terça-feira, 13 de novembro de 2007

Prólogo

Recentemente, li um livro fabuloso - "A Menina Que Roubava Livros". Este livro me marcou muito por diversas razões, e além de ser uma leitura deliciosa e intensa, também contém algumas "frases de efeito" que nos fazem na hora parar e pensar.
"O Ser Humano é feito de duas partes. Uma boa e uma ruim. É só misturar com água."
Profundo isso, não? E tão, tão verdadeiro... quem de nós não tem um lado imaculadamente bom??? Até os bandidos mais cruéis - dizem - o têm. Da mesma maneira, quem de nós não tem um lado assustadoramente ruim??? Aqui, eu sei, a conclusão é menos óbvia, porque somos tentados a dizer logo: "ah, mas eu sou ma pessoa do bem, não faço mal a ninguém, blablabla"... Ok, ok... isso é verdade na maioria das vezes, mas... até a página 2... Como diria um velho provérbio, "A ocasião faz o ladrão", portanto, até sermos confrontados a situações extremas, posso dizer que somos incapazes de ter noção do quão ruim pode ser o nosso "lado ruim"... E tomara que não precisemos nunca chegar a um auto-conhecimento tão profundo... mas que a parte ruim existe, ah... existe!
Mas na verdade invoquei essa frase do livro de Markus Zusak porque queria fazer uma analogia... Da mesma forma que o ser humano é feito de uma parte boa e uma parte ruim, acredito também que a nossa vida é feita de momentos bons e momentos ruins, momentos cômicos e momentos trágicos, momentos de sucesso e momentos de fracasso, e por aí vai...
E, misturando tudo isso "com água", como diz o autor da frase original, chegamos à nossa realidade, chegamos ao que somos hoje... Nada mais do que isso, somos o resultado dessa mistura de momentos "antagônicos" que vivemos, do que aprendemos com eles, e o que absorvemos de cada experiência vivida pra levar adiante.
Cheguei no ponto crucial:
"o que aprendemos e o que absorvemos de cada experiência vivida pra levar adiante".
Se sobre "as surpresas" que a vida nos reserva não temos controle quase nenhum (às vezes absolutamente nenhum mesmo), temos, entretanto, controle e livre arbítrio para escolher o que queremos carregar conosco depois de cada experiência vivida. Há os que escolhem carregar a amargura, a melancolia, a revolta dos momentos ruins, e acabam reservando espaço mínimo para a alegria, a diversão, o aprendizado que se pode tirar de tantos outros momentos, inclusive dos ruins.
É simples assim; é uma escolha. Podemos escolher sofrer e chorar a experiência ruim, expiá-la, tirar uma grande lição e seguir em frente buscando tantos outros momentos bons... Ou podemos escolher afundar no sofrimento e não abrir espaço para novas descobertas.
Claro que isso não é um exercício fácil, muito menos simples, mas garanto que é plenamente possível. Eu, particularmente, aprendi a duras penas essa lição... Houve uma época em que eu era uma pessoa profundamente amargurada, estava sempre achando que os meus problemas eram os maiores do mundo e que eu era a figura materializada da "Injustiçada". Mas ainda bem que vivemos, crescemos, amadurecemos e aprendemos, e então descobrimos que vale muito mais a pena levar da vida os momentos bons, porque os ruins já são ruins o bastante quando acontecem, e não há razão pra carregá-los conosco para sempre...
Por isso, eu sou assim... tento ver tudo sempre pelo lado positivo, tento ver tudo sempre pelo lado engraçado, tento ver tudo sempre pelo lado do aprendizado, e quanto aos momentos ruins, bem... procuro ridicularizá-los, e depois de um tempo consigo até rir das minhas próprias mazelas... Claro que há tristeza que não passa e sofrimento que não sara, mas se abrirmos espaço para o combustível "aditivado" que é a alegria, fica muito mais fácil lidar com aquilo que não podemos mudar...
Eu escolhi esse caminho. Posso dizer que é bem mais fácil... A vida, claro, é dura, duríssima... Problemas??? Tenho aos montes... Mas, quer saber???
Que se dane!!!
Eu quero é viver um dia após o outro, sem ficar presa às amarguras do passado, e me permitindo novas experiências! Isso é ser feliz! Pelo menos, estou tentando...
Vou contar aqui no Blog, esporadicamente, algumas "histórias" vividas por mim desde a infância, apenas pelo prazer de contar, pelo prazer de escrever, pelo prazer de rir de mim mesma, e pelo prazer de lembrar que, mesmo depois de um "terremoto", no fim tudo acabou bem, pelo menos até hoje... rsrs...

2 comentários:

Blog da Vurica disse...

Issooooo!!!!
Porque Xará, na boa, as pedras vão sempre surgir, basta que façamos um castelo com cada uma delas.( e um belo castelo)bjsssss

Jacke Gense disse...

Nossa.. Então o livro é bom.. Comprei há um tempão e não sai do primeiro capitulo.... lendo o post vc me incentivou a ler... vamos lá..

bjs