"Foi tão incrível que depois de tudo ainda dormimos de conchinha!", me contou um amigo apaixonado, entre um suspiro e outro. Na esteira das justificativas para a paixão avassaladora que o acometera, o dormir-de-conchinha ocupava posição de destaque, era o argumento final, incontestável.
De fato, parece que a tal da conchinha é o ápice da demonstração de afeto para 10 entre 10 apaixonados. Existem inclusive estudos que dizem que "Dormir de Conchinha diminui o estresse", e jornalistas admiráveis que teorizam com bastante lógica e desenvoltura sobre "o prazer, a paz e o aconchego que a intimidade física da conchinha proporcionam".
Quem sou eu pra contestar o estudo, o jornalista, ou os apaixonados? Exatamente: Ninguém. Ou talvez uma humanofóbica deprimente e amargurada, porque de fato ouso discordar de todos eles - desculpaê sociedade!
Não é que eu discorde assim, totalmente, e nem que eu odeie com todas as forças do universo dormir de conchinha! Uma vez ou outra, dependendo do contexto, pode até ser que este seja mesmo o ápice de um momento de carinho, mas daí a idealizar uma relação com base no seu potencial conchinhístico e vincular a existência de cumplicidade e afeto ao dormir de conchinha é um pouco demais pra mim!
Como acabei de falar para o meu amigo apaixonado, acho que nós idealizamos a conchinha, supervalorizamos a conchinha, e não raras vezes nos sujeitamos a noites inteiras de sono ruim numa posição pouco confortável apenas para justificar o estereótipo romântico que fica lindo numa cena de filme de amor, mas que na nossa própria cama muitas vezes é apenas desconfortável.
Ok, cada um é cada um, e deve haver mesmo quem encontre conforto para uma noite de sono perfeita entrelaçado em posição fetal com o parceiro, cada parte do corpo em contato com o corpo do outro, troca de fluídos, fungadas no pescoço, etc e tal. Mas esse, definitivamente, não é o meu caso.
Salvadas raríssimas exceções, eu gosto mesmo é de me enroscar nos meus travesseiros, no meu edredon, e fim. Gosto de ter liberdade para me mover e me entregar aos sonhos e ao sono, sem limites. Até porque só uma noite muito bem dormida é capaz de manter meu romantismo vivo na manhã seguinte.
O contato físico, a troca de carinhos, fluídos e fungadas ficam reservadas para outros momentos, enquanto eu estiver bem acordada. Esse sim, é o meu romance ideal!
;-)
3 comentários:
Tá fazendo falta no Twitter
bom, eu NUNCA dormi de conchinha...a noite toda, impossível!
tudo bem 'começar' a dormir, até adormecer, mas depois, sempre viro pro outro lado e continuo meu sono.
sei lá, é inevitável..mais forte que eu. me mexo muito, é fogo.rs
bom dia.
Dormir de conchinha é viciante demais. É aquilo de que os recém-divorciados - ou os de longa data - mais podem sentir carência. Não é do sexo.
Beijim! ;-)
Giuseppe
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