terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Eu me equilibro e requebro.

A gente veste a fantasia de mulher maravilha e fica ostentando força, energia, otimismo, disposição e alegria (genuina na maioria das vezes, amém!), e o mundo simplesmente acha que a vida é assim mesmo o tempo todo...

Não que eu esteja lá me importando muito com o que o mundo acha ou deixa de achar, mas de vez em quando é bom lembrar que no fundo é tudo uma questão de opção - SIM, OPÇÃO!, e depois que a gente entende que a vida vai sempre nos dar limões - apenas e tão somente limões, a gente ESCOLHE parar de reclamar do azedume e transformar tudo em caipirinhas (ou limonadas, para os abstêmios), porque é justamente aí que reside toda a graça e toda a grandeza de se viver.

Tudo tão clichê, tão filosofia de boteco... Mas é assim que é.

A gente aprende a partir da premissa de que tudo vai dar errado sempre - porque tudo sempre dá errado mesmo, em algum momento sempre dá merda, e o que vai fazer valer a pena cair e levantar mil vezes é o tanto que a gente vai conseguir "rir do" ou "aprender com" o tombo.

A gente aprende a parar de reclamar do inevitável e começa e entender que a felicidade definitivamente está nos menores e mais idiotas momentos e gestos, que a gente é capaz de sobreviver com quase nada, que a gente precisa de muito pouco pra seguir adiante, e que a gente precisa aprender a rir de piadas tontas e a experimentar coisas novas sem medo do que os outros vão pensar. 

Tudo tão clichê, tão filosofia de boteco... Mas é assim que é. 
Eu que o diga!


Já dizia Guimarães Rosa, o que a vida quer da gente é CORAGEM.


Estou num momento de recomeços, e não é fácil encarar recomeços aos 38 anos de idade, quando o mundo te cobra apenas resultados e conquistas, e te julga com base em tudo aquilo que NÃO sabe. Mas acontece que pode me faltar de um tudo nessa vida (e falta, viu?!), só não me falta coragem (exceto com relação a baratas, continuo tendo zero coragem de enfrentá-las), e com coragem eu sigo recolhendo meus limões, fazendo minhas caipirinhas, bebendo, caindo e levantando, um milhão de vezes se for preciso.

E tentando me divertir ao máximo no meio desse processo todo, porque eu vim nesse mundo foi pra gargalhar de doer a barriga mesmo (embora o choro às vezes seja inevitável).

A vida não é cor de rosa, nem de longe. Ela tem apenas 9758906434 trilhões de tons de cinza. Mas eu sou tinhosa, pego minhas canetinhas e vou pintando tudo da cor que eu quero. Só tem sentido se for assim. Até mesmo nos dias em que eu escolho pintar tudo do cinza mais cinzento que existe.

Porque, como diz essa letra maravilhosa do meu amado Lenine:

"saiba que minha alegria, como é normal todavia, com a dor é dividida. 
eu sofro igual todo mundo, eu apenas não me afundo em um sofrimento infindo. 
eu posso até ir ao fundo de um poço de dor profundo, mas volto depois sorrindo. 
em tempos de tempestades, diversas adversidades, eu me equilibro e requebro. 
é que eu sou tal qual a vara, bamba de bambu-taquara, eu envergo, mas não quebro!"

TOTALMENTE EU.


Apertem o play aí, que essa música é um hino. MEU HINO!





** E eu teria feito este post diretamente no facebook, como tem sido sempre, mas hoje uma nova colega de trabalho comentou sobre meus escritos, e me reacendeu a vontade de postar algo por aqui, pra tirar a poeira. Beijinhos procê, Narel! Obrigada pela inspiração! ;-)

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