Que semana foi essa?
Na noite do último domingo eu já sabia que vinha chumbo grosso na sequência, meu sexto sentido é um fanfarrão e até quando tento ignorá-lo ele insiste em ficar pulando e piscando na minha frente até que eu tome conhecimento do que ele quer me dizer.
Tenho buscado estratégias diferentes pra lidar com as chateações cotidianas, uma tentativa quase desesperada de mudar as habituais tempestades em copo d'água que eu provoco não raramente por motivos tolos, mas não deu muito certo. Deu bem errado, na verdade. Porque o que divide o controle do descontrole é uma linha tão tênue que a gente quase nunca percebe quando a atravessa. E eis o meu sexto sentido zombando de mim e dizendo mais uma vez: "Tá vendo? Eu avisei!"
Semana que começou também bombando de trabalho. Sabe quando todos os clientes resolvem ter todos os problemas e fazer todas as solicitações ao mesmo tempo? Então... De certa forma foi bom, aquela velha história de mergulhar no trabalho pra tentar poupar a cabeça das questões insolúveis e dramáticas da vida, mas tudo tem seu preço, e neste exato momento (noite de sexta-feira 13), meu corpo sabe exatamente o preço que pagou. Exaustão Total.
Foram em média 15 horas de trabalho por dia, e encerro meu expediente agora acumulando mais de 70 horas trabalhadas na semana, quase integralmente "na rua" (o que significa também muitas horas no trânsito delicioso de São Paulo), em diligências nos Fóruns, reuniões com clientes, viagens, audiências, etc. Isso sem contar os afazeres domésticos que ocupam todas as outras poucas horas que "sobram". Eu sei, essa é a rotina de 10 entre 10 "mulheres modernas" que tem jornada tripla (ou quádrupla, ou quíntupla), mas permitam-me esse breve desabafo antes de prosseguir. Vida dura que reinventa todos os dias o conceito de dureza.
Mas o fato é que nessas muitas idas e vindas, entre um congestionamento e outro, nem todo o stress profissional do mundo foi capaz de me poupar daquelas reflexões filosóficas aka piegas que a gente tende a fazer quando as coisas não vão bem.
E uma das questões que pulou na minha mente e está aqui me incomodando até agora é:
"Se a gente sabe que vai errar de qualquer jeito (porque muitas vezes o erro é inevitável), qual a opção menos pior: errar pela ação ou pela omissão? pelo excesso ou pela falta?"
A resposta que vem automaticamente é o velho clichê: "Prefiro errar pela ação do que pela omissão, é melhor se arrepender do que a gente fez do que se arrepender do que a gente não fez", e muitas outras variações que querem dizer basicamente a mesma coisa.
É uma afirmação "de efeito" que a gente aprende a fazer na vida o tempo todo, muito também pra justificar nossos desatinos, e que não deixa de ter um grande fundo de verdade, mas...
Será que é mesmo melhor errar sempre pela ação, pelo excesso? Tenho minhas dúvidas...
Será que às vezes não é melhor ficar quieto / passivo / calado e deixar o tsunami passar, evitando maiores estragos, ao invés de tentar mudar o rumo da onda e acabar servindo de combustível pra que ela seja ainda mais devastadora?
A gente se acostuma a justificar as coisas dizendo "ah, eu tentei, pelo menos eu tentei", mas muitas outras vezes tudo que a gente consegue pensar de verdade lá no fundo é: "por que diabos não fiquei quieta e deixei as coisas seguirem seu rumo até chegar a calmaria?"
Não sei... sou do tipo que não consegue fazer essa reflexão ANTES e saio por aí agindo / fazendo / falando, tudo na ânsia e colocar as coisas em ordem, sempre confiante de que vou acertar, mas essa semana tive uma lição muito grande de que às vezes não vale à pena, e se jogar no meio de uma onda gigante em formação vai provocar apenas uma alteração na minha própria racionalidade e... voilá! Eis os pés metidos pelas mãos... Eis o tsunami potencializado, o caos inconsertável, irreparável, imperdoável.
Se a gente não pode voltar no tempo pra recuperar oportunidades perdidas, também não pode voltar pra desdizer ou desfazer aquilo que já foi sacramentado. E isso dói tanto quanto (ou talvez muito mais) do que o arrependimento por "não ter feito nada".
Resta a esperança do perdão, a tentativa de consertar (mesmo sabendo que é inconsertável), o arrependimento e, o principal: A admissão do erro. Como costumo dizer,
Não é fácil admitir um erro (especialmente para alguém como eu, obcecada pelo acerto e tão fiel às minhas convicções), mas é o primeiro passo para que a máxima da frase acima se torne uma verdade. Que assim seja! Esse tem sido meu mantra.
Como diz a música (fofíssima) da novela Cordel Encantado:
Tenho buscado estratégias diferentes pra lidar com as chateações cotidianas, uma tentativa quase desesperada de mudar as habituais tempestades em copo d'água que eu provoco não raramente por motivos tolos, mas não deu muito certo. Deu bem errado, na verdade. Porque o que divide o controle do descontrole é uma linha tão tênue que a gente quase nunca percebe quando a atravessa. E eis o meu sexto sentido zombando de mim e dizendo mais uma vez: "Tá vendo? Eu avisei!"
Semana que começou também bombando de trabalho. Sabe quando todos os clientes resolvem ter todos os problemas e fazer todas as solicitações ao mesmo tempo? Então... De certa forma foi bom, aquela velha história de mergulhar no trabalho pra tentar poupar a cabeça das questões insolúveis e dramáticas da vida, mas tudo tem seu preço, e neste exato momento (noite de sexta-feira 13), meu corpo sabe exatamente o preço que pagou. Exaustão Total.
Foram em média 15 horas de trabalho por dia, e encerro meu expediente agora acumulando mais de 70 horas trabalhadas na semana, quase integralmente "na rua" (o que significa também muitas horas no trânsito delicioso de São Paulo), em diligências nos Fóruns, reuniões com clientes, viagens, audiências, etc. Isso sem contar os afazeres domésticos que ocupam todas as outras poucas horas que "sobram". Eu sei, essa é a rotina de 10 entre 10 "mulheres modernas" que tem jornada tripla (ou quádrupla, ou quíntupla), mas permitam-me esse breve desabafo antes de prosseguir. Vida dura que reinventa todos os dias o conceito de dureza.
Mas o fato é que nessas muitas idas e vindas, entre um congestionamento e outro, nem todo o stress profissional do mundo foi capaz de me poupar daquelas reflexões filosóficas aka piegas que a gente tende a fazer quando as coisas não vão bem.
E uma das questões que pulou na minha mente e está aqui me incomodando até agora é:
"Se a gente sabe que vai errar de qualquer jeito (porque muitas vezes o erro é inevitável), qual a opção menos pior: errar pela ação ou pela omissão? pelo excesso ou pela falta?"
A resposta que vem automaticamente é o velho clichê: "Prefiro errar pela ação do que pela omissão, é melhor se arrepender do que a gente fez do que se arrepender do que a gente não fez", e muitas outras variações que querem dizer basicamente a mesma coisa.
É uma afirmação "de efeito" que a gente aprende a fazer na vida o tempo todo, muito também pra justificar nossos desatinos, e que não deixa de ter um grande fundo de verdade, mas...
Será que é mesmo melhor errar sempre pela ação, pelo excesso? Tenho minhas dúvidas...
Será que às vezes não é melhor ficar quieto / passivo / calado e deixar o tsunami passar, evitando maiores estragos, ao invés de tentar mudar o rumo da onda e acabar servindo de combustível pra que ela seja ainda mais devastadora?
A gente se acostuma a justificar as coisas dizendo "ah, eu tentei, pelo menos eu tentei", mas muitas outras vezes tudo que a gente consegue pensar de verdade lá no fundo é: "por que diabos não fiquei quieta e deixei as coisas seguirem seu rumo até chegar a calmaria?"
Não sei... sou do tipo que não consegue fazer essa reflexão ANTES e saio por aí agindo / fazendo / falando, tudo na ânsia e colocar as coisas em ordem, sempre confiante de que vou acertar, mas essa semana tive uma lição muito grande de que às vezes não vale à pena, e se jogar no meio de uma onda gigante em formação vai provocar apenas uma alteração na minha própria racionalidade e... voilá! Eis os pés metidos pelas mãos... Eis o tsunami potencializado, o caos inconsertável, irreparável, imperdoável.
Se a gente não pode voltar no tempo pra recuperar oportunidades perdidas, também não pode voltar pra desdizer ou desfazer aquilo que já foi sacramentado. E isso dói tanto quanto (ou talvez muito mais) do que o arrependimento por "não ter feito nada".
Resta a esperança do perdão, a tentativa de consertar (mesmo sabendo que é inconsertável), o arrependimento e, o principal: A admissão do erro. Como costumo dizer,
"admitir um erro prova, na pior das hipóteses, que hoje você está mais inteligente do que ontem."
Não é fácil admitir um erro (especialmente para alguém como eu, obcecada pelo acerto e tão fiel às minhas convicções), mas é o primeiro passo para que a máxima da frase acima se torne uma verdade. Que assim seja! Esse tem sido meu mantra.
Como diz a música (fofíssima) da novela Cordel Encantado:
"E os desatinos... também tivemos que vivê-los bem juntinhos e os caminhos nos trouxeram para esse lugar... Aqui vamos ficar... amar, viver, lutar... até tudo acabar..."
(porque maior do que qualquer desatino é a vontade que move qualquer ação ou omissão: salvar o que realmente importa, o que é fundamental e não se pode perder jamais!)
2 comentários:
ola, kd seus textos? queria te dar parabens pelo dia 12, mas nao teve post :P nao combina com vc traumas por apagar mais uma velinha.... Juba
Olha só que surpresa você por aqui, Ju!!! E que fofo que lembrou do meu aniversário!!! =DDD
Pois é, como você bem sabe os anos são implacáveis e quanto mais eu me distancio dos 30 e me aproximo dos 40, mais frequentes ficam as crises... rsrs... Mas se tem uma coisa que faz valer à pena ficar mais velha é receber gratas surpresas assim... Obrigada, viu?
Saudade! Vê se sai do anonimato, poxa! rsrs
Beijos!
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