terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Insustentável (e nonsense)

Às vezes fico cheia de dedos pra abordar certos assuntos aqui, e isso é uma belíssima droga, já que o Blog é meu e eu deveria me sentir confortável pra escrever qualquer bobagem que me desse vontade, mas não é bem assim. Na verdade, o problema é a preguiça eterna que eu tenho desse mundinho megalomaníaco infestado de gente que só consegue enxergar o próprio umbigo como centro do Universo e tem mania de perseguição, é a preguiça eterna que eu tenho de ter que explicar piada, ironia, deboche, trocadilho, entrelinhas, é a preguiça eterna que eu tenho de egos hiperinflados e descontrolados, enfim... o problema é basicamente preguizzZZzzzz...

Anyway, tentarei me desapegar deste mimimi por alguns instantes porque preciso contar que entrei numas de brincar de fazer perguntas (tipo criança curiosa ou o burrinho do Shrek, sabem?), e ando consideravelmente perturbada com algumas descobertas aí.

Na verdade eu descobri - EUREKA! - que não existe pergunta sem resposta. Absolutamente NENHUMA. Na verdade o uso da palavra "descobri" nesta frase deve-se apenas ao fato de eu querer muito gritar eureka, mas correto mesmo seria substitui-la por "constatei", ou "confirmei", mais adequadas.

E não apenas não existe pergunta sem resposta, como também não existem respostas-filosóficas-ultracomplexas-escondidas-em-algum-lugar-do-universo, como seria mais confortável acreditar; cada pergunta traz em si mesma uma resposta curta e grossa, sem nenhum blablabla, que dá o recado e fim.

Quando a gente descobre (ou constata, ou confirma) isso, imediatamente caem por terra aquelas desculpas esfarrapadas do tipo "certas coisas são inexplicáveis" que a gente adora usar pra evitar o confrontamento com respostas que a gente tenta a todo custo evitar. E então não há escapatória, a única alternativa é encarar a brincadeira crua, sem firulas, no melhor esquema toma-lá-dá-cá. É isso ou a resignação. Mas resginação não é, não foi e nunca será uma opção, de modos que...

A coisa toda funciona de maneira estupidamente simples: É só perguntar de maneria direta e com atenção que a resposta sairá dali imediatamente, sem titubear. Mas não vale roubar! Não vale fazer uma pergunta tendenciosa pra manipular a resposta. Não vale se encher de dedos em pisar em ovos. Não vale exceder na cautela. Não vale usar meias palavras. Não vale tentar suavizar a aspereza das palavras com panos quentes. É preciso ousar, ser curto e grosso, perguntar na lata, e peitar a resposta que também virá assim, na lata.

Como por exemplo: Que interesse esta pessoa tem em mim?

É uma pergunta clara e direta com uma resposta clara e direta. Tudo escrito, explicado e fundamentado nestas 7 palavrinhas. Sem margem pra interpretações ou dúvidas. Pá e Pum!

É exatamente este o exercício que tenho feito bastante nos últimos tempos. Obviamente tenho encontrado respostas um tanto desconfortáveis, não me orgulho disso. Em alguns dias me bate até uma certa revolta. Em outros eu fico tentando encontrar uma lacuna pra provar pra mim mesma que nem tudo tem resposta. Mas não há lacunas. As respostas estão sempre ali, redondinhas. É assim que é, estando eu revoltada ou não.

Eu tenho um lado muito visual, de precisar enxergar de verdade as coisas pra que elas façam mais sentido pra mim. Uma coisa meio "Fantástico Mundo de Bobby", sabem? E este meu lado visual tem enxergado o mundo mais ou menos como uma cena do filme Inception.




O Mundo é essa gigantesca realidade virtual onde tudo pode ser exatamente do jeito que a gente quiser. Mas é tão insustentável quanto improvável, e até o cenário mais perfeito, imponente e sólido pode se desfazer em frações de segundos, ao mais discreto comando, ao mais inocente gesto. E se desfaz até o último grão. E se reconstrói. Às vezes mais lindo e imponente. Outras vezes nem tanto. Mas em qualquer cicunstância, sempre frágil. Sempre destrutível ao menor solavanco.

Tão insustentável quanto a leveza do ser.

A moral de toda essa histórinha confusa é que nada é verdadeiro, não para sempre. O que guia o mundo, as relações e as pessoas são os interesses, sempre os individuais, até quando espertamente se travestem de coletivos.

~~If they say: Why, why?
Tell them that it's human nature~~

E, antes que alguem diga, estas afirmações não sao fruto de uma reflexão amargurada, pelo contrario. Até porque não existe maior amargura do que acreditar naquilo que não existe, não é mesmo?

Ouro de tolo só é Ouro para o Tolo. E tenho dito!

2 comentários:

Marília disse...

Ah.... Eu tenho uma pergunta para você!!! "O que acontece quando uma força que não pode ser parada encontra-se com um objeto que não pode ser movido?????"

Queridíssima Farta AMO suas reflexões e acho que ao ponto, sem arrudeios, você foi mais uma vez!!!!!

Bacio!

Mateus Medina disse...

Há momentos em que me sinto EXATAMENTE assim. Sem mudar uma vírgula.

Mas depois, sei lá porque, lá vou eu me enganar e ter fé no "serumano" de novo... =/

Reflexões sempre pertinentes, que nos fazem refletir também =)

bjocas