiamento para evitar uma tragédia. O povo alucinado, querendo pular pra dentro da corda, querendo encostar no Didi, querendo caminhar com ele. E eu na frente, sendo xingada, pisoteada, massacrada, e fazendo cara de quem tava gostando.

O meu chefe e os outros rapazes da equipe (inclusive e especialmente o Odylo, que na época era meu namorado mas ninguém sabia) estavam atrás, e me diziam pra eu ficar firme que eles me dariam cobertura se algo mais grave acontecesse. Diziam pra eu manter a truculência e ser dura com quem tentasse se aproximar, e que usasse a força se fosse preciso, que eles estavam na cobertura.

Quando chegamos à passarela que liga a rodovia ao Santuário, o negócio ficou feio pra valer. Tinha muita imprensa, e como diz meu marido, com todo respeito e salvadas todas as exceções, alguns profissionais de imprensa são a pior raça que existe! Eles não medem esforços pra conseguir um furo ou o melhor ângulo, e só pra vocês terem noção do que estou falando eu apanhei de vários fotógrafos, apanhei mesmo, levei soco, pontapé, murro, e um cinegrafista até enrolou um cabo nos meus pés enquanto eu andava pra tentar criar um tumulto se eu caísse. Como eu estava na linha de frente da corda era em cima de mim que as coisas caíam, até tinha um pessoal que ia na frente fora da corda tentando abrir caminho, mas a euforia da multidão era tão grande que nem isso aliviava, e toda hora tinha um fotógrafo tentando passar por cima de mim pra chegar perto do Didi.

Coisa de louco, só quem viveu acredita. O Didi, por sua vez, emocionado lá com o momento só chorava e acenava pra multidão, como se estivesse fazendo vistas grossas para o massacre que estava acontecendo na frente dele. Mas também nem tinha muito o que ele pudesse fazer, reconheço, porque a situação saiu mesmo de controle, e foi uma loucura chegar até a entrada da Basílica. Nem lembro quanto tempo demorou pra que conseguíssemos chegar, nem lembro como consegui me manter de pé depois de tantas bicudas, mas o fato é que horas depois estávamos todos mais ou menos compostos prestes a entrar pela nave da Basílica onde seria celebrada uma missa especial.

Uma coisa muito legal que aconteceu foi que, depois de toda essa loucura, o Didi reconheceu que só chegou até lá inteiro por nossa causa, e fez questão que entrássemos todos com ele na Basílica. A princípio nem participaríamos da missa, ficaríamos do lado de fora já preparando a saída, mas depois de tanto tumulto ele disse pessoalmente que queria que os "anjos negros" dele o acompanhassem na entrada, e foi um momento bem emocionante.

Não sou católica nem devota de Nossa Senhora Aparecida, mas tenho todo o respeito do mundo pela religião e pela Santa, e acima de tudo acredito em Deus, então viver aquele momento cheio de simbolismos e emoção teve sim um impacto muito forte em quase todos da equipe, quase todo mundo chorou baixinho e disfarçadamente durante a missa, porque foi realmente uma guerra árdua e dura vencida na unha.

Foi um experiência completamente diferente. Talvez se fosse hoje, eu não toparia um trabalho como esse, porque estou num outro momento e os riscos não valeriam à pena pra mim. Mas na época foi diretente, foi um desafio que eu encarei e venci, e mesmo tendo ficado com as canelas roxas por meses depois da caminhada, ainda assim digo que valeu muito à pena, e que a experiência de vida que eu adquiri nesta empreitada provavelmente não teria adquirido de outra forma em lugar nenhum.

Todo ano quando chega essa época - época da campanha Criança Esperança - lembro dessa passagem e hoje em dia até me divirto pensando em como fui ousada e atrevida. Completamente surreal. Mas é verdade, eu juro!

Lembrando sempre que era uma época em que celulares não tinham câmeras e não existiam as máquinas digitais, de modo que quase não há registros que eu possa mostrar agora, apenas essa foto tirada por alguém da produção que muito tempo depois chegou pra mim via malote, e que eu guardo com muito carinho. Saca só a pose de "Kate Marrone"! Não mexe comigo não, porque eu sou boazinha mas meu lado bad girl tá só dormindo, podendo aflorar a qualquer momento! Yéah!


Infelizmente não achei nenhum vídeo de cobertura da caminhada no youtube, mas na época foi televisionado inclusive por outras emissoras. De qualquer forma, encontrei esse trecho de uma entrevista do Renato Aragão para o Programa do Jô onde ele fala sobre o evento e conta um pouco da loucura que foi:


segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Porque Amizade nunca sai de moda!

Se tem uma coisa que me emociona é receber o carinho das pessoas que amo. Sou abençoada neste aspecto e, apesar de uma decepçãozinha aqui ou outra ali, em geral estou sempre cercada por pessoas que me apoiam quando eu preciso, que me dizem o que eu preciso ouvir (nem sempre o que que "quero" ouvir), que me dão força e me ajudam a superar os momentos de dificuldade.

Não estou passando exatamente por um momento de dificuldade, pelo contrário: estou passando por um momento de felicidade plena por conta de uma grande conquista pessoal. Mas estou parcialmente debilitada ainda, já que me recupero da cirurgia a passos lentos, a parte mais chata de toda essa história.

E como quem tem amigo não morre pagão, tenho minhas fiéis escudeiras da Confraria das Bruxas que não me deixam sozinha. Mandam recadinhos divertidos todos os dias, me fazem rir até mais do que eu posso com suas histórias cabeludas, estão sempre demonstrando alguma preocupação e me dando apoio moral para que eu aguente esse período chato em que tenho que ficar reclusa e não posso fazer quase nada.

Só que eu não sou pessoa de ter "qualquer" amiga, pra ser meu (minha) amigo (a) a pessoa tem que ser especial de verdade, ainda que essa "especialidade" esteja escondida onde poucos podem notar. Cheguei então onde queria: Vaninha, Lesinha ou simplesmente "Bruxa Lesa", como prefiro chamá-la de maneira carinhosa, é minha amiga de infância de quem eu não gostava tanto assim na infância, mas nossos laços se fortaleceram depois que nos reencontramos há cerca de 3 ou 4 anos.

E minha amiga Lesa é nada mais nada menos que uma futura chef, uma prendada estudante de gastronomia que já mostra seu talento para os íntimos eventualmente, sempre surpreendendo. Na primeira visita que me fez depois da cirurgia, Lesinha não me trouxe nem um bolinho de chuva, e eu quase joguei ela pela janela porque, né? De que adianta ter uma amiga futura-chef se ela não cozinhar pra gente? Infernizei tanto a pessoa (quem não chora não mama!), que ontem - domingão, ela finalmente me trouxe o presente que eu queria: Um bolo.

Mas não era qualquer bolo, era "O BOLO", vocês não têm noção! Com toda aquela modéstia típica de quem ainda não tem tanta experiência, Lesinha me disse que era apenas uma bolinho simples e que não era pra eu esperar muita coisa, mas genteeeeeeeeeeee... pára tudooooooooooo: O bolo estava (está, porque ainda não acabou), DIVINO! Chocolate com Maracujá, super combinação que tem tudo a ver! De lamber os beiços!

Adorei o "mimo", amiga! Tudo bem que eu praticamente implorei por este bolo, mas tá valendo! Agora preciso dar uma festa aqui em casa pra dividir essa iguaria com outras pessoas, né, porque se ficar aqui na minha geladeira, aiaiaiaiai... não vai prestar!

Obrigada também à Bruxona Érica que se encarregou do transporte do bolo - e da Lesa - até aqui em casa, em pleno domingão de frio às 20h00 da noite. Só vocês mesmas pra encarar essa! Isso é amizade, o resto é resto!

Além do bolo, a visitinha ainda me reservava outras tantas surpresas, como as histórias que só a dupla dinâmica Bruxona-Lesinha são capazes de criar, e as gargalhadas, pra variar, rolaram soltas! É cada história cabeludaaaaaa... mas abafa o caso porque isso já é assunto pra um outro post, em outra ocasião!

AMO VOCÊS, Bruxona e Lesinha!
Amo Muito!
Obrigada por tudo, sempre!

domingo, 10 de agosto de 2008

Feliz Dia dos Pais!


Uma passadinha rápida só pra deixar registrada a minha homenagem aos homens da vez:

OS PAIS.

Tão fundamentais quanto, tão importantes quanto, tão especiais quanto. Eles são a referência, o exemplo, o porto seguro, o herói. São nossos pais, e merecem sempre - não só hoje - todo o nosso amor e respeito.

Ao meu pai, que me ensinou as mais preciosas lições de vida desde quando eu era muito pequena, que me levava para o estádio de futebol quando eu tinha 4, 5 anos de idade, que trabalhou arduamente sempre com muita responsabilidade para dar conta da criação das filhas, e que hoje é apenas o "nosso velho", às vezes meio "sem noção", mas sempre muito amado;

Ao meu marido, que é um excelente pai e um grande companheiro na criação do nosso filho, que apesar de morar longe dos filhos mais velhos é por eles idolatrado, que nunca mede esforços quando o assunto são os filhos, e que sabe ser o pai mais bravo do mundo mas também o mais divertido da Galáxia;

E a todos os pais que direta ou indiretamente fazem parte da minha vida;

Desejo sinceramente um
FELIZ DIA DOS PAIS!

Que esta data - simbólica mas importante - recarregue as baterias de vocês para continuarem na luta diária que é ser pai, e que a recompensa venha sempre em grandes doses: Muito Amor dos filhos, e de todos que os cercam!

sábado, 9 de agosto de 2008

Olimpíadas

















Dia 08/08/08, exatamente às 08h00pm. Os chineses deram início à mais linda cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de todos os tempos. Parece que a cada Olimpíada repetirmos isso, porque o país-sede sempre tenta impressionar oferecendo o seu melhor em termos de festa de abertura, mas temos que concordar que a riquíssima cultura chinesa contribuiu com toda uma magia especial que tornou a festa de arrepiar mesmo!

Particularmente, gostei mais da parte da contagem regressiva com os tambores. O que foi aquilo? Lindo demais! E o momento da tocha olímpica? Foi incrível também, aquele chinês "correndo no ar" foi algo pra não se esquecer tão cedo... Eu até choro com essas coisas... Chorei na contagem regressiva, chorei quando a delegação brasileira entrou, chorei quando a tocha foi acesa... essas coisas me emocionam de verdade!


Foi lindo, e eu fiquei vidrada na TV, assistindo cada detalhe, porque, sim, eu sou aficcionada por Olimpíadas! Adoro acompanhar esportes em geral, até os que não entendo, sempre que passo um pouco mais de tempo em frente à TV pode escrever: Se eu não estiver vendo algum filme muito interessante, estou vendo alguma competição às vezes de times que eu nem sei de onde são, só pelo prazer de acompanhar o esporte.

Esporte, aliás, tem um poder incrível de levar as pessoas ao máximo de sua energia e entrega. Acho fabuloso o poder de superação dos atletas em nome do esporte, acho fantástico como eles vivem isso com uma intensidade indescritível, acho espetacular como alguns atletas conseguem mudar radicalmente suas histórias de vida através do esporte.

Pena que quando falamos de Brasil as coisas não sejam tão lindas assim. Porque no Brasil a mídia só abre espaço para os atletas - e estou me referindo aqui à grande maioria que não é um jogador de futebol famoso - em épocas de grandes competições, mas depois que tudo passa, o atleta fica de novo sozinho, muitas vezes sem patrocínio e sem um mínimo de condições para treinar e se preparar para os próximos jogos.

Isso acontece o tempo todo. Vamos pegar um exemplo mais recente: Nos Pan do Rio de Janeiro um rapaz que ninguém conhecia ganhou uma medalha de ouro em um esporte também pouco popular, o taekwondo. Na época o rapaz virou celebridade em poucos minutos, e apareceu em quase todos os programas de televisão, deu trocentas entrevistas, saiu na capa dos jornais e ficou exposto como herói. A pergunta que faço agora é: alguém aí sabe por onde anda o tal rapaz? alguém aí já o viu aparecer no "Globo Esporte" ou no "Esporte Espetacular" mais alguma vez depois do Pan?

Não, né? Então, é assim que as coisas funcionam aqui. Só lembramos dos nossos "heróis" em épocas de Jogos Olímpicos ou outras competições do tipo, mas ninguém pensa que para um atleta estar preparado para uma competição tão importante, ele precisa treinar e ter estruturas durante todos os outros anos. Quantas e quantas histórias não ouvimos de atletas que correm com tênis menores que seus pés, que precisam fazer vaquinha na família pra comprar passagem pra viajar, que utilizam estruturas velhas e inadequadas para treinar? Então... uma pena, mas aqui se você não é um Ronalducho ou outro jogador de futebol famosos que vai fechar um contrato milionário com a Nike, há uma grande chance de ter que viver sua carreira inteira se virando assim, com poucos ou nenhum recurso. É Brasil-il-il-il-il!

Eu assisto aos jogos das Olimpíadas não esperando medalhas, mas esperando um espetáculo de garra e superação dos atletas, sejam eles de onde forem. Claro que torço (e muito) pelo Brasil, mas procuro entender que em nível mundial o buraco é bem mais embaixo, e até nossos maiores expoentes não têm medalha garantida, e que tudo pode acontecer.

Este final de semana será um prato cheio pra mim. Chove em São Paulo (aleluia!), faz frio, estou em recuperação pós-cirúrgica e não posso fazer quase nada. Ótima "desculpa" pra me jogar no sofá e ficar zapeando pelos 8 canais de esportes que minha quase sempre inútil TV a cabo disponibilizou, me deliciando com os esportes mais populares e também com aqueles que eu nunca vi. Aliás, o que é o tal pentatlo moderno? Como alguém corre, nada, esgrima, atira e anda à cavalo, tudo ao mesmo tempo agora??? Coisa de louco, adooooooro ver esses esportes diferentes que não estamos acostumados a ver, adoro ver ginástica, nado sincronizado, saltos ornamentais, e mais um monte de outros esportes incríveis que só temos a chance de ver, infelizmente, em épocas como essa.

Então lá vou eu, porque agora tem jogo do Brasil (futebol feminino), daqui a pouco tem vôley, natação, e o resto preciso conferir no calendário, mas meu final de semana em frente à TV promete fortes emoções!

Aproveite você também!

Em tempo! Em época de jogos olímpicos na China, a assinatura deste post vai em chinês, ok? Se você quiser brincar também, o tradutor está aqui. Beijossss!

(Flávia)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Eu apenas queria que você soubesse

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira
Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho
Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também
E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé
Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida...
(Gonzaguinha)


Depois de ler a letra e ouvir a música, eu nem precisaria dizer mais nada, mas não aguento... Só uma coisinha, eu juro:
GONZAGUINHA é genial! Há muitos anos ele sabia exatamente o que eu apenas queria que você soubesse!

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Coringa

Faz tempo que não falo sobre cinema aqui no Blog, até porque ultimamente tenho visto pouquíssimos filmes, à exceção dos infantis nos quais bato sempre cartão por motivos óbvios.

Faço sempre uma listinha mental dos filmes que estão em cartaz e que eu quero ver, mas depois acabo tendo que esperar o lançamento em DVD pela falta de oportunidade de ir ao cinema ver um filme adulto ou pelo menos não-exatamente-infantil. Minha mais recente listinha incluía poucos títulos já que em época de férias escolares permanecem em cartaz quase que exclusivamente filmes de classificação livre, mas eu sabia que queria ver Batman - O Cavaleiro das Trevas, e esse definitivamente não é um filme de se deixar pra ver em DVD depois, é um filme que precisa ser visto no cinema.

Daí que na véspera do dia da minha cirurgia eu já estava hospedada em outra cidade (onde operei), e pra segurar a ansiedade e passar o tempo, depois de resolver as burocracias no hospital pela manhã, resolvi passar a tarde no cinema, e vi o melhor filme desse gênero de todos os tempos, na minha modesta e parcial opinião.

Preciso deixar bastante claro que não sou adepta deste segmento de filmes, dificilmente me sinto atraída por uma história adaptada dos quadrinhos e não entendo nada de super-heróis. Não é a minha praia, definitivamente, e em geral os poucos filmes que vejo acho chatos e bobos, inclusive alguns outros Batmans que já tinha assistido. Por isso não vou comentar diretamente o filme, não vou fazer a minha tradicional resenha com análises pretensioas porque não me sinto à vontade para falar sobre um assunto que não entendo e nem mesmo gosto.

Mas para mim o grande atrativo de Batman - O Cavaleiro das Trevas era o Coringa de Heath Ledger, e tenho que confessar que era muito mais por Ledger que eu queria ver o filme do que por qualquer outro motivo. O fato de o ator ter morrido pouco depois do término das filmagens colocou uma dose extra de atrativo no filme, e tenho certeza que, apesar de trágico, o acontecimeto alavancou as bilheterias no mundo todo, incluindo-se aí o meu ingresso.

Se eu fui ver o filme só porque o pobre moço morreu? Claro que não! Antes de mais nada, eu já era fã do lindíssimo rapagão de olhos sedutores e voz grave, não exclusivamente por sua estonteante beleza, mas principalmente pelo seu inegável talento escancarado na corajosa atuação no magnífico filme O Segredo de Brokeback Mountain, papel pelo qual o rapaz recebeu inclusive uma merecida indicação ao Oscar.

Lamentei muito quando soube da morte de Heath Ledger, porque é sempre uma perda muito grande e geralmente irreparável quando um talento de destaque vai embora tão cedo. É uma judiação saber que alguém tão jovem (29 anos) e com tanto potencial não teve a oportunidade de viver o auge e envelhecer fazendo aquilo que nasceu para fazer, é uma judicação não ver uma estrela brilhar pelo tempo que deveria brilhar, e Ledger sem dúvidas partiu muito antes de oferecer o seu melhor para o mundo do cinema.

Existem muitas teorias sobre sua morte. O corpo do ator foi encontrado pela massagista numa manhã de janeiro deste ano, e todas as pessoas próximas dele declararam que overdose por drogas ilícitas era uma hipótese improvável porque o rapaz era limpo. O laudo oficial declarou que a morte ocorreu por overdose, sim, mas de remédios prescritos (para insônia e calmantes), o que nos leva a pensar que motivos um jovem lindo, talentoso, de tanto sucesso e "pai fresco" (ele deixou uma linda filhinha de 2 anos) teria para se entupir deste tipo de droga. Quais seriam os monstros que assombraram tanto a paz e o sossego do rapaz a ponto de levá-lo à dependência de soníferos?

Há quem diga que o vilão de Ledger foi o próprio Coringa, que o personagem teria extrapolado os limites do set de gravação e possuído sua mente quase como uma maldição, e que outros atores que já interpretaram o vilão teriam relatado experiência semelhante. Difícil de acreditar que seja isso, mas nesse ramo talvez tudo seja possível, e vendo a intensidade na atuação do ator no filme dá mesmo para viajar na idéia de que ele tenha ido um pouco além nessa viagem toda e em algum ponto misturado ficção com realidade. Acho que eu também teria insônia e crises de pânico se tivesse que conviver com o Coringa por 10 meses seguidos. Pobre rapaz!

Se serve de consolo, ele deixou uma filmografia de respeito composta por mais de 15 filmes (dos quais eu já vi mais de 10), com atuações regulares geralmente boas ou ótimas, destacando-se suas duas belíssimas contribuições para a sétima arte que sem dúvida serão eternizadas, a primeira delas a linda interpretação de Ennis Del Mar, o cowboy gay de O Segredo de Brokeback Mountain, e a segunda e talvez mais consagradora: a intepretação do psicopata Coringa em Batman - O Cavaleiro das Trevas.

É chover no molhado dizer que o Coringa rouba a cena em Batman. O filme é dele, como se fosse um pensado e calculado grande espetáculo de despedida, é impressionante.

Sei que os fãs mais fissurados no homem-morcego talvez não concordem 100% com isso e tenham várias outras razões pra glorificar o filme pelos demais vilões e pelo quase-não-herói Batman, mas como eu já disse não sou grande fã do gênero, e vendo o filme de coração aberto consegui adorá-lo profundamente, com todo mérito ao Coringa, um vilão completamente descontrolado, psicopata no mais elevado grau, mas que de uma maneira louca consegue de cara a empatia do público de modo que em alguns momentos a gente até tende a ficar do lado dele, se não pela vilania, pela sua perspicácia e pelas suas tiradas sombrias-bem-humoradas-completamente-loucas, num grau de loucura quase inimaginável.

Impressionante. Eu fiquei arrepiada com o Coringa. Tive medo dele. Tive dó dele. Tive ódio dele. Ri dele. Ri com ele. E até sonhei com ele!


Comentando o filme com um amigo, ele me disse: "Ah, mas interpretar o vilão é sempre mais fácil". É. Talvez seja. Mas este Coringa não é qualquer vilão, e duvido que qualquer outro ator o teria feito com a intensidade que Ledger fez. Um personagem maquiado (aliás, a maquiagem é demais, assustadora mesmo), que vai jogando suas doses de insanidade através dos olhares, movimentações da cabeça, das mãos, da língua, e a voz... ah, a voz é um capítulo à parte, porque dá todo um contorno especial à figura do Coringa. Perfeito!

Não foi só o super vilão que me fez gostar do filme, na verdade surpreendentemente eu gostei de tudo e entendi a história! (piadinha interna), e constatei que o elenco de peso, com uma boa direção, rendeu um filmaço capaz de agradar até os menos simpatizantes do estilo como eu. Num só filme temos além de Heath Ledber, Christian Bale - o herói que quase não é herói, o herói politicamente incorreto e sinistro quase como um vilão, Gary Oldman, Morgan Freeman e o adorável Michael Caine, dentre outros.

Um belo conjunto, um resultado fantástico, um filme muito bom que encerrou precocemente a carreira de um astro de talento inquestionável que vai deixar sempre muita saudade, mas que está eternizado a partir de agora como o grande psicopata, talvez um dos mais importantes vilões da história do cinema, e que por isso mesmo merece ser prestigiado através da audiência (merecida) que o filme vem recebendo.


Vale à pena conferir!

(e veja a versão legendada, porque é fundamental ouvir a voz de Ledger e sentir os arrepios e calafrios que sua voz e sua risada sinistra provocam)

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Blogagem Coletiva em Prol da Amamentação

Acabei de assistir o programa da TV Globo "Profissão Repórter" (ótimo, por sinal!), e a edição de hoje abordou o tema maternidade, cobrindo a gestação, parto e pós-parto de várias mulheres em diversos pontos do país.

Como sempre quando o assunto é Brasil, o que acaba predominando é a miséria e a total falta de recursos dos hospitais públicos que atendem a maioria da população carente.

Não dá pra acreditar que em pleno ano 2008 ainda existam hospitais públicos onde não há sequer uma incubadora e onde a situação seja tão precária que a mãe recém-parida tenha que dividir o desconfortável leito com seu bebé recém-nascido. Não dá pra acreditar que em tempos como os de hoje existam moças de 20 e poucos anos que estão grávidas do 5º, 6º, 7º filho, quando é mais que óbvio que a estrutura familiar e financeira que possuem não seria satisfatória nem mesmo para criar um único filho. Não dá pra acreditar em muita coisa, aliás. Mas a gente sabe que é verdade, e que o programa-documentário que citei acima mostrou apenas 1 milésimo da realidade que acontece a todo minuto Brasilzão afora.

Uma pena, pra dizer o mínimo. O momento em que uma mulher dá à luz é tão sublime que não devia ser manchado por tragédia nenhuma, muito menos pela tragédia social.

Eu sempre me emociono quando vejo cenas, fotos ou filmes de nascimento. Aliás, sou meio compulsiva por este assunto, adoro ver programas que mostram partos e sempre que minhas amigas deixam vejo repetidas vezes as imagens do nascimento de seus filhos, e choro sempre, sempre! É o milagre mais lindo do ciclo da vida, sem dúvida que é! Não entendo muito como tem gente que dispensa essa experiência, mas juro que respeito!

Mas vamos mudar o rumo dessa prosa, e vamos ao que interessa. Toda essa história de dar à luz me lembrou da questão da blogagem coletiva que eu tinha visto na semana passada, e que deixei "na memória" pra ver melhor depois, e acabou passando. Ainda bem que lembrei agora, em tempo!

Antes de mais nada, preciso explicar que é a primeira vez que participo de algo deste tipo - blogagem coletiva - então não sei se estou fazendo do jeito certo (espero que sim!), mas juro que a intenção é a melhor possível!

O importante é que de 01 a 07 de Agosto acontece a Semana Mundial pela Amamentação, que objetiva divulgar e promover os benefícios do aleitamento materno. Aproveitando a ocasião o Blog "Síndrome de Estocolmo" lançou a idéia da Blogagem Coletiva, de modo que o assunto fosse divulgado no maior número de Blogs possível e, consequentemente, acessado por muita gente. E cá estou eu, para dar meu testemunho particular sobre esta questão tão fundamental.

Durante toda a minha gravidez, lembro que um dos meus maiores medos era não conseguir amamentar meu bebê. Tinha esse medo porque minha mãe não amamentou nenhuma das filhas, naquele tempo não havia tanto estímulo ao aleitamento, e as pessoas tendiam a achar mais "saudável" usar o leite em pó com algum tipo de engrossante, e além disso ela sempre dizia que não tinha leite, que o leite secava muito rápido, que era fraco, coisas assim.

Eu sempre quis amamentar, muito. Queria com todas as forças do universo, então infernizei a vida do médico pra que ele me orientasse a tudo que fosse possível eu fazer enquanto grávida pra garantir a amamentação depois, queria tomar remédio pra produzir mais leite, queria usar pomadas, queria fazer tudo que estivesse ao meu alcance. E lia muito sobre o assunto, tudo que estivesse ao meu alcance. Comprava todas as revistas de gestante que via nas bancas, lia muita coisa também em livros e na internet, e aos poucos fui me tranquilizando porque essas literaturas me mostravam que amamentar é possível para QUALQUER mãe, sempre!

Quando o Lucas nasceu e veio para o quarto, algumas horas depois, ele não queria mamar. Ficou virando o rostinho pra lá e pra cá e não teve Cristo que fizesse ele abocanhar o mamilo como um bebê faminto sempre faz. Lembro da cena como se fosse hoje e meu marido também a descreve com perfeição: Eu abri o maior berreiro. Fiquei arrasada, desorientada, e só conseguia dizer: "Ah, meu Deus, meu filho não vai mamar, serei uma péssima mãe, não vou conseguir amamentar!". Foi muito traumático mesmo, porque eu via todos os bebês já nascerem doidos por uma mamada, e meu filho não queria nem chegar perto.

Aos poucos as enfermeiras do hospital foram me tranquilizando, me diziam que isso era normal e que alguns bebês simplesmente não nascem com fome, e que eu conseguiria sim amamentar, que tudo era uma questão de o meu time sincronizar com o time do bebê. Fiquei meio desconfiada, mas reavivei minhas esperanças, e realmente deu certo. No dia seguinte o Lucas já estava faminto, e nesta condição travou uma batalha com o seio da mamãe mas no fim das contas conseguiu mamar. Aquele foi um momento de glória quase tão incrível como o momento do nascimento. Como eu sonhei com aquela emoção! Foi demais, eu fico com os olhos marejados só de lembrar...




Ainda demorou um bom tempo até que a coisa toda funcionasse pra valer. Primeiro foi meu leite que "desceu" todo de uma vez e me transformou numa aberração da natureza, com tanto leite que parecia que eu ia explodir. O bebê não dava conta daquele leite todo, então meu seio empedrou, eu tive febre e dores horríveis como nunca antes na minha vida. Foi um processo aprender a tirar o leite, e nessa época eu fiz muitas doações para o banco de leite, o que me deixava bem feliz, mas o sofrimento era grande.

Depois foi o bico do seio que passou por etapas cada vez mais destruidoras. Ficou em carne viva, depois trincou todo, depois sangrou, e depois se despedaçou. Cada mamada do Lucas era uma tortura pra mim, e minha mãe não gostava nem de ficar perto porque era o bebê mamando e as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Muita gente me dizia pra parar com aquilo, que era sofrimento demais, mas a minha vontade de amamentar meu filho era tão grande que me fez ser mais forte e suportar esse sofrimento todo, e garanto que valeu à pena.

Todo esse drama aconteceu nas primeiras semanas, e antes mesmo de o bebê completar 1 mês de vida a situação já estava normalizada, porque a natureza é sábia e, se dermos um tempinho pra ela, tudo se ajeita, de verdade! Com o passar dos dias a quantidade de leite que o organismo produz se torna proporcional às necessidades do bebê, as rachaduras e machucados no bico do seio cicatrizam, as dores vão embora e o que sobra é a sensação mais maravilhosa do mundo que é alimentar o próprio filho. E a partir daí, pessoal, é só alegria!

Amamentei meu filho exclusivamente com leite materno até os 5 meses de vida. Nesse período ele não bebia água, não tomava cházinho, não bebia outro tipo de leite, absolutamente nada. Era só peito, e nada mais. Vira e mexe aparecia alguma senhora "entendida" que dizia que o bebê ia desidratar, que eu devia dar água porque era verão, que o leite podia não ser "forte o bastante" porque o bebê não estava gordão, coisas desse tipo, mas como eu tinha lido muito na gestação já estava preparada para todas estas questões, e mesmo comprando uma briga aqui e outra ali nunca meu filho tomou nada que não fosse o meu leite. Depois dos 5 meses outros alimentos foram introduzidos na sua dieta, mas ele continou mamando no peito até 1 ano, e largou por vontade dele, porque se fosse por mim, ah... eu não teria parado.

Amamentar é demais, é fantástico, é o momento mais incrível de uma mãe com o seu filho, uma exclusividade nossa, das fêmeas, e é uma prazer que não deve ser descartado nunca. Eu sinto muita saudade, e até hoje se vejo uma mãe amamentando um bebê fico olhando e imaginando como era bom quando eu mesma vivia aquela experiência. Saudade!

Mas, o mais importante é que além de ser uma experiência transcedental, amamentar é também a melhor coisa que uma mãe pode fazer pela saúde do próprio filho. O leite materno é o alimento ideal para qualquer bebê, é a única coisa de que ele precisa pra crescer forte e saudável, e é sempre suficiente para todas as necessidades de qualquer bebê, sem exceção.

Meu filho é uma criança pra lá de saudável, graças a Deus. Desde novinho dormia super bem, a noite inteira, não teve cólicas ou qualquer outra alteração intestinal que o fizesse ficar mais agitado (porque o esforço que o bebê faz para sugar o seio da mãe contribui também para a eliminação dos gases, evitando assim as cólicas tão temidas pelas mães). Nunca ficou doente, à exceção de uma ou outra virosezinha comum de criança, coisas assim, mas doença séria nunca teve, nunca ficou hospitalizado, nunca precisou tomar injeção, nada. É um touro de forte, transpira saúde, e os exames de sangue dele são de fazer inveja, perfeitos! Tem uma saúde de ferro, e eu tenho certeza absoluta que ele é assim porque recebeu no seu primeiro ano de vida o melhor remédio que qualquer criança pode receber, o remédio contra todas as doenças da vida, que é o leite materno. Além de todos os nutrientes, o leite materno foi sempre engrossado com muito amor, e não há alimento artificial no mundo que substitua essa combinação!

Amamentar é fácil, mais fácil do que imaginamos. O fundamental é ter paciência, porque nas primeiras semanas é super comum acontecerem essas coisas que aconteceram comigo (e tantas outras), há sim algum sofrimento e ninguém gosta de sentir dor, mas temos que ser fortes e pensar que é para o bem do nosso próprio filho, e que o sofrimento vai passar e depois só vai ficar a parte boa.

Também é comum o bebê chorar e aparentar que não está satisfeito com o que mamou, o que leva as mães a um dos maiores erros na minha opinião, que é acreditar que "o leite é fraco e não sacia o bebê", opinião lamentavelmente corroborada por alguns médicos irresponsáveis. As mães cedem à pressão do choro do bebê (que é natural, porque bebê chora, né, gente!), e acabam incluindo na dieta as tais "fórmulas" que nada mais são do que alimento falso, que pode ficar bem parecido mas jamais terá a mesma qualidade do leite materno. Aí o bebê começa a ter cólicas, a ter alterações no funcionamento do intestino, e as mães entram naquele ciclo vicioso de trocar a fórmula, dar remédio pra cólica e passar noites inteiras em claro porque o organismo de seus filhos está gritando por aquilo que a natureza lhe daria mas que a mãe não teve paciência pra dar.

Claro que não estou generalizando e que aqui ou ali podem existir casos em que realmente o desmame é recomendado e a introdução do leite artificial é inevitável. Não sou médica, mas já li muito a respeito, já vi documentários e estou sempre ligada nesse assunto, e sei que existem trocentos estudos científicos que comprovam tudo o que eu escrevi acima, ou seja, que não há leite fraco e que se o bebê demonstra não estar satisfeito é porque ainda não sincronizou com a produção de leite da mãe, mas que com paciência a coisa se ajeita em poucos dias.

Por tudo isso eu sou não só defensora do aleitamento, como sou ativista mesmo. Quando uma amiga está grávida, a primeira coisa que eu pergunto é se ela pretende amamentar, e fico o tempo todo falando sobre isso e contando da minha experiência pra tentar contribuir com o apoio moral, pra que ela seja forte na hora do aperto e aguente até que tudo fique bem.

Quando vi a sugestão da Blogagem Coletiva sobre este assunto, portanto, me animei na hora, e agora estou aqui pra dizer pra todo mundo que me lê que amamentar não é só importante, mas FUNDAMENTAL.

Se você conhece alguém que esteja grávida, fale sobre o assunto. Estimule, defenda, propague os benefícios da amamentação. Os bebês agradecerão no futuro, em forma de muita saúde e vivacidade!

E pra finalizar, já que estamos falando do milagre da vida, deixo beijos especiais pra minhas amigas e futuras mamães Carla, Patrícia, Valéria, Lana, Adriana e Polyana, que em breve, se Deus quiser, estarão exibindo seus bebês orgulhosamente nos braços, e amamentando com muito amor.

sábado, 2 de agosto de 2008

Um ano em 7 meses

"Depois da tempestade, sempre vem a bonanza",

"A noite fica muito mais escura quando está perto de nascer o dia";

"No fim, tudo dá certo!"
Quem nunca ouviu frases como estas acima de pessoas queridas quando atravessou um momento de dificuldade? Quem nunca disse algo desse tipo pra um amigo ou ente querido que estava passando por problemas?

Eu mesma sempre digo coisas assim, até quando não acredito muito que a situação possa melhorar... é uma espécie de mantra que eu sinto necessidade de repetir para atrair pelo menos um pouquinho de pensamento positivo, mas o mais legal é que geralmente essas teorias, tão simples, acabam se demonstrando 100% verdadeiras.

Já comprovei isso algumas vezes na minha vida. Já passei por situações extremas de fundo do poço quando nada parecia ter solução, e pude ver um tempo depois que no fim tudo acaba dando certo mesmo, se houver empenho e positividade da nossa parte, melhor ainda! Este ano é mais uma demonstração prática disso tudo, e essa constatação tem me deixado extremamente feliz há dias.

Para mim o ano poderia acabar agora, que já teria valido super à pena. Mesmo que daqui até dezembro dê tudo errado (isola!), ainda assim vou ter um saldo positivo, porque a vida foi muito generosa comigo nestes meus 7 meses vividos em 2008.

Fui do inferno ao céu: comecei o ano com o pé esquerdo, triste, deprimida, desanimada, frustrada, magoada... Vivi processos intensos de dor física e emocional, sofri muito com perdas que machucaram, fiz o que pude para sobreviver a este caos, e, com a ajuda daqueles que ficaram ao meu lado (porque outros sempre vão embora no primeiro sinal de dificuldade) acabei conseguindo encontrar um caminho, um caminho difícil mas que, desbravado, me abriu as portas para dias melhores, que chegaram muito antes do que eu pudesse imaginar. Reconquistei o equilíbrio emocional (isso é uma conquista diária, mas tenho me esforçado bastante), recuperei algumas crenças antes perdidas, acreditei em mim mesma e na minha capacidade de fazer a diferença, ousei, arrisquei, e como num passe de mágica as coisas foram acontecendo. Evoluí muito profissionalmente, consegui realizar projetos antes tão distantes, e estou de novo cheia de sonhos, planos e expectativas.

Falando assim tudo parece fácil demais, né? Mas não, não é! Mesmo nessa fase boa, vivo sempre cheia de problemas e tenho que vencer obstáculos enormes todos os dias, matar um leão por dia e sobreviver a algumas coisas que não posso mudar... Mas aí é que está o "grande lance". Se a gente se importa demais com os problemas que NUNCA vão embora, acaba não conseguindo enxergar e viver a beleza dos momentos bons, acaba não conseguindo identificar uma conquista, um pequeno milagre, acaba perdendo a chance de viver essa sensação maravilhosa que é saborear uma vitória porque opta consciente ou inconscientemente por supervalorizar o que não está bom.

Eu já deixei de curtir muitas pequenas conquistas por achar que os problemas eram mais importantes e maiores, mas a vida foi me ensinando a me posicionar de forma diferente, então hoje eu mando os problemas às favas porque quero mesmo é curtir cada minutinho desta fase incrível, fase esta que pode ser efêmera demais, a gente nunca sabe, então na dúvida é melhor aproveitar enquanto a maré está boa! Porque a vida é cíclica e fatalmente outras fases difíceis surgirão, mas viver intensamente uma fase boa nos dá energia suficiente pra aguentar o tranco do que está por vir!

Há quem diga que não se deve propalar aos 4 cantos quando tudo está dando certo para não atrair inveja... Bem, eu não acredito em inveja, quem me conhece sabe, e mesmo que ela exista, é baixa demais pra me atingir... Acho todo esse papo de inveja uma grande bobagem e um saco, não aguento gente paranóica que fica se escondendo do mundo achando que tem um milhão de invejosos do lado de fora querendo roubar sua vida, e jamais vou deixar de compartilhar com os outros minhas conquistas por esse tipo de medo.

Meu marido tem outra teoria: Ele costuma dizer: "Não fica falando senão quebra o encanto!". Pode até ser, ele me proíbe de elogiar o trânsito quanto está bom, por exemplo, porque se eu falo: "Nossa, hoje o trânsito está uma beleza!", é batata: 2 minutos depois encontramos algum congestionamento pela frente e ele briga comigo dizendo: "Tá vendo só? Quebrou o encanto!".

Seja como for, sou cética demais pra acreditar que coisas ocultas são capazes de influenciar a minha maré boa ou ruim, e acredito sim que traçamos nosso caminho e sofremos as consequências das escolhas que fazemos, e que nem sempre a explicação para tudo é óbvia mas que um dia tudo faz muito sentido, e descobrimos que o destino daquela situação sempre esteve em nossas próprias mãos.


Dei uma bela viajada aqui nesse post e você deve estar aí do outro lado se perguntando: Mas e aí, o que foi que aconteceu de tão bom?

Ahhhhh... essa é a melhor parte! Na verdade nesses meus 7 meses vividos em 2008 aconteceram muitas, muitas, mas muuuuuuuuuuitas coisas maravilhosas. Coisas pequenas e singelas, como conhecer uma pessoa bacana aqui, bater um papo construtivo ali, ganhar uma causa jurídica acolá, sair pra jantar em lugares legais com pessoas especiais, etc e tal, mas como eu valorizo cada pequena vitória, já estava bem feliz com as "pequenas coisas".

Mas também vieram as "grandes coisas", só que não vou contar todas agora exclusivamente pra não estragar a surpresa depois, já que algumas foram parcialmente realizadas e serão efetivadas mais pra frente. E dentre essas "grandes coisas" realizei um sonho há 1 semana, um sonho que eu sequer cogitava realizar tão cedo, mas que de repente tornou-se possível, atingível, realizável.

Fiz uma cirurgia plástica com a qual eu sonhava há pelo menos 7 anos, e estou tão feliz que acho que vou explodir! Antes que me perguntem, não é nenhuma cirurgia pra emagrecer ou coisa do tipo, mas é uma cirurgia estética que tirou de mim algo que me inomodava demais e que jogava minha auto-estima lá para o chão. Uma cirurgia que vai melhorar muito meu visual, que vai deixar meu corpo bem mais harmônico e bonito, e que talvez nem seja percebida por muitas pessoas quando me encontrarem, mas que fará uma diferença gigante pra mim mesma.

Estou me recuperando, já que faz apenas 1 semana que operei, e essa é a pior parte, porque a recuperação é lenta e delicada, então estou bem limitada por estes dias. Sinto muitas dores, levei mais de 100 pontos internos, estou cheia de restrições por pelo menos 1 mês e quase totalmente dependente das pessoas que estão cuidando de mim. Esse processo é bem difícil, porque eu sou extremamente independente e não me sinto confortável em ficar solicitando os outros o tempo todo, pra tomar água, pra ir ao banheiro, coisas assim, mas estou me acostumando porque ainda faltam 3 semanas até que eu possa voltar à minha rotina.

Por outro lado, são nessas horas que a gente recebe as maiores provas de amor e amizade. São nessas horas que a gente descobre quem realmente se importa conosco e quem está disposto a sacrificar uma parte do seu tempo pra ajudar.

Tenho uma família maravilhosa que se entregou junto comigo a este processo desde o dia em que eu falei que ia operar. Meu marido me apoiou desde o primeiro momento, sempre dizendo que "por ele eu não precisava fazer isso, porque ele gosta de mim como sou, mas que se era algo que me faria mais feliz, então ele estava comigo!", e suportou todas as minhas tensões que se misturaram num determinado momento me tornando uma pessoa quase insuportável por alguns dias: foi tensão pré-menstrual, tensão pré-operatória, tensão pré-afastamento do trabalho, enfim... fiquei "daquele jeito".

Ele ficou comigo todos os dias dessa primeira semana, cuidou de mim com todo carinho e ontem até cozinhou pra mim, porque eu estava com vontade de comer algo feito em casa, olha que meigo!

Minhas irmãs também se mobilizaram, aliás não só minhas irmãs mas também meus cunhados queridos, e todos me ajudaram com as correrias pré-0peratórias, cuidaram do Lucas e me deram toda a força que eu precisava pra manter a coragem e enfrentar uma cirurgia como essa, de grande porte.

Minhas amigas que sabiam da novidade (porque eu não contei pra todo mundo, exclusivamente por falta de tempo) me deram a maior força, me divertiram naqueles momentos de stress total, me incentivaram dizendo que eu vou ficar linda depois, e isso tudo também foi super importante para eu me sentir confiante e entrar na faca pra valer.

Depois da cirurgia foram muitas mensagens de carinho que recebi dessas pessoas tão especiais... Via torpedo no celular, via ligação telefõnica, via email, via orkut, por todos os meios recebi o carinho das minhas amigas queridas e fiéis, e cada um desses carinhos acalentou um pouco a minha dor e me animou pra esperar pacientemente pelo resultado.

Ontem à noite recebi a visita das minhas queridíssimas amigas Érica e Vânia, também conhecidas como "Bruxona" e "Lesa", e como não podia deixar de ser foi demais... Apesar da minha situação e das dores que ainda sinto, me diverti muito, elas me animaram com aqueles comentários sempre peculiares, ouviram meu relato sobre cada detalhe antes, durante e depois da cirurgia, tornaram a minha noite mais colorida e até me causaram alguma dor (já que ri mais do que devia), mas neste caso tá valendo porque se tem uma coisa que eu gosto nessa vida é de receber minhas amigas queridas num momento como esse! Obrigada pela visita, meninas!!! E voltem em breve pra ver a evolução do resultado, ok?

Agora estou eu aqui, de molho. Só consigo andar curvada, o que dá uma dor insuportável nas costas, não posso fazer esforço, tenho que dormir sentada, estou ultra-mega-hiper inchada e ainda sinto dores fortíssimas, a pior parte. Mas estou feliz, porque o resultado já começa a se desenhar, e tenho certeza que daqui a 2 meses, quando o corpo começa a desinchar pra valer e chegar mais próximo do resultado real, cada fiapo desse processo de sofrimento terá valido à pena.

Volto em breve pra contar pra vocês algumas nuances engraçadas sobre toda essa história de cirurgia (porque vocês sabem, né, comigo sempre rola uma comédia), e quando chegar a hora também pra contar as outras partes das "grandes coisas" que ainda estão por acontecer nesse meu ano incrível.

Por enquanto, fica o estímulo bem "clichê", mas do qual eu sou a prova viva:

Tudo pode acontecer! Acredite!