domingo, 24 de julho de 2011

I cry if I want to

Como fazer um post sobre Amy Winehouse sem cair no lugar comum?

Difícil.

Desde que a notícia pipocou nas redes sociais no começo da tarde deste sábado, todo mundo já falou de um tudo, como sempre acontece quando uma figura muito popular se vai. Houve despedidas emocionadas, apareceram os costumeiros "fãs de ocasião", muito se falou sobre drogas e lamentavelmente apareceram até opiniões cheias de pré-julgamentos que eu prefiro nem mencionar aqui. Nessas horas a gente vê que tem muito mais pseudo-deuses na face da terra do que o Soberano lá do Céu, todos ávidos a proferirem seus julgamentos e aplicar as condenações que acham corretas em nome de suas certezas individuais. Triste. Deprimente.

O fato é que no meio de toda essa falação em torno da vida e da morte de Amy, percebi mais uma vez algo que já tinha constatado há muitos anos, quando morreu Cazuza: as pessoas não conseguem, não sabem ou não querem separar a obra de arte da pessoa do artista. As pessoas têm uma necessidade bizarra - muito fruto dessa nossa cultura nojenta de mídia sensacionalista - de colocar a figura pessoal do artista à frente de sua obra, e é por isso que rola tanta polêmica.

Querem que o artista seja exemplo de bom caratismo, de bom comportamento, querem que o artista tenha uma vidinha modelo como se isso fosse condição sine qua nom para a boa avaliação de sua obra. E não, não é.

Pra falar a verdade, eu não entendo essa necessidade que as pessoas tem de buscar exemplos fora do contexto de suas vidas particulares. Por que diabos Amy Winehouse precisava ser exemplo do que quer que fosse para pessoas que não faziam parte da vida dela? Por que diabos precisava ter um comportamento pessoal "certinho" pra ser aceita como a grande artista que era (e continuará sendo)?

Não quero me alongar neste discurso e nem era esse o propósito inicial do post, mas qualquer pessoa que entenda minimamente o que é arte e de onde vem a inspiração do artista talvez consiga compreender que muitas vezes um bom trabalho oferecido a nós - consumidores da arte - só pode ser criado às custas do sacrifício de alguém, na maioria das vezes do próprio artista. E exemplos disso existem aos montes, alguns dos maiores artistas de todos os tempos tiveram suas biografias marcadas por períodos bem conturbados.

No caso específico da Amy, sua música era a materialização de suas mazelas, mazelas essas que a levaram ao fim trágico. Isso justifica seu comportamento sem limites, autodestrutivo, exagerado, etc e tal? Não sei, mas também não cabe a mim fazer este tipo de avaliação, e muito menos julgá-la. Escolha ou não escolha, foi o caminho trilhado por ela, quem sofreu as duras consequências - mesmo antes da morte - foi ela, quem teve a vida revirada, explorada e massacrada foi ela, e me parece inconteste que foi uma trajetória de muito, muito sofrimento, que ficou eternizada na obra maravilhosa que ela deixou.

Lamento profundamente que Amy tenha se enveredado por um caminho sem volta, lamento profundamente que ela tenha dito NO NO NO pra Rehab e lamento profundamente sua partida prematura. Mas não a julgo, simplesmente porque não faço a mínima ideia do que ela sofria na sua initmidade, não sei como era sua vida antes, não conheço sua história e não sei nada sobre o ser humano Amy Winehouse. Tudo o que sei é o que a mídia me vendeu, mas nada disso importa, porque eu nunca gostei da Amy porque ela era boazinha ou porque era bonita ou porque era legal.

Eu admirava, admiro e continuarei admirando, consumindo e aplaudindo o trabalho sensacional que ela fez e a contribuição memorável que ela trouxe ao cenário musical em tempos tão medíocres.

Admirarei Amy sempre como uma menina de voz singular, de coragem admirável por escrever letras de canções que expunham suas mais íntimas mágoas, uma menina que eu vi em frangalhos em cima de um palco no Show em São Paulo no começo deste ano, sem conseguir cantar e mal se mantendo em pé, mas cujos CD's ouvirei pra sempre repetidas vezes, porque são CD's impecáveis, dignos de destaque em qualquer CDteca.

Não tenho uma música preferida do repertório dela, é quase impossível escolher. Amo de paixão o CD Frank, o primeiro, mas Back to Black é simplesmente perfeito, da primeira à última música.

Os discos pararam por aí, mas recentemente ela fez participação em um projeto em homenagem ao Quincy Jones cantando "It's my Party", um clássido "das antigas" gravado originalmente por Lesley Gore. É uma canção simples e muito sofrida, bem no estilo Amy. Preciso dizer que ficou incrível?

Me despeço com "It's my party" (and I'll cry if I want to), e algumas imagens daquela Amy que gostaríamos que ainda estivesse por aqui produzindo essas maravilhas.






"You would cry too if it's happened to you"

terça-feira, 28 de junho de 2011

#mimimi

Tento não ficar me vitimizando a cada pedra no caminho mas... PQP! Tem horas que a única vontade que eu tenho é de sentar e chorar...

Seria trágico, se não fosse cômico (embora às vezes eu ache que a ordem desta constatação seja justamente a inversa), e usando meu direito sagrado de resmungar eu vim aqui (aproveitando pra testar o app do Blogger para Android) choramingar que a vida só pode estar de sacanagem com a minha cara!

Chego a procurar as câmeras escondidas obssessivamente, certa de que a qualquer momento o Serginho pulará na minha frente e soltará o manjado "Rá! Pegadinha do Mallandro!", mas até agora nada, o que tá deixando a coisa toda muito, MUITO sem graça.

Tá osso!

#prontoresmunguei
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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Momento "owwwwwnnnnn!!!"

Mais de um mês sem postar nada, e pra justificar o sumiço vou parafrasear Clarice Lispector:

"Não tenho tempo pra mais nada, ser [feliz] PEÃO me consome muito"

Tá muito dura essa minha vida de escrava, mas... pra quem não tá? O jeito é seguir em frente esperando os míticos "dias melhores" (que devem estar vindo no lombo de uma tartaruga, porque, né? Chegam nuncaaaaaa...)


Mas não foi pra resmungar que eu apareci por aqui... embora essa continue sendo minha especialidade, arrumei 5 minutinhos no meio do caos pra compartilhar um vídeo foférrimo que acabei de ver no Homorrealidade, e que deu aquela alegradinha no meu dia.

LinkRomântica-Melosa-Sonhadora-Quase(quase?)-Brega-e-Piegas assumida que sou, não tinha como não suspirar com todas essas declarações espontâneas feitas ao som de uma canção bem bonitinha que fala de AMOR! Tem até pedido de casamento no final!

Ownnnnnnn!!! =D




DOIS SORRISOS

As quatro estrelas do meu céu são suas
E os oito postes da avenida são meus
E se você quisesse todos eles te dava
Lembra, minha luz, foi você quem me deu

As sete cartas do tarô são suas
E os dez destinos mais prováveis são meus
E se você pedisse para abrir um caminho
Este iria dar na nossa casa, meu bem

As trinta e uma rosas do jardim são suas
E há somente um cravo, que é meu
E se você quisesse um arranjo ou um buquê,
Minha querida, o cravo era...

Seu sorriso é o que preciso
E quanto ao resto, eu juro tanto faz
Sua ausência me condena à dor

As nove luas sobre o mar são suas
E o escuro embaixo dos seus pés é meu
Mas se você quiser a vida um pouco mais clara
Por você, querida, eu roubo os raios de zeus

As mil e uma noites que virão são suas
E meu, só um minuto antes do sol nascer
Mas se você pedisse uma fração da eternidade
Eu me virava, e o tempo era...

Seu sorriso é que eu preciso
Pra abraçar o mundo e muito mais
Sua ausência me condena à dor da saudade

Especial

Você me completa, amor
E sabe que meu sonho só é um sonho porque
Você me completa, amor
Meu sonho só é um sonho porque
Você está nele

Seu sorriso é o que preciso
E quanto ao resto, eu juro tanto faz

Seu sorriso é que eu preciso
Pra abraçar o mundo e muito mais

Seu sorriso é que eu preciso
Pra apagar a dor...
Da saudade!

(Móveis Coloniais de Acaju / Leoni)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

E os desatinos...

Que semana foi essa?

Na noite do último domingo eu já sabia que vinha chumbo grosso na sequência, meu sexto sentido é um fanfarrão e até quando tento ignorá-lo ele insiste em ficar pulando e piscando na minha frente até que eu tome conhecimento do que ele quer me dizer.

Tenho buscado estratégias diferentes pra lidar com as chateações cotidianas, uma tentativa quase desesperada de mudar as habituais tempestades em copo d'água que eu provoco não raramente por motivos tolos, mas não deu muito certo. Deu bem errado, na verdade. Porque o que divide o controle do descontrole é uma linha tão tênue que a gente quase nunca percebe quando a atravessa. E eis o meu sexto sentido zombando de mim e dizendo mais uma vez: "Tá vendo? Eu avisei!"

Semana que começou também bombando de trabalho. Sabe quando todos os clientes resolvem ter todos os problemas e fazer todas as solicitações ao mesmo tempo? Então... De certa forma foi bom, aquela velha história de mergulhar no trabalho pra tentar poupar a cabeça das questões insolúveis e dramáticas da vida, mas tudo tem seu preço, e neste exato momento (noite de sexta-feira 13), meu corpo sabe exatamente o preço que pagou. Exaustão Total.

Foram em média 15 horas de trabalho por dia, e encerro meu expediente agora acumulando mais de 70 horas trabalhadas na semana, quase integralmente "na rua" (o que significa também muitas horas no trânsito delicioso de São Paulo), em diligências nos Fóruns, reuniões com clientes, viagens, audiências, etc. Isso sem contar os afazeres domésticos que ocupam todas as outras poucas horas que "sobram". Eu sei, essa é a rotina de 10 entre 10 "mulheres modernas" que tem jornada tripla (ou quádrupla, ou quíntupla), mas permitam-me esse breve desabafo antes de prosseguir. Vida dura que reinventa todos os dias o conceito de dureza.

Mas o fato é que nessas muitas idas e vindas, entre um congestionamento e outro, nem todo o stress profissional do mundo foi capaz de me poupar daquelas reflexões filosóficas aka piegas que a gente tende a fazer quando as coisas não vão bem.

E uma das questões que pulou na minha mente e está aqui me incomodando até agora é:

"Se a gente sabe que vai errar de qualquer jeito (porque muitas vezes o erro é inevitável), qual a opção menos pior: errar pela ação ou pela omissão? pelo excesso ou pela falta?"

A resposta que vem automaticamente é o velho clichê: "Prefiro errar pela ação do que pela omissão, é melhor se arrepender do que a gente fez do que se arrepender do que a gente não fez", e muitas outras variações que querem dizer basicamente a mesma coisa.

É uma afirmação "de efeito" que a gente aprende a fazer na vida o tempo todo, muito também pra justificar nossos desatinos, e que não deixa de ter um grande fundo de verdade, mas...

Será que é mesmo melhor errar sempre pela ação, pelo excesso? Tenho minhas dúvidas...

Será que às vezes não é melhor ficar quieto / passivo / calado e deixar o tsunami passar, evitando maiores estragos, ao invés de tentar mudar o rumo da onda e acabar servindo de combustível pra que ela seja ainda mais devastadora?

A gente se acostuma a justificar as coisas dizendo "ah, eu tentei, pelo menos eu tentei", mas muitas outras vezes tudo que a gente consegue pensar de verdade lá no fundo é: "por que diabos não fiquei quieta e deixei as coisas seguirem seu rumo até chegar a calmaria?"

Não sei... sou do tipo que não consegue fazer essa reflexão ANTES e saio por aí agindo / fazendo / falando, tudo na ânsia e colocar as coisas em ordem, sempre confiante de que vou acertar, mas essa semana tive uma lição muito grande de que às vezes não vale à pena, e se jogar no meio de uma onda gigante em formação vai provocar apenas uma alteração na minha própria racionalidade e... voilá! Eis os pés metidos pelas mãos... Eis o tsunami potencializado, o caos inconsertável, irreparável, imperdoável.

Se a gente não pode voltar no tempo pra recuperar oportunidades perdidas, também não pode voltar pra desdizer ou desfazer aquilo que já foi sacramentado. E isso dói tanto quanto (ou talvez muito mais) do que o arrependimento por "não ter feito nada".

Resta a esperança do perdão, a tentativa de consertar (mesmo sabendo que é inconsertável), o arrependimento e, o principal: A admissão do erro. Como costumo dizer,


"admitir um erro prova, na pior das hipóteses, que hoje você está mais inteligente do que ontem."


Não é fácil admitir um erro (especialmente para alguém como eu, obcecada pelo acerto e tão fiel às minhas convicções), mas é o primeiro passo para que a máxima da frase acima se torne uma verdade. Que assim seja! Esse tem sido meu mantra.


Como diz a música (fofíssima) da novela Cordel Encantado:

"E os desatinos... também tivemos que vivê-los bem juntinhos e os caminhos nos trouxeram para esse lugar... Aqui vamos ficar... amar, viver, lutar... até tudo acabar..."



(porque maior do que qualquer desatino é a vontade que move qualquer ação ou omissão: salvar o que realmente importa, o que é fundamental e não se pode perder jamais!)

domingo, 8 de maio de 2011

S2



Esta foto foi tirada no dia 17/11/2000 na Maternidade Pró Matre Paulista, totalmente à revelia da Dona Fátima, que nunca gostou de fotografia e brigaria horrores comigo hoje se me visse publicando "no computador" uma de suas raras fotos pra todo mundo ver.

Foi o dia em que EU me tornei mãe pra valer.

Meu filho nasceu pouco depois das 17h30 daquela sexta-feira ensolarada, e minha mãezinha estava lá pra me dar a confiança que eu precisava e pra me dizer do jeito dela - implicitamente entre um resmungo e outro - Dona Fátima era brava!, que tudo ia ficar bem, e que eu iria sim dar conta do recado.

Esta foto é o meu melhor retrato, mesmo eu não estando nela. Tudo que eu sou, tudo o que eu faço, tudo o que me tornei e tudo o que pretendo me tornar é por causa desses dois. Eles são o melhor de mim.

Me esforço pra fazer um bom trabalho como mãe do Lucas, e não tenho motivos pra reclamar da minha sorte até hoje... ele é o melhor filho que alguém podia querer ter. Sou suspeita pra falar, mas o que posso dizer se é a mais pura verdade?

No entanto ainda assim, vivendo a plenitude da maternidade em cada um dos dias da minha vida ao lado da minha cria linda, ainda assim eu serei sempre, SEMPRE, muito mais Filha da Dona Fátima do que Mãe do Zelão.

FELIZ DIA DAS MÃES!


Essa data será sempre muito mais sua do que minha, Mãezinha! Que saudade!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Orgulho Multicolorido

Depois de acompanhar ao vivo pela internet a decisão histórica proferida pelo STF no começo da noite desse inesquecível 05 de Maio, fiquei aceleradíssima...

Um misto de sensação de alma lavada (tá, é só o começo, mas é "O Começo"), de orgulho por existirem juristas capazes de decisão tão sensível e corajosa, de alegria por saber que tantos amigos e amigas poderão se beneficiar e fazer valer seus direitos, e por ver finalmente o Judiciário, que anda tão desacreditado por mim (e pelas torcidas do Corinthians, do Flamengo, etc) atuando daquela maneira que eu sempre achei que deveria atuar: com isenção de moralismos, com coerência, com sobriedade, socorrendo democraticamente TODOS os cidadãos, independentemente de suas diferenças.

Foram lindos os discursos, e as fundamentações dos votos me deixaram arrepiada. Eu não queria estar em nenhum outro lugar que não na frente do notebook assistindo a transmissão online da sessão do STF de onde saíram frases como:

"Estamos construindo uma sociedade mais decente, porque uma sociedade decente não humilha seus integrantes" (citação da Ministra Ellen Gracie)

"Esse julgamento não é o ponto culminante, mas sim o ponto de partida para novas conquistas" (Ministro Celso de Mello)

"Reconheço que o direito à busca da felicidade representa derivação do princípio da dignidade da vida humana" (Ministro Celso de Mello)

"Não há qualquer fundamento legítimo que sustente o não reconhecimento do direito à união homoafetiva" (Ministro Celso de Mello)

"Não pode ser considerado um julgamento em favor de apenas alguns. Ganha toda a sociedade" (Ministro Celso de Mello)

"Atos que beneficiem apenas heterossexuais estão em franca incompatibilidade com a Constituição Federal" (Ministro Marco Aurélio)

"Homossexuais tem os mesmos deveres civis. Tem que ter os mesmos direitos civis também" (Ministro Luiz Fux)

"É preciso que certas obviedades sejam ditas e reafirmadas" (Ministro Celso de Mello)


Essas e muitas outras frases de efeito, por si só, resumem bem a ópera toda. O STF DESENHOU o que já consta na nossa Constituição Federal desde 1988, e eu espero sinceramente que todas essas afirmações e reflexões surtam, ainda que a longo prazo, o efeito que devem e precisam surtir na sociedade como um todo...

Foi lindo!

E eu fiquei emocionadíssima, porque se tem uma coisa na qual sempre acreditei e pela qual sempre tentei lutar foi isso: Incorporação dos homossexuais à sociedade comum, tirando-os da vida marginal em que muitos vivem totalmente contra a vontade, mas por necessidade diante da negligência do Estado em proteger seus direitos.

Eis que no meio da minha empolgação sou questionada pelo meu filho, que quer saber por que, de uma hora pra outra, fiquei tão "feliz".

Expliquei o assunto da maneira mais didática que consegui, e não precisei ir muito longe para que ele me interrompesse:

"Ah, entendi, mamãe... quer dizer então que agora um homem que casa com um homem e uma mulher que casa com uma mulher vão ser iguais os homens que casam com mulheres?"

Expliquei que não é exatamente casamento e sim união estával, mas que na prática, SIM, é mais ou menos isso, e então ele me interrompe mais uma vez:


"Ah, que bom, né, mamãe? Quem sabe agora as pessoas que tem homofobia param logo com essa besteira!".



ORGULHO MÁXIMO TOMOU CONTA DO MEU SER...

Abracei meu filho e disse que tenho muito orgulho por ele, na simplicidade dos seus 10 anos, entender uma coisa tão óbvia que tanta gente grande não entende, e chorei pela milésima vez no dia.

Sou sonhadora, sou idealista, tento manter-me fiel aos meus princípios e enquanto houver algo que eu possa fazer pra mudar o Mundo, FAREI.

Acredito que as únicas chances de salvarmos um Mundo tão doente residem no trabalho de formiguinha que todos podemos (e devemos) fazer no universo de nossas casas. Vejo crianças da idade do meu filho já extremamente preconceituosas e intolerantes, e chego bem perto da desesperança total. Mas ouvir uma frase como essa que o meu filho disse funciona como um turbo para que eu renove minhas esperanças e siga lutando por aquilo que acredito.

Voltando ao STF, não devemos perder de vista que 10 senhorzinhos e senhorinhas (com todo o respeito aos Ministros) que tinham tudo para serem conservadores, tomaram uma decisão profundamente sensível e justa. Apesar de suas crenças pessoais (e tenho certeza que cada um dos Ministros tem sua própria fé, seus próprios conceitos de moral, etc), colocaram o RESPEITO às diferenças e o tratamento igualitário a TODOS os cidadãos como questão preponderante para configuração de uma sociedade mais justa, e isso é uma grande e importante lição!

Dia 05 de Maio de 2011 ficará gravado como o dia em que os casais homossexuais tiveram assegurados seus direitos decorrentes das uniões homoafetivas que vivem ou pretendam viver.

E ficará gravado também como o dia em que os "velhinhos do STF", assim como uma criança de 10 anos (meu filho, que orgulho!), expressaram de maneira incontestável, cada um do seu jeito - com palavras rebuscadas, citando Platão, ou com expressões simples e coloquiais como no caso do meu filho - que:

nada na vida é mais importante do que o
AMOR AO PRÓXIMO.


E só há amor se houver respeito.
Só há amor se houver tolerância.
Não devemos esquecer disso. JAMAIS!

É nesse mundo que eu quero viver, e é por ele que vou lutar, sempre!

PELO PODER DO ARCO-ÍRIS!!!


terça-feira, 3 de maio de 2011

Complete a Frase: "Mulher no volante..."

... Perigo constante???

Garanto que não! Não todas as mulheres, pelo menos...

É sobre isso, e sobre várias outras coisinhas relacionadas a mulheres X carro X trânsito X homens que eu, Paula Bastos e Livia Figueiredo falamos no podcast que foi pro ar no portal Grandes Mulheres hoje...


"Depois homem não sabe por que tá trocando óleo sozinho"

"Todo mundo sabe que o carro é a extensão do p****"

"Eu não sei encaixar o macaco"


Essas várias outras pérolas você encontra clicando aqui. Para escutar online ou fazer download...

Vai perder??? =D

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O dia em que eu tentei ajudar um Poeta

Daí que no último dia 22/04, sexta-feira Santa, foi aniversário do papai. 61 anos, e assim a 3a. idade vai se sacramentando para o nosso velho, que continua estufando o peito pra dizer que tem corpinho e saúde de 19... Amém!

Como de costume, reunimos a nossa imensa família de 7 pessoas entre filhas e agregados (faltou a jornalista-celebridade-correspondente-internacional que estava na Espanha trabalhando, e o Zelão que estava passando o feriadão com o pai) para celebrar a data, dessa vez ao gosto do aniversariante: Numa pizzaria simplezinha - mas honestíssima - daqui das bandas da "favela onde nóis nasceu".

Quem nos conhece sabe que o fato de sermos apenas 7 não significa nem de longe uma celebração discreta, muito pelo contrário: é sempre aquele auê, todos falando ao mesmo tempo, os assuntos mais variados do planeta fluindo e emendando-se uns aos outros (a gente chama de hiperlinks que vão se abrindo sucessivamente) na velocidade da luz, debates exaltados, gargalhadas escandalosas, etc e tal... É o nosso jeitinho! ;-)

Lá pelas tantas, entre uma fatia de margherita e outra de portuguesa, discutíamos visceralmente algo sobre a origem do Universo, o nada absoluto, o Darwinismo e outras coisas do gênero (juro que estávamos todos bebendo apenas coca-cola zero!), quando um tiozinho cambaleante se aproximou da mesa e nos interrompeu:

"Boa Noite senhoras e senhores. Sou o Poeta Fulano de Tal, e estou aqui pra divulgar minha obra e pedir a ajuda de vocês!"

Enquanto esticávamos as mãos para pegar o exemplar mal acabado do livro de poemas do tiozinho insistente, éramos brindados com o agradável perfume do seu hálito de pinga fresca. Quase entramos em coma alcoólico por tabela, mas sobrevivemos. O Poeta Bebum nos deixou analisando seu livro e foi perturbar outra mesa.

Coincidência ou não, a primeira página que abrimos, aleatóriamente, tinha um poema de "dor de amor" que terminava com

"entristeci-me,
magoei-me,
embriaguei-me."

Deu pra sentir a vibe do poeta, né? Pois é...

Mesmo assim fiquei com dó do tiozinho... Queria ajudá-lo (mesmo sabendo que a ajuda seria apenas para a próxima dose de cachaça), e quando ele voltou e todos devolveram os livros com ar de desdém eu segurei o meu e perguntei o preço.

"Dérreaus, e de brinde você leva esse CD gravado por mim com músicas do Julio Iglesias, Roberto Carlos, etc.", disse o tiozinho.

Saquei os Dérreaus do bolso, concretizei a compra e imediatamente entreguei aquela obra prima ao papai com os votos de "Feliz Aniversário":

"Meu presente para o senhor, pai!", eu disse, segurando a gargalhada iminente. "Tem até músicas do Julio Iglesias! O Senhor vai gostar!". Todos riram, mas os risos foram logo interrompidos pelo Poeta Bebum, indignado:

"Mas na mesa inteira vocês vão comprar SÓ UM?"

"Ah, somos todos da mesma família, vamos compartilhar, moço!", eu disse, idiotamente.

"Quer dizer então que vocês vão plagiar (sic!) os meus direitos autorais?", disse o tiozinho, com o tom de voz mais bravo que conseguiu.

Neste momento todos na mesa olhavam curiosos pra mim, meio que desacreditando naquele diálogo, e meio que ansiosos por verem onde é que aquilo ia parar. E eu, ao invés de calar o meu bocão ou dar um fora no Bebum, ainda tentei argumentar que não, ninguém ia plagiar nada, íamos ler o livro um de cada vez, e tal...

E então o Poeta Bebum enfiou os Dérreaus que eu dei pra ele no bolso e saiu cambaleando e resmungando algo sobre os seus direitos autorais, plágio, gente mão-de-vaca, etc...

Eu e minha cara de tacho voltamos à mesa, e rapidamente tentei recuperar o fio da meada da conversa sobre a Teoria da Evolução, porque, né?

Quem manda ser besta e querer ajudar um velho bebum a comprar a próxima dose de pinga???

Porque diante da indiganção do Poeta, é certeza que ele tá pagando os royalties do Julio Iglesias, do Roberto Carlos, etc e tal... CERTEZA!

Tome, Dona Farta! Tome! Morreu em Dérreaus e ainda levou toco do tiozinho bêbado!

It's my life! =/


FIM.

domingo, 24 de abril de 2011

Prayers for Bobby

"Ter Fé cega é mais perigoso do que
não ter Fé alguma."

"Às vezes questionar a Fé te ajuda a encontrar uma Fé mais profunda."

""Mary (Sigourney Weaver) é uma cristã devota que segue à risca as doutrinas de sua Igreja. Quando seu filho Bobby (Ryan Kelley) revela ser homossexual, ela passa a submetê-lo a terapias e ritos religiosos com o intuito de “curá-lo”. No entanto, Bobby não suporta a pressão e se atira de uma ponte, encerrando sua vida aos vinte anos de idade.

Depois desse fato, Mary descobre um diário de Bobby e passa a entender de fato o que se passava na mente dele. Também buscando respostas na religião, Mary aprende a interpretar de outra forma os textos bíblicos, passando a acreditar que a homossexualidade não é condenável, tornando-se uma ativista dos direitos dos homossexuais. ""

...

Assisti "Prayers for Bobby" numa das madrugadas do último feriadão, e lamentei profundamente não ter visto o filme (de 2009) antes. Sem dúvidas já o teria divulgado muitas outras vezes, porque ele é uma ode à tolerância e ao respeito pelas diferenças, além de ser uma história (baseada em fatos reais) profundamente comovente e transformadora.

Não vou ficar aqui analisando o filme como costumo (presunçosamente) fazer. Vou limitar-me a dizer que é um filme que PRECISA ser visto de mente e coração abertos, e compartilhado com todos aqueles que resistem em aceitar que não há uma "receita de bolo" pronta para os seres humanos, e que ser diferente é super normal.

O filme - na íntegra - está disponível no Google Vídeos, neste link. Não sei por quanto tempo ficará online, por isso apressem-se! E se não conseguirem ver pelo link, procurem outros meios.

Alguns filmes são apenas entretenimento. Outros vão muito além, e "Prayers for Bobby" pertence ao segundo grupo. Não deixem de assistir!


(dica do meu querido amigo Marcio Claesen)

terça-feira, 5 de abril de 2011

Humor Inteligentão

Estou desde a semana passada relutando pra fazer um post sobre esse assunto, porque eu realmente não queria engrossar o coro dos imbecis que dão espaço para os imbecis a fim de mostrar o quanto são imbecis. Acaba que cai todo mundo na vala comum do oportunismo - surfar na onda da polêmica do momento, e eis-me aqui pra alimentar as estatísticas. Me perdoem por isso.

Mas o fato é que nem sempre eu consigo simplesmente ignorar o que me incomoda, e por mais que eu já tenha resmungado lá no twitter, não foi suficiente.

Não vou nem entrar no mérito das declarações nojentas daquele ser que atende pelo nome de Jair Bolsonaro. Esta criatura é figura folclórica da política nacional, e por mais inacreditável que pareça encontra-se no seu 6o. mandato, o que significa que não é de hoje que existe uma legião de adeptos às suas posições conservadoras e preconceituosas.

Por mais que me assuste muito saber que numa cidade como o Rio de Janeiro existem eleitores suficientes para colocar no poder um cara como este por 6 vezes, a verdade é que ele ocupa o cargo de Deputado legitimamente, já que foi eleito pelo voto direto do povo. É, portanto, representante de uma parcela da população, e não adianta agora, que ele está lá legitimado na sua função legislativa, espernear e querer arrancá-lo à força.

A única forma de extirpar de todas as esferas do poder mentes doentes que pensam como Jair Bolsonaro (apenas um exemplo dentre tantas outras aberrações que existem no cenário político) é através do voto, nas eleições. Isso todo mundo já sabe, e eu não vou ficar aqui desfiando o rosário da importância do voto consciente porque, né? É O ÓBVIO.

Por outro lado, estamos vivendo uma época de importantes transformações na sociedade, uma época em que luta-se cada vez mais abertamente pela quebra de paradigmas, pela derrocada de preconceitos e pela igualdade de direitos de todas as pessoas, independentemente de qualquer característica que as diferencie umas das outras. Assistimos ao longo dos últimos anos o crescimento de movimentos em prol das minorias, e a efetiva obtenção/proteção de alguns (ainda bem poucos) direitos.

É uma luta bastante dura, especialmente quando se encontra pelo caminho inimigos públicos como Bolsonaros e Malafaias da vida, mas a história tem nos provado que, por mais barulho que estes imbecis façam, estão cada vez mais insustentáveis suas posições extremas. Amém a nós todos, e que as coisas continuem neste caminho, até porque não há a menor chance de evoluirmos enquanto nação se não conseguirmos equalizar na prática direitos mínimos e fundamentais que já encontram-se rebuscadamente garantidos no artigo 5o. da nossa Constituição Federal.

Mas não era isso que eu queria falar, porque isso tudo é mais do mesmo e todos vocês já estão cansados de saber.

Quero falar mesmo sobre o CQC, Custe o que Custar! (sic!)

CQC, aquele programa de humor que atrai grande parte da audiência às segundas-feiras à noite (inclusive a minha, esporadicamente), e que se auto intitula "Humor Inteligente".

Aquele programa que é apresentado por meia dúzia de Humoritões metidos a modernex que através do programa alavancaram suas carreiras de comediantes de stand-up, e até hoje lotam as casas de show por onde passam com um público sempre ávido por suas "sacadas geniais" (sic!) e/ou piadinhas de gosto duvidoso.

Até aí também, ok. Não vamos discutir ética no humor porque é um assunto bem delicado, e eu mesma me contradigo às vezes nas minhas opiniões a respeito do assunto. Eles tem todo o direito de fazer as piadas que quiserem, e paga para ouvi-las quem quiser!

O problema é que por uma excelente estratégia de marketing quando do lançamento do programa, há alguns anos, esses caras até então quase desconhecidos do grande público foram alçados ao patamer de ídolos, formadores de opinião, humor inteligente, humor de conteúdo, e mais uma meia dúzia de adjetivos exagerados que os colocaram no patamar em que se encontram hoje. "Os caras".

"Formadores de Opinião". E não é exagero, infelizmente. Basta acessar o twitter de qualquer um deles para confirmar o fato. Um dos caras, inclusive, foi recentemente eleito o dono do perfil mais influente do twitter no Mundo. E ele "se acha". Com motivo, afinal... é mesmo influente, por mais que eu, particularmente, lamente profundamente esta influência.

Tive muito boa vontade com o CQC no começo. Até gostava. Até achava inteligente uma vez ou outra. Mas a prepotência foi subindo à cabeça dos caras de uma maneira que não demorou para que eles se tornassem vítimas de seus próprios egos, e de potenciais humoristas razoáveis viraram apenas uns idiotas que fazem as mesmas piadinhas estúpidas de sempre, mas se acham mais legais que os outros porque são "humoristas inteligentões". Pretensiosos. Insuportavelmente pretensiosos.

Já caíram em várias armadilhas por conta dessa megalomania irritante, e a mais recente - voltamos ao foco, finalmente! - foi o episódio Jair Bolsonaro. Todo mundo viu o quadro com o Deputado na semana passada, quando ele respondia perguntas do público com suas já conhecidas e asquerosas ideias preconceituosas. Todo mundo viu quando o Deputado se superou e surpreendeu até os estômagos mais fortes numa declaração explícita de racismo e homofobia, num lamentável e vergonhoso episódio de escrotice na televisão aberta. E (quase) todo mundo se indignou quando se deu conta que um programa do alcance do CQC jamais poderia ter aberto espaço para as manifestações nazistas de alguém como Bolsonaro.

Porque - e era aí que eu queria chegar - se a gente não pode impedir cabeças doentes como a do Deputado em questão de ocuparem uma cadeira no Poder Legislativo, podemos, por outro lado, calar a voz desses imbecis da maneira que conseguirmos. Quando falamos de um programa de televisão supostamente liberal e politicamente-correto, que adora levantar a bandeira de "defender ideiais" e sei lá o que, calar a voz dos imbecis seria, na minha opinião, mais que uma opção. Seria uma OBRIGAÇÃO.

O que o CQC fez ao conceder um bloco inteiro do programa para as escrotices de Jair Bolsonaro foi um desserviço a tudo que ele mesmo - CQC - prega. Foi um óbvio apelo ao sensacionalismo. APELAÇÃO. Pura e simples APELAÇÃO. Apelação DESNECESSÁRIA, aliás. E que pode ter um efeito muito mais nocivo do que ousamos imaginar.

Fosse o CQC um programa realmente INTELIGENTE, não precisaria recorrer a algo tão nojento pra alavancar audiência. Fosse o CQC um programa realmente comprometido com a liberdade, não precisaria abrir espaço para um político ogro emitir suas opiniões totalmente desnecessárias e ofensivas. Fosse o CQC um programa realmente inovador, não precisaria ceder a esta nojeira, que só fez atrair holofotes para um cara da estirpe de Jair Bolsonaro, que deve inclusive estar rindo à toa no aconchego do seu lar neste momento, enquanto pessoas que lutam pela igualdade de direitos se corroem de raiva por este enorme passo em vão que a mídia nos fez dar enquanto nação.

A cereja do bolo veio no programa de hoje, 1 semana depois da polêmica inicial. Novamente o CQC se valeu do escroto Bolsonaro para reforçar a audiência (e pelo visto conseguiu). Novamente concedeu-lhe um bloco inteiro para se justificar sobre as declarações da semana anterior, permitindo que dessa vez ele dissesse que, não, não é racista, é apenas homofóbico mesmo. Ah, tá! Melhorou muito! #not

O CQC abriu espaço para Bolsonaro continuar mantendo os holofotes sobre si. Permitiu que ele exibisse uma foto do cunhado negro na TV para em seguida declarar que "ora, vejam vocês, eu tenho um negro na minha família, logo, não sou racista!". Porque, obviamente, Bolsonaro pode ser IMBECIL, mas não é burro. Ele sabe que racismo é crime, e homofobia ainda não. Correu pra consertar a cagada que fez, provavelmente na intenção de produzir prova em seu favor no processo que já está sofrendo por racismo, mas manteve sua asquerosa posição com relação aos homossexuais, e como se não bastasse o programa da semana anterior, mais uma vez o CQC lhe deu espaço para fazer isso. Na TV aberta. Em rede nacional.

E quando a câmera voltou para o estúdio após exibição da matéria com o Deputado, fomos brindados por um Marcelo Tas fazendo discursinho pra inglês ver, segurando uma foto de sua filha e declarando que a moça é gay.

Bolsonaro mostrou a foto do cunhado negro pra provar que não é racista. Marcelo Tas mostrou a foto da filha gay pra... (???). Pois é! Uma patética competição para ver quem tem mais minorias por perto. Que vergonha!

(vou ali procurar umas fotos minhas com uma galera da favela pra provar que não sou elitista, porque, né? parece que essa vai ser a moda agora! ahh, vá!)

E sabe o que é ainda mais vergonhoso nessa pataquada toda? Marcelo Tas não disse apenas "essa é minha filha e ela é gay". O que ele disse foi: "Essa moça da foto é minha filha. Ela e bolsista na universidade-não-sei-das-quantas e mora no Exterior. É bem sucedida, apesar de ser gay" (tá, ele não disse "apesar de ser gay", mas, né? Precisava?).

Fiquei me perguntando: e se a moça não fosse essa sumidade toda aí, será que Marcelo Tas teria mostrado sua foto na TV e declarado apenas que ela é gay, mesmo sem ter outras qualidades pra amenizar seu defeitinho? Seria o Professor Tibúrcio Modernex um preconceituoso enrustido? Não é de hoje que ele manifesta seus preconceitos mais absurdos camuflados na sua fama de descoladinho. Lembram do episódio Juliana Paes? Então! Dessa vez ele conseguiu dar uma declaração quase pior que a do próprio Bolsonaro. Perdeu uma excelente oportunidade de calar a boca!

Acompanhando a repercussão do programa no Twitter, vi minha timeline ser inundada de vivas e u-hus por conta da declaração do Marcelo Tas. Porque, né? Ele jogou a isca e geral mordeu. E assim ninguém mais pode falar que ele errou ao abrir espaço para o imbecil do Bolsonaro porque, ora ora, ele tem uma filha gay!

WTF???

O que me deixa brava de verdade é perceber que esses caras pseudo formadores de opinião substimam a inteligência do público o tempo todo, e o público senta e aplaude. Galera tem preguiça de pensar sozinha, então pega carona na aba da figurinha do momento e sijoga numa vibe Maria-vai-com-as-outras que só colabora para que as coisas continuem indo de mal a pior.

É o exercício cotidiano da imbecilização. É a falta de personalidade, a falta de senso crítico, a falta de convicção.

Ser um cidadão consciente dá trabalho. Ter opinião sobre as coisas - até para poder votar direito - dá trabalho, requer informação, estudo, pesquisa, conhecimento. Acaba sendo mais fácil seguir os outros, e se este outro for o cara do programa de humor inteligentão, é até cool.

Ah, façam-me o favor! É por causa dessa preguiça de questionar as coisas e procurar as próprias verdades que Bolsonaros são eleitos sucessivamente, ano após ano. É por causa dessa preguiça de pensar que uma piadinha idiota é rapidamente taxada de "humor inteligente".

É por causa dessa preguiça de tomar posição diante das coisas que estamos nessa involução desenfreada.

Eu tenho medo de onde isso tudo vai parar. E queria fazer este alerta aqui.

Bora todo mundo refletir mais um pouquinho antes de aplaudir qualquer idiotice?

Questionar as coisas e desenvolver os próprios pontos de vista fazem muito bem!

Experimentem!