segunda-feira, 24 de março de 2008

Fechada para Balanço


Por mais que isso seja doído pra mim, precisarei me ausentar por uns dias... Estou com um milhão de coisas na cabeça pra escrever, mas não tenho conseguido o tempo necessário pra formular os posts como eu gostaria, de modo que precisarei tirar essa "folguinha" pra tentar colocar outros pontos caóticos da minha vida em ordem e então, quem sabe, liberar novamente umas horinhas eventuais pra vir aqui escrever meus devaneios com o devido capricho...

Sentirei saudades, com certeza, mas serão apenas alguns dias... sei que não vou conseguir ficar longe por muito tempo... e se as coisas continuarem caminhando nesse ritmo, sem sombra de dúvidas vou precisar - mais do que nunca - da minha terapia "escrevedorística"...

Torçam por mim! Estou precisando!

Até a volta! Muitos beijos, e não me abandonem!!!

terça-feira, 18 de março de 2008

Mania de Perseguição

A pessoa que acusa o outro de invejá-la, além de invejosa é doentiamente vaidosa.
O vaidoso patológico quer tanto ser admirado que justifica como invejoso qualquer olhar que lhe lancem.
No fundo, mais do que vaidoso o invejoso é só um entre tantos carentes em busca do que lhe falta: atenção.
(Rosana Hermann)
Já falei muito sobre esse "assunto" aqui no Blog e inclusive teci algumas considerações a respeito lá no meu perfil de Orkut.
Mas dada a minha inexistente capacidade de síntese, eu nunca jamais conseguiria traduzir em tão poucas linhas essa mania de perseguição que algumas pessoas têm, como fez brilhantemente Rosana Hermann no seu excelente Blog "Querido Leitor".

domingo, 16 de março de 2008

A Distância Entre Nós

Todas as manhãs na Bombaim contemporânea, Bhima, uma empregada doméstica, deixa seu barraco na favela para cuidar da casa de Serabai Dubash. Ali, Bhima esfrega o chão de um lugar em que será sempre uma estranha, limpa os estofados em que jamais poderá se sentar e lava a louça que não pode usar. No entanto, ainda que apartadas pela classe social e pelo sangue, Bhima e Serabai estão unidas pelos laços femininos e pelas experiências de vida que compartilham.
Sera é uma dona de casa de classe média alta cuja opulência da vida material esconde a vergonha e a desilusão de seu casamento violento. Viúva, ela se dedica à família e gasta quase todo o seu tempo cuidando da filha grávida Dinaz, uma pessoa dócil e excelente profissional, e de Viraf, seu atraente e bem-sucedido genro.
Bhima, analfabeta resignada, endurecida por uma vida de sofrimento e perdas, trabalha na casa de Sera há mais de vinte anos. Amaldiçoada pelo destino, ela sacrifica tudo pela bela e teimosa Maya, sua neta, uma universitária cuja educação - bancada pela patroa - lhes possibilitará deixar seu bairro pobre.

(trecho da "orelha" do livro)

Estou ainda consideravelmente estarrecida com essa história comovente e arrebatadora. Uma história que inicialmente parece muito distante, até pelo cenário em que se passa - a Índia contemporânea - mas que na realidade é muito mais próxima de todos nós do que podemos imaginar... Mais do que uma visão da sociedade oriental, é uma perspicaz análise do mundo contemporâneo, é uma história que poderia se passar na Índia ou no Brasil, na Arábia Saudita ou nos Estados Unidos.

Este romance da Jornalista Thrity Umrigar, que eu li em poucos dias, acaba sendo uma enorme bofetada na cara de quem o lê, porque coloca o dedo naquela que talvez seja a maior ferida da humanidade - a eterna distância que só parece aumentar entre os mundos que ao mesmo tempo parecem ter fronteiras invisíveis, mas que têm na verdade uma enorme muralha que talvez nunca possa ser derrubada, a enorme distância que existe entre o rico e o pobre, o enorme abismo social que divide o Mundo apesar de sermos todos seres humanos...

Um dos maiores méritos do livro é não glorificar a pobreza em detrimento da riqueza e vice-versa, é não vitimar os miseráveis nem condenar os mais abastados por sua condição, o que seria uma saída bem mais fácil para um romance. Ambas as protagonistas dessa dolorosa história são cheias de virtudes da mesma forma que são falíveis a toda sorte de erros ou "equívocos" por conta das circunstâncias da vida. Por mais que Sera e Bhima sejam, de certa forma, amigas, a verdade é que jamais isso será admitido, porque antes disso elas são patroa e empregada, e a vida não permite que essa barreira seja transposta.

Ambas são vítimas, antes de qualquer outra coisa, de suas origens e da ignorância dos mundos em que foram criadas, dos seus destinos trágicos e das escolhas que fizeram no passado. Ambas são vítimas das grandes perdas e encontram suas maneiras caladas de lidar com essa avalanche de emoções e frustrações, sem se dar conta do tamanho do reflexo disso tudo no mundo ao seu redor, e nas pessoas que mais amam.

Sem dúvida foi um livro surpreendente pra mim, e como citado na contra-capa, "eu não conseguia parar de lê-lo, e não era a mesma quando alcancei a última página"... A narrativa é invadida por uma melancolia às vezes sufocante, mas que sutilmente consegue dar o exato tom da realidade dessas duas vidas ao mesmo tempo tão abençoadas e tão desgraçadas.

Há um final corajoso, aberto a interpretações variadas, e achei essa uma outra grande "sacada" da escritora, porque depois de muito pensar concluí que a interpretação que podemos dar ao final da história diz muito sobre a nossa própria posição diante dessa problemática, o que pode ser um pouco perturbador.

De qualquer forma, é um livro importante, envolvente e emocionante enquanto romance, mas também muito corajoso enquanto crítica social. É uma leitura agradável, apesar de melancólica, e sem sombra de dúvida eu recomendo!!!

sexta-feira, 14 de março de 2008

Lucaslândia

A história de Lucaslândia:

A Lucaslândia vivia lá no espaço sideral, mas no dia 12 de Fevereiro, em 1992, caiu um meteorito e a Lucaslândia caiu no Planeta Terra.
A Lucaslândia caiu num lugar perto da França, e virou uma Cidade, e agora a Lucaslândia já existe no Mapa.
Na Lucaslândia não existe guerra, e todo mundo é feliz.

E foi isso que aconteceu.

(Lucas Aguilhar Ribeiro - 7 Anos)

(Explicação redigida pelo meu filho sobre a "Cidadezinha" que nós criamos quando fizemos essa maquete, um trabalho dele para a aula de Geografia no Colégio. Juro que copiei cada letrinha do manuscrito original.)

quarta-feira, 12 de março de 2008

A História do Anúncio na Revista

Final da década de 80... Talvez 1988, 1989, sei lá... Só sei que eu era uma pré-adolescente de 12 ou 13 anos de idade, estava terminando o ensino fundamental, e não tinha muito acesso à cultura senão aquela vinda da TV (???)... eram tempos difíceis, como já contei aqui outras vezes, grana curta, vida simples, blablablablabla...

Na época, comprar revistas de qualquer gênero que fosse era um luxo... As meninas que tinham alguma grana costumavam ler "Capricho", mas isso não fazia parte da minha realidade. Só que uma revista semanal da época - a Revista Semanário - lançou uma coleção que encheu os olhos da estudantezinha CDF aqui... Era uma coleção sobre História Antiga, se não me engano, e toda semana a revista vinha acompanhada de um livrinho - sobre a Mesopotâmia, o Egito Antigo, e assim por diante.

Com o argumento de que aqueles livrinhos seriam fundamentais para a minha formação e para o enriquecimento dos meus estudos, convenci meu pai a bancar a coleção pra mim, de modo que a cada início de semana ele me dava a grana (se fosse hoje seria uma dessas revistas que custam R$ 1,99, sabem?), e eu passava na banca, quando saía da escola, para comprar o exemplar.

Claro que não era só o conteúdo dos livrinhos que me atraía... Como eu já disse, revista era um artigo de luxo, então eu e minha irmã Silvia nos deliciávamos com as páginas recheadas de notícias de celebridades da época, com os resumos das novelas, fotos da Xuxa e das Paquitas (que nós adorávamos), e outras inutilidades do gênero.

Havia na Revista uma seção de "anúncios pessoais", e todo tipo de conteúdo era encontrado: Os anúncios eram divididos em "sessões", tipo "Procura-se um Amigo", "Procura-se um Amor", "Procura-se um Companheiro", "Procura-se alguém para dividir um Apartamento", etc. Na época, não havia internet, e esse era com certeza o meio mais popular de busca de relacionamentos (o que hoje é feito pelo Orkut, pelos sites de namoro ou amizade, etc...).

Como eu e minha irmã "devorávamos" as revistas, líamos cada linha, inclusive os tais anúncios pessoais. Várias vezes ficávamos interessadas por anúncios que pareciam bem atraentes, tipo: "Jovem de 15 anos procura moças e rapazes que gostem de se divertir para fazer amizade", ou "Menina meiga da periferia procura expandir seus horizontes e fazer novas amizades". Tudo parecia muito ingênuo, muito bem intencionado.

Nós não víamos maldade nesses anúncios (da sessão "Procura-se Amigos"), éramos muito bobinhas e há que se lembrar que os tempos eram outros, quando não havia tanto psicopata pedófilo solto por aí (ou pelo menos não sabíamos da existência deles, sequer tínhamos idéia do que seria um pedófilo). Na verdade, ouso dizer que, senão todos, a maioria dos anúncios era realmente bem intencionada, era algo como o Orkut de hoje, onde as pessoas escreviam seus perfis para se corresponderem com outros desconhecidos e iniciarem todo tipo de relacionamento.

Toda semana também, no final da sessão de anúncios, havia um depoimento de alguém que tinha utilizado o "serviço" e tinha coisas positivas a relatar, tipo "Encontrei o Amor da Minha Vida", ou "Viajei para o Nordeste para encontrar Meu Melhor Amigo". Acreditem: aquilo era muito atraente... Só de pensar na possibilidade de conhecer zilhões de pessoas dos mais diversos lugares do país, só de pensar em conhecer zilhões de amigos legais que tivessem muitas histórias bacanas pra contar, eu ficava extasiada... Eu era muito tímida na época, tinha poucos amigos, e via nesse tipo de "negócio" uma grande oportunidade de expandir meus horizontes...

Aquela idéia martelou na minha cabeça por algumas semanas, até que um dia eu falei pra minha irmã: "Podíamos escrever um anúncio pra Revista! Eles publicariam e nós receberíamos um monte de cartas legais! O que você acha?". E minha irmã, que também se viu atraída pela idéia, logo me incentivou a colocar o "plano em prática". Não contamos nada para os nossos pais porque achamos que seria desnecessário, e decidimos que daríamos só as notícias boas depois, tipo "Mãe, você não vai acreditar, mas eu tenho um melhor amigo que mora na Amazônia!". Ela ficaria orgulhosa por termos conquistado pessoas de lugares tão distantes, e quem sabe até se animaria a fazer uma viagem de férias conosco para algum lugar bem distante... Sim! Era uma oportunidade incrível!

Passamos alguns dias, eu e minha irmã, rascunhando nossos perfis... Tinha que ser algo realmente atraente para que qualquer um que lesse tivesse vontade de nos conhecer! É uma pena eu não me lembrar exatamente de como ficou a versão final do anúncio, mas foi algo mais ou menos assim:

"Jovem de 15 anos, madura, inteligente, alegre e carinhosa, que gosta de estudar e de passear, procura pessoas que gostem de curtir a vida para fazer novas amizades. Não tenho preconceito com idade, pois acho que o que importa é o sentimento. Escreva para mim! Flávia xxx, Rua xxx, Cep xxx."

Embora o texto não tenha sido exatamente este, lembro bem de ter mentido a idade (porque 15 anos me faria parecer mais "madura"), e de ter colocado que não tinha preconceito com idade (porque imaginava que podia encontrar um melhor amigo de 20, 30 anos, e isso seria bem legal! eu seria a única menina da minha turma a ter um amigo mais velho!).

Minha irmã também fez um perfil mais ou menos nesse estilo, e às escondidas mandamos as cartas para a Revista Semanário. Lembro que passamos as semanas seguintes anciosíssimas, esperando o dia em que abriríamos as páginas de anúncios pessoais e encontraríamos nossos próprios nomes! Seria demais!

Demorou um pouco, talvez 1 mês, sei lá, e já estávamos com medo de a grana da revista cessar porque a coleção de História Antiga estava prestes a terminar, quando uma bela segunda-feira, voltando da escola, no ônibus, abrimos a revista que tínhamos acabado de comprar e lá estavam eles: Nossos anúncios, impressos nas páginas de anúncios pessoais da Revista Semanário, todinho, com cada vírgula que tínhamos escrito! Era muito legal ver nossos nomes e endereços completos impressos em uma revista de circulação nacional! De certa forma isso nos fazia parecer importantes, famosas, sei lá... Só sei que curtimos muito aquele momento, e ficamos lendo e relendo os anúncios até não aguentarmos mais...

A partir desse dia, todos os dias eram uma eterna espera pela hora em que o Carteiro passaria... Morávamos numa casa de Bairro, havia um mesmo Carteiro que passava todos os dias e já era meio "amigo" da vizinhança, já conhecia todo mundo pelo nome, enfim... Tínhamos certeza de que quando nossas cartas começassem a chegar o Carteiro nos veria como "as meninas populares do Bairro", talvez até imaginasse que fôssemos famosas, ou algo assim...

E não demorou para que as cartas chegassem... No começo era uma por dia, duas no máximo, e de alguma forma conseguíamos driblar nossa mãe para que ela não ficasse fazendo muitas perguntas sobre quem estaria nos escrevendo... Pegávamos os envelopes, corríamos para o quarto e ficávamos lá nos deliciando com cartas de todo tipo, escritas à mão, às vezes de uma página só, às vezes de várias... Haviam cartas de meninas de diversos lugares, de meninos, de homens mais velhos, no começo sempre em tom de amizade mesmo, às vezes com alguma poesia, às vezes com alguns versinhos conhecidos, mas pra gente tudo era sempre muito interessante... Depois de ler minhas cartas, eu trocava com minha irmã e lia as dela, e ficávamos fazendo planos de quando íamos responder e se talvez um dia poderíamos nos encontrar com aquelas pessoas tão legais...

Na época eu já tinha algum olho crítico para redação (pretensiooooosa!), e me julgando "muito importante", decidi que o critério para responder às cartas começaria por aí: eu descartaria as que não tinham sido bem escritas, as que tinham erros crassos de português, e daria mais atenção àquelas que pareciam mais caprichadas.

Antes mesmo que pudéssemos começar a responder às cartas mais interessantes, o negócio começou a ficar mais "sério"... Começamos a receber 6, 8, 10 cartas por dia, às vezes mais de 10, e não demorou para o Carteiro fazer um comentário do tipo: "Nossa, vocês estão importantes, heim! Recebendo cartas de tantas pessoas!". Também não demorou para nossa mãe descobrir o que estava acontecendo. Ela pegou os envelopes, mais de 20 entre os meus e os da minha irmã, e perguntou, daquele jeito enérgico dela: "Meninas, de onde é que vêm essas cartas? Quem são essas pessoas que estão escrevendo tanto pra vocês?".

Ok. Era chegada a hora. Cheias de orgulho, fomos buscar a Revista de semanas atrás para mostrar pra nossa mãe os nossos belos anúncios, crentes de que ela acharia o máximo! Minha mãe pegou a revista, leu os anúncios, olhou para as nossas caras anciosas incrédula, olhou de novo para a revista, e então soltou: "Que porcaria é essa? O que vocês fizeram?". Melindradas, tentamos explicar que era um anúncio pra que pudéssemos fazer novas amizades, e que estava dando certo porque há semanas vínhamos recebendo cartinhas adoráveis de pessoas bem legais...

Mamãe, claro, quis ver as tais cartas, e leu cada uma delas com a mesma incredulidade que leu o anúncio... Ficou estarrecida, boquiaberta, em estado de choque. A essa altura, já tínhamos um bolo considerável de cartas guardadas, e demorou um tempo pra ela se atualizar com todo o material, a cada leitura sua expressão ficava mais transfigurada, e logo nos demos conta de que aquilo tudo poderia, afinal, não ter sido uma boa idéia.

Algumas cartas tinham sido escritas por homens bem mais velhos do que nós... A maioria dizia a idade - 20 e poucos anos, 30 e poucos anos, na verdade a maioria das cartas eram de homens, algumas com desenhos incríveis feitos à lápis preto, algumas com páginas e mais páginas de poesias, algumas com letras de músicas, quase todas com muitas páginas escritas caprichosamente à mão, mas pra nós tudo parecia sempre muito lisonjeiro, muito bem intencionado...

Minha mãe parou, e lembro bem do que ela disse: "Que tipo de homem tem tempo pra ficar escrevendo tantas páginas de cartas com versinhos e desenhos pra uma menina que nem saiu das fraldas ainda?". Argumentamos que eram pessoas legais que também estavam procurando novas amizades, e minha mãe balançou a cabeça: "Meninas, vocês não entendem nada mesmo, não é? Deixe-me ver os envelopes!". Pegou os envelopes, e começou a ler os endereços dos remetentes, percebendo logo um fato que nos tinha passado totalmente batido: Muitas das cartas vinham do mesmo endereço, do mesmo lugar: "Rua xxx, Bloco xxx, Carandiru / SP".

Na hora, só dissemos, meio sem graça: "Ah, vai ver que são amigos que moram perto, no mesmo condomínio, algo assim... um deles deve ter visto o anúncio e comentado com os outros amigos, e talvez eles estejam todos disputando sobre quem vai conseguir a nossa amizade!" (juro que não éramos imbecis, apenas inocentes!). E então mina mãe falou: "Meninas, vocês sabem o que tem no Carandiru? Vocês sabem por que essas cartas vêm todas do mesmo lugar? O Carandirú é um presídio, Meninas, esses homens que estão escrevendo pra vocês são presos, são bandidos!".

A casa caiu. Mesmo! Não podíamos imaginar que estivéssemos recebendo cartas de presidiários! Isso nunca sequer passou perto de nossas cabecinhas ocas! Mas de repente, tudo que minha mãe dizia fazia muito sentido: Que homem de mais de 20 ou 30 anos teria tempo de escrever cartas quilométricas cheias de poesias, floreios e desenhos? Que homem de mais de 20 ou 30 anos teria tempo de escrever para duas meninas pré-adolescentes que não disseram nada tão particular num anúncio? Claro! Só poderiam ser presos, que passam o dia sem fazer nada e, talvez, lendo anúncios pessoais em Revistas, e "atirando pra todo lado", tentando ganhar a confiança e admiração de adolescentes com poesias de quinta categoria e desenhos pouco criativos! Só que a gente não fazia idéia de que isso podia acontecer, a gente nem fazia idéia que a Revista Semanário chegava a algum presídio! A mesma revista que nós, inocentes meninas de família decente líamos semanalmente!

De repente ficou muito claro pra nós duas que tudo aquilo tinha sido uma enorme estupidez! Como pudemos ser tão burras? Claro que levamos uma bronca gigante, ouvimos o "sermão da montanha", e tivemos que engolir cada palavra que minha mãe nos disse energicamente cheias de terror, coisas do tipo: "Meninas, vocês colocaram o endereço da nossa casa numa revista que circula sabe-se lá por onde! Esses caras que estão presos um dia podem sair da cadeia e vir atrás de vocês, vocês já pensaram nisso?". Ficamos em pânico, e tentamos dar uma rápida buscada na memória pra ver se tínhamos respondido alguma daquelas cartas.

Na verdade, como tudo aconteceu muito rápido, não tínhamos ainda conseguido responder muita coisa, eu mesma tinha respondido meia dúzia de cartas apenas, e as primeiras que recebemos não eram do presídio - porque provavelmente a carta saída de lá demorava mais pra chegar, ou talvez eles recebessem a revista com algum atraso, sei lá!

O fato é que a mesma emoção que nos deixava eufóricas dias antes da "descoberta" quando o Carteiro passava tornou-se desespero nos dias seguintes. Rezávamos pra que não chegasse mais nenhuma carta, pra que tudo já tivesse caído no esquecimento, e pra que pudéssemos finalmente nos livrar daquele medo que passou a tomar conta de nós - medo dos presos e medo da minha mãe, sempre com sermões enérgicos preparados para nos lembrar da grande besteira que tínhamos feito.

Só que as cartas continuavam chegando... sempre um bolo de cartas, mais de 10, mais de 20... E sempre a maioria vinda da Rua xxx, Bloco xxx, Carandirú / SP... Pensem num pânico! Abríamos os envelopes e o conteúdo era sempre muito parecido: poesias de homens que se diziam solitários e reflexivos, desenhos de flores, de mulheres, de paisagens, frases meio manjadas, artifícios que logo percebemos que os presos aprendiam a usar durante o ócio do cárcere. Rasgávamos tudo e jogávamos no lixo, mas no dia seguinte outro bolo de cartas chegava.

Foi assim por alguns meses. Juro! Recebemos pilhas de cartas, durante mais de um mês chegava um monte por dia, não houve um único dia em que não chegasse uma carta. Nem conseguíamos mais achar graça em cartas que não vinham do Carandirú, mesmo quando pareciam genuinamente legais e bem intencionadas. Tudo virou motivo de medo, tudo virou um pesadelo, e lá se foi nosso sonho dourado de fazer amizades pelo mundo!

Claro, algum tempo depois o pesadelo chegou ao fim, e as cartas desapareceram, chegando só uma ou outra bem eventualmente, em espaços cada vez maiores. Fomos nos tranquilizando com a situação, mas durante um bom tempo ficamos neuróticas com a possibilidade de um preso ser solto e vir atrás de nós! Isso nunca aconteceu, meu pai mora no mesmo endereço até hoje e não tenho notícia de nenhum sujeito estranho rondando por lá. Ainda bem!

Essa foi literalmente uma "arte infanto-juvenil". E uma arte das grandes. Logo nós, que sempre fomos meninas exemplares e que nunca demos grandes dores de cabeça aos nossos pais. Logo nós que sempre fomos tão "certinhas", principalmente naquela época. Uma estupidez, na verdade, mas uma estupidez recheada de boas intenções de meninas que podiam ser ingênuas em tempos onde não havia tanta malícia no mundo. Pelo menos não aos nossos olhos.

Hoje conseguimos até mesmo rir dessa história, porque no mundo de hoje isso tudo parece surreal demais. E hoje, eu garanto, temos muito mais cuidado com esse tipo de coisa... Estamos aí, no mundão virtual que toma conta das nossas vidas, mas pelo menos aprendemos a lição de que não se divulga o endereço nem o telefone sem o mínimo de critério, afinal, da mesma forma que a tecnologia nos levou para uma outra geração de publicidade pessoal, também nos levou a um tipo de exposição onde todo cuidado é pouco.

Loucos existem aos montes pelo mundo, e como acabou ficando provado nessa história das cartas, não necessariamente o perigo está relacionado a presidiários, que acabam vivendo à margem da nossa sociedade pelo preconceito que nos impede de separar sensatamente o joio do trigo. Nenhum dos presos que nos escreveu nos ameaçou ou veio atrás de nós, e ainda bem que foi assim!

Mas a verdade é que há muito mais lobos em pele de cordeiro do que podemos imaginar, e às vezes o perigo vem de onde menos de imagina, de modo que todo cuidado é pouco mesmo! Não podemos ser ingênuos, e embora o lógico seria a tecologia ser usada para o bem, na prática é bem diferente.

Que fique a lição pra todo mundo como ficou pra nós. Antes de ceder à tentação de uma exposição fácil que parece providencial, antes de ceder à tentação de exercitar a vaidade ao expor detalhes de sua vida publicamente, lembre-se que muitas vezes essas informações atingem lugares que sequer podemos imaginar, e o que pode acontecer a partir daí é um risco muito grande a se correr, desnecessariamente.

Sou defensora da internet, dos Blogs, do Orkut e de outras coisas do gênero. Ainda acredito que há de prevalecer a utilização dessas ferramentas tecnológicas "para o bem". Inclusive escrevi no meu perfil de Orkut esses dias que não entendo a paranóia das pessoas em reclamarem da bisbilhotice alheia, em trancar seus álbuns e scrapbooks pra que ninguém tenha acesso, porque o Orkut, por exemplo, é um site de relacionamentos e se você está lá é para se relacionar, e não para se esconder. Mas há uma diferença enorme em postar suas fotos, seus filmes, livros, vídeos e comidas favoritas, e postar seu endereço e o número do seu telefone. E, acreditem, há muita gente que faz isso indiscriminadamente, sem a menor noção do perigo que podem estar correndo!

Hoje já está mais do que claro que para nos relacionarmos com outras pessoas de interesses em comum não precisamos nos expor tanto, e nesse ponto, bendito seja o email, que é apenas um endereço eletrônico que nos protege fisicamente, ou pelo menos deveria, e com ele raramente precisamos divulgar nosso endereço físico. A tecnologia, afinal, também pode nos proteger.

Que assim seja!

terça-feira, 11 de março de 2008

Lua de Fel

Ontem à noite, zapeando enquanto esperava o sono chegar, encontrei um canal qualquer onde estava passando Lua de Fel. Assisti esse filme pela primeira vez há muitos anos, logo depois que foi lançado em vídeo (na época ainda VHS), e depois disso já reassisti algumas vezes. Não costumo rever muitos filmes, mesmo os que gosto, mas este é uma das exceções, porque de certa forma me hipnotiza e acaba prendendo minha atenção, apesar de eu já conhecer a história e o desfecho de cor.

Nigel (Hugh Grant, na época ainda um ilustre desconhecido), e sua mulher Fiona (Kristin Scott Thomas) partem num cruzeiro pelo Mediterrâneo para "comemorar" o 7º aniversário de casamento. Lá conhecem um excêntrico casal formado pela estonteante francesa Mimi (Emmanuèlle Seigner) e seu marido paraplégico, o escritor americado decadente Oscar (Peter Coyote).

A aparente ingenuidade e instabilidade do casal inglês - Nigel e Fiona - logo os torna alvos fáceis para os jogos perigosamente sensuais de Oscar e Mimi. Percebendo o involutário interesse de Nigel por sua mulher, Oscar atrai o inglês para longas sessões de conversas em sua cabine, onde relata detalhadamente a história do seu relacionamento com Mimi.

Eles se conheceram há alguns anos em Paris, quando Mimi era apenas uma garçonete aspirante a dançarina. Enfeiteçado pela beleza da francesa, Oscar não poupou esforços em seduzí-la, o que foi uma tarefa até bem fácil. Logo ambos estavam completamente apaixonados e seduzidos, dependentes um do outro, morando juntos no loft do escritor e passando dias e noites inteiras exercitando todas as possibilidades sexuais que uma paixão tão avassaladora permite. Na verdade, não havia limites no relacionamento do casal, e todas as fronteiras possíveis foram rompidas em nome da incontrolável paixão, do incontrolável desejo.

Mas, segundo as palavras do próprio Oscar, toda paixão avassaladora quando atinge o topo tende obrigatoriamente ao declínio, e essa fase também chegou para o casal. A relação foi perdendo a graça, e logo aquilo que era apenas paixão virou indiferença, evoluindo para o desrespeito.

Mimi, totalmente dependente e obcecada por essa relação, sujeitou-se a toda sorte de humilhações para mantê-la, e foi aí que Oscar pode exercitar seu lado sádico ao extremo, na esperança de que a moça finalmente desistisse daquela história. Como isso não aconteceu, ele tomou uma atitude extrema, despachando a moça para bem longe sem que ela pudesse desconfiar. Não havia piedade em Oscar, da mesma forma que não havia lucidez em Mimi. Ele só queria poder exercitar seus dedejos sexuais com outras pessoas, queria viver toda a farra sexual que pudesse com outras mulheres, e Mimi, por sua vez, só queria manter aquela história efêmera que viveram no auge da relação, porque não tinha maturidade suficiente para entender que isso jamais seria possível.

Mas a vida está sujeita a toda sorte de infortúnios, e como diria o ditado, "a vingança é um prato que se come frio", de modo que mais cedo ou mais tarde chegaria a hora e a vez de Mimi devolver todo o sofrimento que Oscar a fizera passar. Tratava-se de uma troca. Houve um tempo em que trocavam e compartilhavam fantasias sexuais apaixonadas. E chegou o tempo em que passaram a trocar torturas físicas e psicológicas por conta do ódio nascido a partir de uma paixão morta.

Toda essa história é contada por Oscar a Nigel em sessões diárias de conversas intermináveis, e embora o inglês ficasse atordoado com a intensidade e perversidade da história, não conseguia se afastar de Oscar, porque sabia inconscientemente que ali estava seu passaporte para Mimi. Tudo tratava-se de um jogo, mais um jogo de sedução com consequências extremas, e Nigel não teve força suficiente para livrar-se dessa teia que se formou, colocando em risco inclusive seu já abalado casamento.

Lua de Fel é um filme extremamente polêmico. E pesado. É erótico, é violento, é avassalador. Aborda questões extremas como ódio, paixão, loucura, desejo, obsessão, vingança, respeito e desrespeito, e enquanto assistirmos nutrimos amor e ódio pelas personagens, o que mostra que ninguém é tão bom que não seja capaz de uma barbaridade, da mesma forma que ninguém é tão perverso que não seja capaz de um ato de generosidade.

Considero este um dos filmes mais sensuais que já assisti. Há cenas de algum mau gosto, é verdade, mas sem que isso faça a história se perder em argumentos eróticos sem propósito. Na verdade, cada apelo sensual do filme acaba exercendo a função de dar a devida intensidade aos sentimentos das personagens, e às suas loucuras e à maneira como cedem voluntaria ou involuntariamente à luxúria.

É mais um filme marcante na carreira do cineasta polonês Roman Polanski, diretor de ótimos filmes como "O Bebê de Rosemary" (que eu acho incrível e morro de medo até hoje), "O Pianista" e "Chinatown", dentre outros. No caso de Lua de Fel, o quarteto protagonista funcionou surpreendentemente bem, e até Emmanuèlle Seigner (então esposa de Polanski), apesar de ser uma atriz de talento discutível e beleza incomum, acaba segurando a onda de uma personagem tão peculiar.

Assim, só me resta dizer que Lua de Fel é um filme marcante, daqueles que depois que assistimos, não esquecemos tão fácil. Eu, particularmente, gostei muito, e recomendo!

domingo, 9 de março de 2008

O Chá de Cozinha da Van

Ontem, dia 08 de Março, foi o "Dia Internacional da Mulher". Nem tive tempo de postar uma homenagem às mulheres incríveis que eu conheço e que fazem parte da minha vida, nem tive tempo de cumprimentá-las, mas como eu sou defensora de que "o dia da mulher é todo dia", escolherei uma outra data qualquer pra fazer a minha homenagem, ok?

Só que ontem, dia 08 de Março, foi também um dia muito especial para uma mulher específica: Foi o "Chá de Cozinha" da Vanessa, uma noivinha adorável que eu conheci há uns 5 ou 6 meses, virtualmente (visitávamos o Blog uma da outra), e cuja amizade já passou para o mundo real há algum tempo.

Fazia séculos que eu não ia a um "Chá de Cozinha"... nem me lembro qual foi o último do qual participei, e eu já tinha até esquecido de como é extremamente divertido! Na verdade a Vanessa tem amigas muito animadas, a família também é toda super alto astral, então não tinha como ser diferente! Foi um chá de cozinha naqueles moldes bem das antigas, cheio de prendas a se pagar e alguma sacanagenzinha típicamente feminina, muita risada, muitos presentes, muitas comidinhas e muita gargalhada! E eu A-D-O-R-E-I !!!

Logo depois do Chá de Cozinha, rolou um "Chá-Bar-Churrasco" lá no "puxadinho" (como ela chama a casinha encantadora que construiu nos fundos da casa do Seu Francisco), e nesse segundo grande evento a ala masculina também pôde participar. Ficamos por lá até bem tarde, rolou uma festinha trash muito divertida, e tenho que reconhecer que até eu entrei na "dança" com a especial seleção de músicas do noivo Didi. Muuuuuuuuito engraçado!!!

A Vanessa, tão querida como ela é, me comprou uns acessórios especiais: Normalmente ela me chama de "Fada Madrinha", então me deu um chapéu e uma varinha de condão, e eu fiquei toda exibida porque era simplesmente "A Fada"... A única Fada da festa!!! hehehe...



Vanessa e Didi: Eu sempre digo isso e repito: Vocês foram feitos um para o outro, não tenho dúvidas! Acho linda a história de vocês, a relação de vocês, o amor de vocês, e estou muito feliz porque dentro de bem pouquinho tempo vou poder testemunhar de pertinho o momento em que vocês irão unir suas vidas pra sempre!!! Torço muito pela felicidade desse casamento, e tenho certeza de que vocês construirão juntos uma história incrível e uma família linda!

Obrigada por nos permitir fazer parte dessa história!

quinta-feira, 6 de março de 2008

Coisas Maravilhosas da Cidade Maravilhosa


Hoje tinha tudo pra ser mais um dia altamente estressante, cansativo e corrido. Tive que acordar bem mais cedo que o meu "normal", enfrentar os 180 km de congestionamento na Cidade de São Paulo e passar horas "cozinhando" no carro logo de manhãzinha, com um dia cheio pela frente.

Depois tive que enfrentar quase 1 hora de espera no saguão de embarque do Aeroporto de Congonhas, porque meu vôo para o Rio de Janeiro, só pra variar, estava atrasado. E, como se não bastasse, não deu tempo de tomar café da manhã (o que nem é novidade pra uma pessoa "atrazilda" como eu), de modo que tive que me contentar com aquele serviço de bordo deprimente da GOL (alguém precisa fazer algo sobre isso... até as pobres das Comissárias de Bordo ficam extremamente constrangidas de oferecer aquelas porcarias aos passageiros).

Desembarquei no Aeroporto Santos Dumont por volta das 11h50 (eu deveria ter chegado pelo menos 1 hora antes), o calor estava judiando muito, aquele bafo quente que a gente sente quando sai de um ambiente com ar condicionado para a temperatura normal do Rio é de enlouquecer qualquer um. E, como já falei, eu tinha muitas coisas pra resolver durante o dia...

Mas...

Essa pessoa reclamona que vos fala tem algo mais na Cidade Maravilhosa... Algo mais do que trabalho, lembranças, histórias, compromissos. Dona Farta aqui tem família, e como a família é enorme, foi se espalhando pelo Brasil ao longo dos tempos, de modo que atualmente eu tenho um primo "perdido" no Rio de Janeiro!!! Na verdade ele não é exatamente um "perdido", porque foi para lá ainda bem jovenzinho, pré-adolescente, de modo que hoje em dia é praticamente um "cidadão carioca".

Ele é Arthur, meu "priminho" lindo, inteligentíssimo, educadíssimo, competentíssimo, dedicadíssimo, atenciosíssimo, cavalheiríssimo, e mais tantos outros "íssimos" que não caberiam aqui... Temos uma diferença de idade considerável (eu sou bem mais velha do que ele), e na última vez em que nos vimos ele era apenas um pirralhinho tímido de 6 ou 7 anos de idade. Depois disso, nunca mais nos encontramos, mas de uns anos pra cá, graças à internet e ao Orkut, restabelecemos contato e estamos sempre trocando notícias. Recentemente ele "inaugurou" um Blog, e isso acabou nos aproximando um pouco mais, porque fomos encontrando alguns interesses e gostos em comum (sabe como é, né... "os inteligentes se atraem"... hehehe),

Como hoje eu tinha essa viagem para o Rio, aproveitamos a oportunidade pra marcar um almoço, e finalmente nos reencontramos ao vivo e à cores. Arthur, todo cavalheiro, reservou uma mesa pra nós num restaurante bem bacana em Botafogo, com uma vista incrível, e foi assim que o meu dia que tinha tudo pra ser absolutamente caótico e negativo tornou-se um dia extremamente especial.

Um almoço Maravilhoso, com uma companhia Maravilhosa, diante de uma vista Maravilhosa, e um papo Maravilhoso, na Cidade Maravilhosa.

Tá bom ou quer mais???

Claro que toda aquela gama gigantesca de coisas a fazer e compromissos a cumprir ainda me esperava ao longo da tarde, mas o almoço foi um excelente combustível pra que eu desse conta da tanta pauleira quase sem perceber...

É bem verdade que eu estou "detonada"... Meus pés estão moídos porque o sapato novo resolveu me sacanear, meus ombros dóem por conta do peso da pasta de notebook e documentos carregada pra cima e pra baixo, minha cabeça dói por conta de tanto Sol na moleira, minha paciência foi testada ao limite com outro atraso de mais de 1 hora no vôo de volta pra casa e mais 2 horas de trânsito quando cheguei em Sampa, em plena "hora do rush", e eu estou agora morrendo de sono, mal enxergando as teclas nas quais digito. Mas mesmo assim, no frigir dos ovos, fica o saldo de um dia super positivo, de um dia incrível na verdade, em que as Coisas Maravilhosas superaram as coisas não tão maravilhosas assim, e mesmo "detonada" eu estou satisfeitíssima por cada segundo vivido hoje.

Arthur, querido:
Muitíssimo Obrigada, do fundo do coração, pela sua gentileza, pelo seu carinho e pela sua atenção comigo. Você é um doce, um amor de pessoa, e espero que possamos repetir a dose muitas outras vezes!!!

E sobre aquele seu dilema, aquele sobre o qual conversamos durante o almoço, saiba que vou ficar torcendo para que você siga pelo caminho que tiver que seguir. Em qualquer das situações, tenho certeza que um futuro brilhante te espera!

Beijos mil, e obrigadaaaaaaaaaaaaaa!!!

quarta-feira, 5 de março de 2008

À favor das pesquisas com Células-Tronco Embrionárias

O Brasil é conhecido mundialmente como "o país das mulheres bonitas", "o país do Carnaval", "o país do Futebol", e mais um monte de outros adjetivos que, dependendo do ponto de vista, podem ser considerados bem pouco lisonjeiros.

Preciso dizer que, em certas circunstâncias, o Brasil também pode ser facilmente taxado de "país da hipocrisia". Não que isso seja uma exclusividade nossa, vemos esse tipo de comportamento hipócrita das pessoas o tempo todo também em outros países e inclusive nos de Primeiro Mundo, mas isso não torna a questão menos repugnante do que é.

Obviamente, não quero generalizar nem parecer grosseira xingando nosso próprio povo disso ou daquilo, mas basta analisarmos com frieza o comportamento dos brasileiros quando alguma questão social polêmica é lançada ao debate. Não é raro nos depararmos com pessoas das mais variadas classes sociais cheias de razão ao defender seus pontos de vista muitas vezes com argumentos rasos e contraditórios.

Só para exemplificar:

Todo mundo diz que precisamos nos preocupar com o desenvolvimento sustentável, com a preservação ambiental e coisas do tipo - isso é "politicamente correto" - mas o que mais vemos são indústrias multimilionárias poluindo o meio ambiente sem o menor pudor, madeireiras desmatando indiscriminadamente as nossas florestas, da mesma forma que vemos as classes mais miseráveis jogando todo tipo de entulho nos rios, nas ruas, na natureza;

Todo mundo diz que precisamos educar nossas crianças pra construir um futuro melhor, mas o que mais vemos são pessoas das classes mais abastadas que não têm um pingo de educação, acham que porque estão pagando podem fazer o que bem entender na escola, na faculdade, na vida social, podem desrespeitar qualquer regra ou lei porque seu poder e seu dinheiro podem comprar até mesmo sua impunidade, da mesma forma que vemos as classes mais miseráveis destruírem os pouquíssimos recursos que lhes são oferecidos pelo poder público - escolas pixadas, depredadas, vandalizadas, praças públicas destruídas, e tantas outras coisas lastimáveis.

Analisando apenas esses dois exemplos acima, destacados dentre tantos outros, fica claro que no Brasil todo mundo gosta de falar o que é politicamente correto, gosta de fazer tipo, levantar bandeiras e coisas assim, mas no fundo são poucos aqueles que realmente levam uma vida de acordo com esses princípios, são poucos, muito raros na verdade, aqueles que "fazem a sua parte", e isso é no mínimo lamentável.

Pois bem. Hoje estamos diante de mais um debate polêmico e extremamente importante para o futuro, extremamente importante para que a medicina, usando de toda a tecnologia de que dispõe atualmente, possa realizar avanços significativos em busca de tratamentos para doenças cuja cura ainda não foi descoberta, dentre outros tantos motivos científicos que não tenho cacife para explanar aqui.

Em 2005 nosso "país da hipocrisia", num gesto surpreendente, deu um enorme passo em direção ao futuro ao aprovar a "Lei da Biossegurança", que autoriza que embriões congelados há 3 anos ou mais, mediante autorização dos respectivos genitores, sejam doados para pesquisas. Na ocasião houve também muita polêmica, mas diante da vitória de uma ação coerente e importante muitas pessoas puderam comemorar o grande feito, e portadores de doenças graves cuja cura ainda não foi descoberta renovaram suas esperanças acreditando que essas pesquisas pudessem ser "a luz no fim do túnel" - e de fato tinha tudo pra ser.

E então, quando tudo parecia caminhar finalmente "pra frente", quando acreditávamos poder comemorar um avanço efetivo e um grande feito para o futuro da humanidade, eis que surge uma criatura hipócrita - mais uma - para acabar com a festa daqueles que já não têm normalmente muito motivo pra comemorar qualquer coisa, uma criatura chamada "Cláudio Fonteles" - ex-procurador-geral da República, supostamente um católico fervoroso que ao que parece coloca suas convicções religiosas à frente de qualquer coisa.

Esse "ilustre" Senhor, lá do alto de sua "sabedoria suprema", ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade objetivando derrubar a Lei da Biossegurança, fundamentando suas razões no artigo 5º da Constituição Federal, que assegura o direito de inviolabilidade à vida. Segundo os argumentos dessa corrente (Cláudio Fonteles não está sozinho), uma vez "formado" o embrião já existe vida, de modo que realizar pesquisas com estes embriões seria uma flagrante violação da vida - obviamente estou sintetizando a questão, que tem muito mais complexidade, mas o núcleo da discussão é basicamente esse.

E hoje, dia 05 de Março de 2008, a tal Ação de Inconstitucionalidade vai finalmente ser julgada pelo STF - Supremo Tribunal Federal, num colegiado de 11 Ministros. O Julgamento está marcado para as 14h00.

Para que não existam dúvidas, vou reforçar o que já disse: Não sou nenhuma autoridade no assunto, não sou cientista e entendo quase nada de Biologia ou Biomedicina ou Nanotecnologia ou qualquer outra "bio" do gênero. Meu conhecimento desse assunto é o mesmo da maioria da população, mas isso não me torna menos habilitada a expor o que penso sobre o assunto, e é isso que quero fazer aqui.

Não quero me alongar muito, mas tenho que mencionar a influência da Igreja Católica numa questão como essa. Assim como a "Santa Igreja" é contra os métodos anticoncepcionais, contra o uso da camisinha, contra o sexo antes do casamento, contra o controle da natalidade e contra o aborto - até mesmo de fetos anencéfalos ou em caso de gravidez decorrente de estupro, assim como alguns mais "radicais" afirmam que a masturbação masculina é genocídio, é a Igreja também contra as pesquisas com as células-tronco embrionárias, sempre valendo-se do argumento da "preservação suprema da vida". E não é diferente com este assunto específico - claramente há uma influência maior da Igreja que tenta conduzir todo o debate dentro de seus fundamentos.

Tanto isso é verdade que, em um debate realizado há algum tempo numa audiência pública para discussão do assunto, ao ser confrontado com uma pergunta vinda da platéia de cientistas e jornalistas acerca do assunto, Cláudio Fonteles respondeu que o interlocutor não poderia entender seus fundamentos por ser Judeu.

Mas, me respondam: Não vivemos num estado laico? Então, por que raios temos que nos curvar o tempo todo às imposições completamente irreais da Igreja, de uma Igreja que aliás nem possui mais a mesma hegemonia mundial como em séculos passados?

Vejam bem, eu não estou querendo ofender os Católicos nem agredir a Igreja, não é isso, eu respeito antes de mais nada qualquer manifestação religiosa e os dogmas em que a fé do povo foi construída, mas isso não significa que devemos nos comportar como "Maria vai com as outras" o tempo todo só porque "A Igreja mandou".

Acontece que é muito mais confortável esconder-se atrás do argumento religioso e da definição romanceada do que é vida, de como/quando ela começa. É mais confortável porque poucas pessoas ousam confrontar qualquer argumento quando ele está embasado em princípios religiosos, e porque somos todos hipócritas, afinal.

Sei que os pontos de vista sobre "quando começa de fato uma vida" são controversos, e cada um tem o direito de acreditar no que quiser. Sei que existem definições científicas, definições jurídicas, definições religiosas e até mesmo definições românticas para essa questão, mas eu acho que não é este o ponto crucial da discussão, e acho que manter todas as atenções nesse argumento exclusivamente é uma manobra muito desleal por parte dos que defendem a proibição das pesquisas - manobra na qual quase todos caem como patinhos.

Raciocinem comigo: Os defensores da proibição das pesquisas com células-tronco embrionárias alegam que existe vida a partir da concepção, e por isso acreditam que os estudos estariam violando aquelas vidinhas, mesmo que estejam congeladas em um tubo de ensaio. Ok.

Só que esses embriões, congelados há mais de 3 anos, quando não são utilizados pelos genitores são simplesmente descartados, jogados fora, no lixo, literalmente. E isso, segundo os que não concordam com a regulamentação das pesquisas, pode!

Ora, se o interesse maior de toda a tese de defesa da proibição das pesquisas está focado na existência de vida a partir da formação do embrião, qual é a lógica em aceitar o descarte dessas vidas? Quer dizer, jogar fora pode, mas pesquisar não pode. É basicamente isso que eles defendem. Dá pra concordar???

Claro que não!

Essa tese só teria algum fundamento se não houvesse sequer a legalização da concepção não-natural, pois neste caso não existiram embriões congelados aos montes nos laboratórios das clínicas de reprodução espalhadas por aí, aí sim o argumento seria lógico, embora mesmo assim eu discordaria.

O fato, no meu humilde ponto de vista, é que a ciência e a tecnologia evoluíram de modo incrível nas últimas décadas, e se somos seres dotados de inteligência, temos obrigação de usá-la a favor do bem comum, e isso significa buscar cura e/ou tratamento pra doenças que até hoje são uma incógnita pra medicina.

Está mais do que comprovado cientificamente que as pesquisas com células-tronco embrionárias podem ser a resposta para muitas questões até hoje insolúveis. Tantas e tantas doenças sem cura, tantas e tantas pessoas que sofrem sem ter alternativa de um tratamento eficaz para suas moléstias poderiam renovar suas esperanças se as pesquisas fossem levadas adiante, mas essa questão - que também envolve vidas, inúmeras vidas - não parece ser devidamente considerada por aqueles que são contra a regulamentação.

E, só pra encerrar, embora uma coisa não necessariamente justifique a outra, não podemos deixar de pensar que vivemos num país de miseráveis, onde crianças são paridas aos montes e criadas de qualquer jeito - isso quando são "criadas", há situações execráveis de crianças jogadas na rua sem o menor pudor, que desde a mais tenra idade não têm qualquer acesso aos princípios básicos de higiene, educação, não recebem o tratamento mínimo que seria necessário para sobreviverem com dignidade, e para esse caos é muito mais fácil fazer vistas grossas, ao que parece.

Pessoas tão preocupadas com o princípio constitucional da inviolabilidade da vida, pessoas tão preocupadas com a proteção suprema da vida, poderiam muito bem focar seus esforços em manter inviolável a vida das crianças que já nasceram e que estão vivendo sem nenhuma perspectiva de futuro. Poderiam focar seus esforços em garantir a inviolabilidade dessas crianças reais, que são violentadas todos os dias, moralmente, sexualmente, de todas as formas possíveis, e que não recebem sequer um milésimo da atenção que as pessoas dispensam aos embriões congelados, como se fossem menos importantes que essas vidas congeladas simplesmente porque já nasceram, então não importam mais!

Assim como eles concordam em "jogar no lixo" as células-tronco congeladas ao invés de permitirem a pesquisa para o bem da humanidade, também concordam em jogar no lixo do Mundo bebês que nascem com vida e que são condenados a viver à margem da sociedade, porque lutar pela inviolabilidade da vida dessas crianças reais que povoam nossas ruas e favelas certamente daria muito mais trabalho do que ficar discutindo a inviolabilidade de embriões congelados com argumentos floreados.

Sei que esse argumento é altamente contestável porque foge do cerne da questão central das pesquisas com células-tronco embrionárias, mas ainda assim é inevitável pensar nisso. Um país que foca tantos esforços para proibir um avanço inequívoco da medicina em busca de um futuro melhor e negligencia seu próprio povo que tem sua vida e sua dignidade violadas o tempo tdo - inclusive pelos poderosos - não pode mesmo ser taxado de outro adjetivo que não seja hipócrita.

Falar é fácil. Elaborar discursos inflamados embasados nos princípios religiosos é fácil. Convencer toda uma população semi-analfabeta com argumentos floreados embasados nos fundamentos da Igreja é bem fácil. Difícil é agir efetivamente em prol do povo, difícil é buscar medidas práticas para manter inviolável a vida do povo, que é violentado cotidianamente por uma sociedade medíocre que fala muito mais do que faz.

Mas, ainda resta uma fiozinho de esperança. O julgamento da tal Ação de Inconstitucionalidade é hoje à tarde, e só nos resta esperar que prevaleça a sensatez há muito perdida pela maioria dos nossos líderes, e que as pesquisas com células-tronco embrionárias sejam finalmente autorizadas, porque isso com certeza será uma ação efetiva em prol do bem comum.

É a minha opinião!

terça-feira, 4 de março de 2008

Becky Bloom e suas histórias

Vocês podem se perguntar o que mais eu faço da vida, já que quando não estou escrevendo estou lendo, e quando não estou lendo estou escrevendo...

Posso garantir que também trabalho duro, cuido da casa, do filho, de tudo, e vivo numa correria tremenda igual a todo mundo... Mas reconheço que sou meio compulsiva com algumas coisas, e talvez as duas principais sejam: ler e escrever (não necessariamente nessa ordem).

Não consigo simplesmente "não estar lendo nenhum livro no momento". Eu termino um e já tenho que ter outro à mão pra começar, e cada ida minha a uma livraria pode terminar em catástrofe financeira, porque eu nem sempre consigo me controlar...

Pois bem. Há exato 1 mês, no comecinho de fevereiro, eu postei aqui no Blog minhas impressões sobre um livro delicioso que eu terminei de ler no Carnaval - Os Delírios de Consumo de Becky Bloom. Na mesma ocasião, disse que tinha descoberto os outros livros "da série", e que tentaria lê-los também, já que tinha me divertido muito com o primeiro.

Então. O que posso dizer é que de lá pra cá eu li os outros 4 livros de Becky Bloom, na sequência, li quase compulsivamente, uma média de 500 páginas por livro, o que dá, bem... uma boa quantidade de páginas por dia...

Acontece que as histórias dessa adorável moça londrina da era moderna são muito gostosas de ler, divertidíssimas, de modo que eu não precisei de mais nada pra colocar em prática uma das minhas compulsões prediletas.

As histórias todas formam algo como uma novela, por isso é legal acompanhar na sequência, mas os livros não precisam necessariamente serem lidos na ordem lógica, embora assim fique bem melhor... a gente vai ficando íntimo de Becky, quase como se fizéssemos parte de sua atrapalhada vida.
= = = = = = = = = =

Em "Delírios de Consumo na 5ª Avenida" Becky Bloom está feliz ao lado do poderoso namorado Luke Brandon, e diante de uma proposta tentadora: Iniciar uma nova vida ao lado do seu amado na Big Apple.

Ela tem pela frente todo um novo universo consumista a ser desbravado, e definitivamente está disposta a aproveitar cada loja e cada liquidação que a América puder lhe proporcionar. O único detalhe é que Becky ainda não tem um emprego certo em NY, e embora as perspectivas pareçam bastante razoáveis, ela não consegue ver tudo em possibilidades apenas, e logo começa a gastar por conta, sob o pretexto de tudo ser um "investimento em sua carreira", inclusive as botas Blahnik ou o vestido de noite Vera Wang.

Não demora para que o comportamento descontrolado de Becky coloque-a em enormes confusões, colocando também em risco sua própria carreira e até mesmo a de seu importante namorado.
= = = = = = = = = =

Em "As Listas de Casamento de Becky Bloom" a protagonista está mais feliz do que nunca. Conseguiu encontrar seu caminho profissional - está trabalhando como compradora pessoal em uma famosa loja de Departamentos, recuperou a confiança de seu namorado Luke e leva um vida perfeita em NY, onde mora num charmoso apartamento de Manhattan.

E então Becky é surpreendida com o pedido de casamento mais perfeito do Mundo. É isso! Elas está noiva! No mesmo momento seus pais começam a organizar a cerimônia mais perfeita do mundo, nos tradicionais moldes britânicos. Só que a mãe biológica de Luke, uma grãfina metida a besta que mora em NY há muitos anos, logo propõe a Becky a cerimônia de casamento mais chique de todos os tempos, com tudo que há de mais luxuoso no mercado, com os profissionais mais famosos e no lugar mais disputado da cidade - NY.

Como Becky é uma pessoa que tem uma ligeira dificuldade de fazer escolhas (quando fica em dúvida entre dois sapatos lindos logo se decide pelos dois), ela não consegue manter as rédeas da situação, e logo se vê diante do maior impasse de sua vida: 2 casamentos marcados para o mesmo dia, no mesmo horário, com o mesmo noivo, só que em cidades diferentes, em Continentes diferentes!

Para sair dessa enrascada Becky Bloom se meterá em muitas confusões, uma mais estapafúrdia que a outra, uma mais engraçada que a outra!
= = = = = = = = = =

Em "A Irmã de Becky Bloom" surge uma figura até então inexistente: Jess, a "irmã há muito perdida" de Becky. Ela não é mais filha única como acreditou a vida inteira, e a idéia de ter uma irmã lhe parece muito empolgante!

Becky acabou de voltar da lua-de-mel maravilhosa que teve com Luke viajando ao redor do Mundo, está pronta para iniciar uma nova fase de sua vida, mas fica meio frustrada ao perceber que sua melhor amiga - Suze - encontrou uma nova melhor amiga. Além disso ela está desempregada, e tendo que viver com o orçamento apertado de começo de casamento, de modo que a novidade sobre sua irmã lhe parece muito oportuna!

Ela se enche de expectativas sobre o relacionamento que pode ter com Jess, imagina quantas compras poderão fazer juntas, imagina um relacionamento perfeito de irmãs, mas tudo cai por terra quando Becky percebe um pequeno detalhe sobre sua irmã: Ela é uma ativista que luta pelo meio ambiente, vive de maneira totalmente frugal e odeia fazer compras!

Essa constatação cai como uma bomba sobre Becky... E o relacionamento das duas acaba sendo atingido por essas diferenças de maneira feroz... Mas Becky quer, acima de tudo, TER uma irmã, e não poupará esforços no sentido de encontrar o elo de ligação entre as duas, mesmo que isso signifique arriscar a própria vida em aventuras totalmente inimagináveis para uma garota da metrópole.
= = = = = = = = = =

Finalmente, em "O Chá de Bebê de Becky Bloom" vem a "cerejinha do bolo" do casamento perfeito de Becky e Luke - O bebê!

Ela está grávida, feliz, empolgada com a hipótese de ser mãe e mais gastadora do que nunca, afinal, vai ter um neném!!! Becky e Luke estão também à procura da casa ideal para abrigar a família, já que o apartamento em que moram parece não ser o lugar ideal para se criar um bebê.

Logo ela descobre que fazer compras pode ser um ótimo remédio para as indisposições matinais típicas da gravidez, e se esbalda comprando itens de griffe para seu bebê - casaquinho Dior, agasalho Dolce & Gabanna, e assim por diante.

Numa dessas investidas no mundo das compras para o bebê, Becky descobre que há uma obstetra famosíssima na cidade, que atende todas as celebridades mais famosas da TV e do Cinema. Persistente como nunca e decidida a ter o melhor parto de todos os tempos, Becky consegue um horário na concorrida agenda da médica, e passa a consultar-se com ela toda feliz, até o dia em que descobre que a tal médica é na verdade uma ex namorada de Luke, e que não poupará esforços em reconquistá-lo.

No meio de uma gravidez totalmente confusa e conturbada, Becky inicia sua aventura no sentido de afastar a "vaca ruiva" do caminho de seu marido, e manter os armários do seu bebê em dia com o que há de mais moderno no mundo fashion baby, nem que isso signifique ter 5 carrinhos diferentes, um para cada tipo de piso ou ocasião.
= = = = = = = = = =

O que posso dizer particularmente sobre estes livros é que são todos deliciosos, extremamente divertidos. Como eu já falei no começo, a leitura vai nos tornando amigos íntimos de Becky, e a gente viaja nas loucuras dela, é a maior curtição.

Não sei se tenho um preferido da série, todos são bem legais dentro dos respectivos momentos, mas talvez "A Irmã de Becky Bloom" seja o mais "complexo", por assim, dizer... é tão divertido quanto os demais, só que um pouco mais emocionante, eu acho.

De qualquer modo, todos os livros me renderam muitas, muitas, mas muuuuuuitas gargalhadas... Foi muito bom pra mim poder ter essa "companhia" nestes últimos dias que foram tão difíceis, e com certeza sentirei saudade da adorável Becky!

Como falei no outro post sobre o primeiro livro, é uma leitura simples, modesta, "literatura de mulherzinha", como dizem, que pretende ser apenas diversão... Alguns dirão que é futilidade demais perder tanto tempo lendo historinhas rasas (li isso em algum lugar, acho que num Blog, sei lá), mas eu já disse e repito: Ninguém pode viver só de complexidades literárias o tempo todo... ser inflexível é muito chato, e de vez em quando é bem legal se permitir algo mais simples, algo puramente divertido, algo genuinamente criativo. E Becky Bloom é isso! Simples assim!

Tenho todos os livros, e empresto numa boa! Quem quiser, habilite-se! Eu Recomendo!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Boa Semana (!!! ???)


Como diria minha amiga Becky Bloom: Ok. Não entre em pânico. É só mais uma semana que tá começando, e você pode passar por isso. É tudo uma questão de respirar fundo, se organizar, e mandar ver, simples assim...

Será??? Aaaaaaiiiiiiiii... Odeio segunda-feira... Dá aquela sensação de que tudo tá tão longe de terminar, né??? Aaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiii...

E essa é mais uma semana que "promete"... Será que eu aguento???

Mas... não adianta ficar me lamentando porque não tem jeito, o tempo não pára! Apesar das lamentações, só posso levantar, sacudir a poeira e recomeçar mais uma vez, torcendo pra que corra tudo bem e pra que eu sobreviva (que dramática, né???).

Portanto, que seja uma "Boa Semana" pra todos nós!!!